A história de Benedita Alexandre Dias começou no ano de 1958, em um lugar chamado Sítio São João, em Mendonça - SP.
Quando ainda era bebê, o pai de Benedita, José Alexandre, faleceu após sofrer um infarto fulminante. Muito abalada e sem condição de criar os cinco filhos sozinha, sua mãe Maria resolveu morar com sua cunhada Esther. Na casa dos tios da pequena Benedita já viviam 13 pessoas, das quais sete eram filhos de Esther, mas isso não impediu que a família de Benedita fosse bem recebida na casa de pau a pique. A simplicidade ali não era empecilho para a felicidade.
Benedita cresceu e todos os dias a pequena precisava percorrer longas distâncias para conseguir estudar. No caminho, sempre rezava para agradecer e pedir a Deus chuva para saciar aquela terra seca. Ela sabia que seria atendida, pois para a menina Deus via tudo e não se esquecia de Seus filhos independentemente da situação. Talvez seja por isso que a passagem do Evangelho de São João em que Jesus conversava com Natanael marcou tanto a vida de Benê: “Antes que Felipe te chamasse, eu te vi quando estavas embaixo da figueira” (Jo 1,47-48).
Ao terminar o Ensino Médio, Benedita se mudou para São Bernardo do Campo - SP para trabalhar e dar seguimento aos estudos. Pouco tempo depois, a jovem viajou para Rio Preto para visitar sua mãe que convalescia. Passaram-se trinta dias até que Maria veio a falecer de derrame cerebral. A dor e a saudade eram grandes, mas Benê sabia que era o melhor para sua mãe.
Em 1980, Benedita casou com Carlos e, depois, teve Carol e Alberto. Nessa época, Benedita cursava a graduação de Estudos Sociais, História e Geografia à distância e, para conseguir concluir os estudos, precisava ir quinzenalmente para o Presidente Prudente prestar as provas presenciais. Desta forma, seu salário era destinado apenas a pagar as despesas com a mensalidade e as passagens.
Em 2005, cinco anos depois de concluir o curso, a faculdade solicitou que o diploma da turma de Benedita fosse devolvido, pois o MEC achou uma irregularidade no curso e, por isso, cancelaria a licenciatura de todos. Benedita ficou angustiada, precisava de seu diploma para lecionar. Seu sustento dependia disso. Foi nesse momento, em uma noite de insônia, que a professora sintonizou o rádio pela primeira vez na RIC 1490 AM. Desde então, Benedita passou a escutar a rádio todos os dias e, inspirada pelas orações, prometeu que, ao alcançar a graça de continuar lecionando, levaria seu diploma até a cripta da Basílica de São Pedro, na Itália, onde o corpo de São João Paulo II estava enterrado. Naquele mesmo ano, Benedita viajou para a Itália a fim de cumprir sua promessa.
Voltando da Europa, Benê e Carlos resolveram participar ativamente da Igreja. A oportunidade surgiu quando o médico da família fez o convite para o casal participar do Encontro de Casais com Cristo na Paróquia Santíssima Virgem, em São Bernardo do Campo - SP. Foi assim que Benê conheceu Frei Sebastião e pôde aprofundar-se no conhecimento da Obra de São Maximiliano Kolbe.
Em junho de 2014, Benê se aposentou. No mesmo dia em que recebeu a notícia, Frei Sebastião a chamou para pedir que assumisse a secretaria do Conselho da Milícia da Imaculada. Benê aceitou imediatamente, pois para ela era uma honra trabalhar na Obra de Nossa Senhora.
Hoje, ao refletir sobre sua trajetória, Benedita compara sua vida com o que sua avó Idalina dizia sobre o doce de tacho: “O doce no tacho é mais gostoso, porque é feito com calma. Quanto mais tempo demora para ficar pronto, melhor é o sabor!”. A vida de Benê pode ser descrita exatamente assim, pois o doce sabor da caminhada só foi possível, graças às dificuldades existentes, mas foram elas que fizeram a professora aposentada ser uma mulher forte e de fé.
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