Por Núria Coelho Em Brasil

SP antecipa reabertura de cinemas, teatros e academias para fase amarela

Cidades como a capital paulista e do ABC poderão reabrir espaços culturais após 4 semanas de permanência na classificação

Celso Tavares/G1
Celso Tavares/G1
Theatro Municipal de São Paulo, em foto de 2019


O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (3) a antecipação da autorização de reabertura de teatros, cinemas, salas de espetáculo, academias e a realização de eventos culturais para regiões que estejam na fase amarela do plano de flexibilização gradual da quarentena no estado. Serão permitidos apenas eventos com público sentado e a previsão é a de que a reabertura ocorra na capital paulista no dia 27 de julho, quando o município apresentará estabilidade de 4 semanas na fase amarela.

"Lembrando que pra essa fase, esse setor, o funcionamento está previsto depois que a região tiver uma estabilidade de 4 semanas nessa fase amarela. Então não é funcionamento imediato a partir de segunda-feira, tem essa previsibilidade de 4 semanas", disse a secretária de desenvolvimento econômico Patrícia Ellen em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3).

As entidades dos setores econômicos de eventos e atividades culturais, como, por exemplo, cinemas e teatros, ainda terão que elaborar o seu protocolo de funcionamento e ter o documento aprovado pela vigilância sanitária. No entanto, o Governo de São Paulo estabeleceu algumas restrições que deverão ser seguidas para reabertura, são elas:

Ocupação máxima deve ser de 40%;

Público deverá permanecer sentado;

Uso de máscara obrigatório;

Venda de ingressos exclusivamente online;

Assentos devem ser marcados respeitando o distanciamento social;

Alimentos e bebidas não poderão ser consumidos nos estabelecimentos;

Adoção de protocolos específicos;

Eventos deverão controlar o acesso e o número de pessoas, observando a lotação máxima;

Funcionamento de até 6 horas por dia;

O Brasil tem cerca de 300 mil empreendimentos culturais e, segundo entidades do setor, aproximadamente 40% deles estão no estado de São Paulo. O segmento cultural é uma das atividades econômicas mais prejudicadas pelas restrições contra a pandemia do coronavírus no estado.

Com relação às academias, de acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, o funcionamento tradicional do setor só será permitido na fase 4 (verde). Na amarela, os treinos terão que ser individuais.

"Lembrando que academias no modelo tradicional estão previstas para funcionar na fase verde. Nessa etapa, o que elas podem ter de funcionamento validado pelo centro de contingência, é uma ocupação máxima de 30% da capacidade total, funcionamento máximo de 6 horas, e as atividades individuais são permitidas, somente as individuais, permitidas através também de agendamento, adoção dos protocolos específicos, uso de máscaras, agendamento prévio, e também seguimento dos protocolos definidos, com destaque pra limpeza intensificada dos equipamentos, 3 vezes ao dia, e restrição do uso dos vestiários", disse Patrícia Ellen.

A gestão estadual ainda apresentou algumas regras para que as academias das regiões classificadas na fase amarela possam ser reabertas, são elas:

Respeitar a capacidade máxima de 30%;

Uso obrigatório de máscara;

Agendamento prévio de clientes;

Funcionamento reduzido de 6 horas diária;

Apenas aulas individuais são permitidas;

Protocolos específicos para o setor ainda terão que ser aprovados;

Utilização de chuveiros de vestiários está suspensa, sendo permitido apenas banheiros abertos;

Equipamentos devem ser limpos ao menos 3 vezes ao dia;

Além da reabertura de setores que estavam fechados, a fase amarela também permite a ampliação do horário de funcionamento de atividades que já estavam liberadas na fase laranja.

O comércio de rua e os shoppings podem funcionar 6 horas por dia, contra as 4 horas diárias atuais. Escritórios, concessionárias e imobiliárias, que também estavam liberados para abrir na fase laranja, poderão estender o horário para 6 horas diárias a partir de agora.

Salões de beleza, bares e restaurantes

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou que vai assinar neste sábado (4) o protocolo de reabertura de bares, restaurantes e salões de beleza na cidade. A assinatura será feita às 11h, conforme adiantou Covas durante coletiva de imprensa do Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira (3).

O governo do estado determinou que os bares e restaurantes só poderão funcionar durante o dia nas cidades que alcançarem e se mantiverem na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena. A gestão estadual também indica que o horário de funcionamento não deve ultrapassar o período de seis horas diárias.

Os protocolos para retomada de atividades culturais e de academias, setores que também foram liberados na fase amarela da quarentena, na qual se encontra a capital, ainda estão sendo avaliados pela Prefeitura.

"A partir de hoje a gente começa uma discussão interna com a vigilância sanitária do município, dada essa nova decisão do governo do estado de São Paulo, de poder, já na fase amarela, reabrir as academias e também retomar atividades culturais. Assim que a prefeitura definir quando que isso será feito no município, nós comunicaremos a todos vocês", disse Bruno Covas.

Na sexta-feira (3) a gestão estadual ainda reforçou algumas regras para o funcionamento dos bares e restaurantes, são elas:

Ocupação máxima de 40%;

Funcionamento máximo por 6 horas, até as 17 horas;

Operações devem ser limitadas a ambientes ao ar livre ou arejados, com obrigatoriedade de assentos;

Uso obrigatório de máscara;

Adoção de protocolos específicos.

Com relação à reabertura dos salões de beleza, os estabelecimentos também deverão seguir algumas regras, são elas:

Ocupação máxima de 40% da capacidade;

Funcionamento máximo por 6h diárias;

Uso obrigatório de máscaras em todos os ambientes;

Adoção de protocolos geral e específicos para o setor.

"Na fase amarela é permitido o funcionamento a partir de segunda-feira (6) dos salões na capital, na região sudoeste e na região sudeste da Grande SP, com ocupação máxima de 40% e funcionamento reduzido de 6 horas, com obrigatoriedade do uso de máscaras e a adoção dos protocolos pra esse setor. Os protocolos têm detalhamentos importantes, como, por exemplo, agendamento e distanciamento, então são protocolos que precisam ser cumpridos, conhecidos e implementados por todos nesse setor", disse a secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen.

Grandes eventos

A gestão estadual também anunciou nesta sexta (3) que eventos, convenções e atividades culturais poderão voltar a acontecer quando houver uma estabilidade de quatro semanas do estado de São Paulo na fase verde (4). Ainda, segundo o governo, a previsão é a de que isso ocorra no dia 12 de outubro.

"Evento com publico em pé. Esses só podem operar a partir da fase verde, com a ocupação máxima de 60%, também sempre com a adoção dos protocolos, compra antecipada, assentos marcados e horários pré-agendados, esses eventos devem controlar o acesso e número de pessoas, observando a ocupação máxima. Para esses grandes eventos, é somente na fase verde e também com a estabilidade da região por 4 semanas", disse a secretária de desenvolvimento econômico, Patrícia Ellen nesta sexta (3).

As regras para esta etapa de flexibilização são válidas tanto para atividades culturais (museus, galerias de arte, acervos, centros culturais, bibliotecas, teatros, cinemas e salas de espetáculo), quanto para eventos do setor comercial (feiras e congressos e convenções).

As principais recomendações do governo do estado na fase de reabertura desses setores com público em pé, são:

Ocupação máxima de 60% da capacidade;

Uso obrigatório de máscara;

Marcações dispostas para delimitar a distância mínima de 1,5 m;

Adoção de protocolos geral e específicos para o setor;

Venda exclusivamente online;

Número e acesso de pessoas deve ser controlado.

Para começar a reabertura gradual do estado em 1º de junho, o governo dividiu o território de acordo com as 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS). A Grande São Paulo ainda foi subdividida em microrregiões. A flexibilização da quarentena é feita de modo diferente em cada uma dessas regiões.

Os cinco critérios que baseiam a classificação das Divisões Regionais de Saúde são: ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs); total de leitos por 100 mil habitantes; variação de novas internações, em comparação com a semana anterior; variação de novos casos confirmados, em comparação com a semana anterior; variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.

Esses critérios definem em qual das cinco fases de permissão de reabertura a região se encontra:

Fase 1 - Vermelha: Alerta máximo

Fase 2 - Laranja: Controle

Fase 3 - Amarela: Flexibilização

Fase 4 - Verde: Abertura parcial

Fase 5 - Azul: Normal controlado

Nesta sexta-feira (3) a cidade de São Paulo e 14 municípios da Grande São Paulo se mantiveram na fase amarela. Já a região de Campinas foi rebaixada para a fase vermelha, mais restrita, devido à piora nos indicadores de saúde.

O governo também anunciou na sexta (3) a possibilidade de ampliação do funcionamento do comércio de rua para 6 horas diárias, mas por 4 dias na semana nas regiões classificadas na fase laranja. As regras anteriores permitiam o funcionamento por apenas 4 horas diárias.

Problema nos dados diários de Covid-19

Por conta de problemas técnicos no sistema de notificações, a Secretaria da Saúde não divulgou, na coletiva de sexta (3), a atualização do total de casos confirmados. Apenas o número de novas mortes registradas de quinta (2) para sexta foi divulgado. Foram 343 novos óbitos confirmados em 24h.

O coordenador do comitê de saúde, Paulo Menezes, disse que os dados devem ser publicados ainda nesta sexta.

"Assim que nós concluirmos esse processo técnico, nós vamos divulgar, ainda hoje, eu espero, os números de casos confirmados do dia", disse Paulo Menezes.

Fonte: G1/Globo

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