O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1, que mede a inflação para as famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos, caiu 0,30% em maio, ficando abaixo da taxa de 0,04% registrada em abril. Com o resultado, divulgado nesta sexta-feira (5), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador acumula alta de 0,81% no ano e de 2,59% nos últimos 12 meses.
Nesta apuração, sete das oito classes de despesa, componentes do índice, registraram queda em suas taxas de variação. Mas, conforme explicou o economista da Fundação e responsável pela pesquisa, André Braz, foi a alimentação que mais contribuiu, pois o item tem o maior peso para as famílias de baixa renda. “A inflação de alimentos permanece alta, para os padrões atuais. Mas ela está perdendo fôlego. E isso, de certa forma, é bom, porque famílias de baixa renda comprometem mais de 30% do orçamento com alimentos. E se ele pelo menos começa a subir menos, é menos uma tortura para famílias que também foram mais afetadas pelo isolamento', destaca o economista.
André Braz destaca que a queda do IPC-C1 reflete a apatia da atividade econômica no país por causa do isolamento social e das restrições de funcionamento do comércio e serviços por causa da pandemia do novo coronavírus. Avalia também que o indicador vai continuar sua trajetória de queda, já que a pressão inflacionária está concentrada em poucos grupos. “Essa taxa negativa ainda tem fôlego para se repetir por algum tempo. Repetindo essa desaceleração dos alimentos que começou em abril, depois daquele pico em março, e também essa fase de melhor comportamento dos combustíveis. Se bem que a Petrobras, no mês passado, já anunciou aumentos fortes, da gasolina e do diesel, que ainda não repercutiram na inflação. Então, a inflação crescer não vai ser o desafio. O desafio para famílias de baixa renda em 2020 vai ser o desemprego resultante desse período pós-isolamento social", afirma Braz.
Em maio o Índice de Preços ao Consumidor BR, que mede a inflação para todas as faixas de renda, também registrou variação negativa mais intensa que o IPC-C1, de -0,54%.
Fonte: Rádioagência Nacional
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