Colunista

Dia Nacional do Surdo

No Brasil, o dia 26 de setembro é dedicado às pessoas surdas

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Escrito por Barbara Rodrigues

26 SET 2020 - 00H00 (Atualizada em 12 SET 2022 - 17H10)

A pedagoga Desirée Ferreira Nogueira, formada na área da educação dos surdos, trabalhou mais de 30 anos em uma escola bilíngue para surdos e, desde então, faz voluntariado na Igreja como intérprete de Libras.


Desirée Nogueira

Na medida que Desirée se aprofundou no aprendizado da língua de sinais, ela ganhou confiança para atuar como intérprete em eventos e, mais tarde, em 1995, quando a Campanha da Fraternidade lançou o tema “A Fraternidade e os Excluídos”, a pedagoga teve a iniciativa de criar um espaço de acolhida para surdos em sua paróquia, uma vez que a falta de conhecimento em Libras dificultava o acesso das pessoas surdas à Palavra de Deus. Assim, com ajuda do Frei Sebastião, em 1996, iniciaram o curso de língua de sinais na Paróquia Santíssima Virgem, em São Bernardo do Campo - SP. Naquele mesmo ano, no dia 29 de setembro, foi celebrada a primeira Missa com interpretação em Libras e, a partir disso, o número de voluntários na Pastoral do Surdo da Santíssima Virgem só aumentou.

Na Milícia da Imaculada, a voluntária começou a ajudar quando a rádio ainda estava localizada na cidade de Santo André - SP. No início, ela acompanhava seu marido Julio Cesar nas gravações do programa Consagração a Nossa Senhora.


Sandro Martins de Jesus

Depois, Desirée ajudou a fazer algumas interpretações para a TV Imaculada e, em 2018, junto com Sandro Martins de Jesus, coordenador surdo da Pastoral do Surdo do Estado de São Paulo (RSUL1), gravaram alguns vídeos para as redes sociais da Milícia da Imaculada. Atualmente a voluntária faz a interpretação da Missa das 10h30 do Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Kolbe, que é transmitida pelas redes sociais do mesmo e também na Paróquia Santíssima Virgem às 17h.

Para o #inspira, a pedagoga contou que o que ela mais gosta em sua profissão é que, independente da área de atuação – na educação, na saúde, na política, ou em outras –, o intérprete sempre é um “canal efetivo de comunicação”, ou seja, ele age como “um mediador que garante o acesso à informação, ao conhecimento, ao aprendizado e ao entretenimento de um grupo de pessoas que sofreu e continua sofrendo com a discriminação devido à sua diferença linguística”.


Retiro da Pastoral do Surdo no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe

A língua de sinais é muito rica e vai além dos sinais feitos pelas mãos. Ela engloba diversos recursos corporais, expressões faciais e espaços de sinalização que completam a estrutura gramatical da língua. Outra questão importante é que esta língua tem base numa cultura visual, que influencia diretamente na sua produção.

Para quem deseja se tornar um intérprete de Libras, Desirée afirma: “Essa é uma profissão que colabora para uma sociedade mais justa, igualitária, com a participação de todos, independentemente das diferenças que apresentem”. E aí, se interessou?

Dica de filme




No catálogo da Netflix você encontra “A voz do silêncio - Koe No Katachi”, um filme sensacional que conta a história de Shoya Ishida, um antigo valentão que tenta fazer as pazes com Shouko Nishimiya, uma garota surda que ele atormentava na escola. Esse anime foi indicado a Melhor Filme de Animação pela Academia Japonesa. Vale a pena conferir ;)

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Barbara Rodrigues

Formada em Letras pela Faculdade São Bernardo (FASB), Barbara Rodrigues é apaixonada por livros e autoconhecimento. Atua no Departamento de Comunicação e Marketing da MI há 9 anos e há 1 ano é responsável pelo Setor de Marketing Digital que cuida do Portal e das redes sociais da MI.

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