Antônio e Fátima conheceram a Milícia da Imaculada em 1995, no mesmo ano em que se tornaram mílites. Dois anos depois, todas as mídias brasileiras divulgavam a triste situação do Nordeste. Devido ao fenômeno El Niño, a região sofreu com o aumento da temperatura das águas agravando assim a seca já existente. Naquele ano milhões de pessoas foram afetadas. Frente a essa situação, a Milícia da Imaculada se solidarizou e fez uma campanha para arrecadar alimentos e roupas para os irmãos que sofriam do outro lado do país. Antônio e Fátima foram convidados a ajudar a montar as cestas básicas. Foi uma semana de trabalho intenso em que todos os voluntários da MI se uniram por um mesmo objetivo.
Em 1998, quando Antônio e Fátima se preparavam para fazer a Consagração a Nossa Senhora, Fátima sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O médico explicou que o AVC foi ocasionado por causa de um trombo que se formou na válvula mitral mecânica que Fátima tinha no coração desde criança.
Fátima ficou mais de quatro dias em coma na UTI. O médico que cuidava dela comunicou a Antônio e suas duas filhas, Silvia Amélia e Cibele, que não havia mais nada a ser feito. A ficha de óbito já estava sendo providenciada. Naquele momento a família não sabia o que fazer, era como se o mundo desabasse e eles estavam ali apenas para assistir.
Sabendo da situação, Frei Sebastião foi ao hospital para dar a unção dos enfermos a Fátima. Enquanto ele administrava o sacramento, Fátima recobrou a consciência e o reconheceu imediatamente. Com lágrimas nos olhos, ela sabia que algo sério estava acontecendo, mas agradeceu a Deus por seu amigo estar ali com ela. As enfermeiras ligaram imediatamente para Antônio para comunicar que Fátima estava de alta e precisava de roupas.
Os primeiros meses de recuperação de Fátima foram complicados. Ao todo, ela fez 15 cirurgias e a cada novo desafio entregava seu sofrimento a Nossa Senhora. De tudo que Fátima enfrentou a perda dos movimentos do lado direito do seu corpo foi o mais difícil, mas o apoio de Antônio, sua família e a confiança em Deus foram fundamentais para Fátima ir melhorando a cada novo dia.
Em 2001, o casal assumiu o propósito de fazer o plantão telefônico todas as madrugadas de terça-feira para quarta-feira. A promessa foi mantida mesmo quando Fátima precisava fazer tratamento ou alguma cirurgia, isso porque Antônio queria agradecer a Deus o por poder ficar mais com sua esposa, e ele fazia isso doando suas horas para aqueles que precisassem. Fátima por sua vez começou a acompanhar o marido nos plantões telefônicos para não ficar sozinha em casa.
Logo depois, Antônio e Fátima receberam o convite para participar do Rosário em seu Lar e da equipe de divulgação da Milícia da Imaculada nas paróquias. O novo chamado surpreendeu os dois. Antônio nunca tinha pensado em falar em público. A primeira paróquia que visitaram Paróquia São Judas, em Santo André - SP marcou esse momento. Antônio estava ansioso, pois a igreja estava cheia e o Padre Jorge estava incentivando-o a falar. Naquela hora, o voluntário sentiu que o Espírito Santo o ajudava a evangelizar. Desde então, o casal ajuda a Milícia da Imaculada alcançar o seu ideal, levando o carisma de São Maximiliano Kolbe a todos os lugares que visitam.
Muitas vezes o casal pensou em desistir, mas Nossa Senhora sempre os lembrava que ela precisava de ajuda. Assim, Antônio e Fátima seguem para os 23 anos de missão na Milícia da Imaculada e carregam consigo a certeza de que ser voluntário é estar em sintonia com Deus e os irmãos.
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