O Ministério da Saúde informou, nessa quinta-feira (9), os primeiros detalhes da campanha de vacinação contra a Covid-19, prevista para começar em janeiro. A prioridade será vacinar 10% da população, pouco mais de 20 milhões de brasileiros: idosos com 80 anos ou mais, profissionais de saúde e segurança pública. Entre os primeiros a receber a vacina também estarão pessoas com as chamadas comorbidades, ou seja, com duas ou mais doenças que se associam.
Essa parcela da população é mais vulnerável a desenvolver a forma grave da Covid-19. Como a vacina deve ter duas doses, o ministério comprou mais de 40 milhões, por meio do consórcio internacional Covax Facility, que financia o desenvolvimento de nove vacinas experimentais.
A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, anunciou que pretende acelerar o processo de verificação das pesquisas feitas com as vacinas. Por isso, adotou a estratégia da submissão contínua dos dados, para não precisar esperar a conclusão do estudo para começar o procedimento que pode levar à abertura do processo de registro do imunizante.
O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, avaliou que o desafio é encontrar rapidamente uma imunização que seja segura, eficiente e de qualidade. E acrescentou que, apesar de geralmente exigir eficiência de 70% das vacinas, a agência reguladora pode registrar uma substância que apresente eficácia um pouco menor.
Entre as nove vacinas da Covax Facility está a desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, com a Universidade de Oxford. Antes de aderir ao consórcio, o Ministério da Saúde já havia feito uma encomenda tecnológica de 100 milhões de doses desse imunizante. Juntas, as duas compras totalizam 140 milhões de doses, que devem chegar ao país ainda no primeiro semestre de 2021.
A encomenda tecnológica prevê a transferência da tecnologia de produção da vacina para o Brasil. A partir do segundo semestre do ano que vem, essas vacinas devem ser fabricadas pelo laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, afirmou que os pesquisadores brasileiros esperam produzir de 100 milhões a 165 milhões de doses até o fim de 2021.
O plano de vacinação deve ser anunciado até o mês de dezembro. E os técnicos do Ministério da Saúde já sabem que haverá mudanças em relação às campanhas que conhecemos. A principal é que será necessário se identificar e se cadastrar por meio do sistema Conecte SUS, usando o CPF. A ideia é usar o cadastro para organizar a vacinação e evitar aglomerações nos postos de saúde. O sistema vai colocar em prática a caderneta digital de vacinação.
Como é bastante provável que surjam dois ou mais tipos de vacina e que elas tenham mais de uma dose, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do ministério, Hélio Angotti Neto, explicou que o cadastro vai ajudar a aplicar as vacinas corretamente.
Nessa quinta, o Ministério da Saúde atualizou o boletim epidemiológico semanal da pandemia do coronavírus. De 27 de setembro a 3 de outubro, o Brasil teve 188.842 novos casos registrados, o que representa uma redução de 0,5% na comparação com a semana anterior - o que significa estabilidade. Já o número de mortes por semana caiu 6%, para 4.581 vidas perdidas.
No balanço diário, o país teve 27.750 novos casos de Covid-19 e 729 mortes. Desde o primeiro caso, no fim de fevereiro, 5 milhões e 28 mil brasileiros foram diagnosticados com a doença e 148.957 vidas foram perdidas para o coronavírus.
Fonte: Radioagência Nacional
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