A Segunda Guerra Mundial causou grandes impactos na vida de várias pessoas, inclusive na do menino Benito, morador de Lusia, um distrito de Lendinara, na Itália.
Como a maioria das crianças nessa idade, ele era muito ativo, inquieto e aventureiro, mas além disso trazia outros traços fortes em sua personalidade. Acompanhado de perto pelos seus pais, todas as suas peripécias não passavam despercebidas e logo era lhe chamado à atenção com muito amor e vigor.
A relação do menino com Deus era um tanto peculiar. Muito temente ao seu Salvador, ele rezava com fervor e um grande amor e respeito o tomava por completo. Mas quando o assunto era igreja só conhecia o sentimento de rejeição. É que o padre da paróquia que frequentavam era de um partido político contrário ao de seu pai, e muitas discussões foram ocasionadas por isso. Como bom filho, o garoto defendia o pai e isso fez com que ele criasse uma certa rejeição por religiosos.
Os anos passavam e o menino continuava com suas proezas. Certa vez estava brincando nos arredores de casa quando uma bomba explodiu. O medo tomou conta de seus pensamentos, ficara praticamente aleijado e a possibilidade de não mais andar o paralisou. Foi uma experiência muito dolorosa para o garoto que ainda não completara oito anos. Tudo fez com que ele refletisse e, aos poucos, um resquício de determinação transformou pela primeira vez a vida de Benito.
A recuperação acontecia de tal maneira que a cada dia ele sentia-se alguém melhor, tanto que ganhou um troféu em uma competição de atletismo por causa de sua velocidade, logo foi chamado para participar das olimpíadas.
Depois de alguns anos, Benito entrou para o seminário franciscano. Apesar de sua decisão, sentia-se confuso e não sabia muito bem o que fazia um padre. Mas o dia a dia no convento ajudou-a esclarecer muitas coisas, preparando-o para a vida religiosa. E o menino que agora era um rapaz, foi fiel na sua fé, se dedicou aos estudos e ao seu crescimento espiritual.
Em uma das viagens para visitar sua terra natal, ele sentia-se chamado por Deus. Quando entrou na cidade, não estava mais no lugar onde tinha crescido. As terras de Lendira, agora em ruínas, contavam a história da guerra. Nem mesmo a ponte sobre o rio Adige suportara a catástrofe. O campanário era o único lugar que resistiu naquele cenário, sobrava apenas uma torre das quatro do castelo que existia.
O jovem estudante dirigiu-se a uma igreja para rezar. Foi justamente o pároco daquela paróquia que dias antes encontrou um crucifixo embaixo dos escombros da cidade e o levou para expor na igreja. O rapaz ao ver o crucifico ficou muito impressionado. Na cruz, Jesus tinha um semblante muito triste e suas pernas e braços mutilados clamavam por ajuda. Em oração Benito respondeu a Jesus. Dali em diante ele seria as pernas e braços de Jesus e levaria a evangelização a todo lugar.
Depois disso, a vida dele tinha um novo objetivo e suas orações eram feitas em silêncio. No entanto, as coisas foram tornando-se mais difíceis no fim do seu período de formação religiosa. Benito passava dias refletindo sobre tudo e chegou à conclusão que deixaria o seminário. Assim, foi até o reitor comunicar seu desejo, mas este recusou o pedindo para ele pensar um pouco mais.
Em seguida, o rapaz recebeu o convite de três colegas de seminário, Frei Enzo, Frei Della Torre e Frei Belarmino, para passearem de trem. Ele aceitou e logo soube que o passeio era pretexto para levá-lo a um local próximo de onde Nossa Senhora da Rosa Mística apareceu para Pierina Gilli. Iam rezar.
Na ocasião, durante o momento de oração, Benito conheceu, Gina Frosio, amiga de Pierina. Mulher de muita oração, suas palavras fizeram-no mudar de uma vez por todas o rumo da história do jovem frade. Ele não deixou a batina e, posteriormente, Gina tornou-se madrinha do rapaz.
Ao voltar, ele entrou em profunda reflexão e ficou uma semana sem falar com ninguém. Todas as incertezas desapareceram, e em sua caminhada pode contar com Nossa Senhora e sua madrinha como os pilares de sua vida espiritual.
Um sonho começava a nascer para Benito, e este coincidia com os planos de São Maximiliano Kolbe.
Em 1958, Benito emitiu os votos religiosos na basílica de Santo Antônio, em Pádua. Uma nova etapa de sua vida começaria a ser escrita e para isso acontecer Benito recebeu um novo nome: Sebastião. Depois, em 1966 foi ordenado sacerdote e com generosidade veio para o Brasil como missionário. E esse foi apenas o começo da história de fé do nosso Frei Sebastião Benito Qualio.
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