Bem-Estar

O homem em busca de sentido

Dar um sentido à vida parte de reconhecê-la como dom, como presente e gratuidade

Paulo Teixeira

Escrito por Paulo Teixeira

05 JUN 2019 - 13H40 (Atualizada em 24 AGO 2021 - 15H57)

Apesar de exigir esforço humano, a descoberta do sentido também é dom. É um dom e por isso dá sentido, se fosse uma obrigação formataria uma condição, mas não geraria sentido. O paradigma do dom mostra que a vida precisa ser vivida da maneira como foi dada, pela gratuidade. Urge, desta forma, criar espaços de gratuidade onde a vida se manifeste e adquira sentido. Neste ponto ligamos nosso trabalho ao Reino de Deus, que nos vem revelado gratuitamente em Jesus Cristo da mesma forma que o Pai nos deu gratuitamente a vida. 

O anseio humano pelo sentido, só pode ter bom termo na dimensão transcendente. “o homem é essencialmente abertura” , e não uma abertura ao vazio e à inesgotável dúvida, mas aberto ao transcendente, àquele que é capaz de gerar sentido à existência.

O vazio em relação ao sentido se mostra também por causa de complicadas situações sociais como o desemprego, as prejudiciais condições de trabalho, as faltas de opção para o tempo livre, neuroses e depressão. Também gera o vazio, a desorientação, em meio ao excesso de informações e estímulos.

O problema de sentido atinge a todos de maneira igual não são raros os casos em que: “A crise de sentido dos incluídos os une aos excluídos. Aproxima-os também de todos aqueles que nem são mais considerados pelo sistema e pelos mecanismos de maximização do lucro: os desempregados, os pobres, os não formados, os não mais utilizados, os doentes, os velhos e todas as camadas populares que encontram-se à margem do sistema”.

As frustrações são um grande obstáculo para a pessoa que busca sentido. Sobretudo na sociedade consumista, o fato de não poder pagar por certas coisas pode trazer frustrações. Contudo as frustrações podem ser vistas como positivas. Apesar da pregação da sociedade consumista pós-modernas de que se deve ser intensamente feliz a cada momento. O sentido da vida não está no prazer ininterrupto, mas justamente na compreensão sobre os altos e baixos da vida.

A frustração é um momento de novo questionamento do sentido, de novas construções e tentativas de dar sentido à vida, um sentido unitário que conjugue até mesmo as frustrações.

O Documento de Aparecida convida a olhar para uma realidade em rápida transformação que interpela a todos, em diversos âmbitos da vida, seja social, cultural e certamente espiritual. Afirma o Documento: “Interessa-nos, como pastores da Igreja, saber como esse fenômeno afeta a vida de nossos povos e o sentido religioso e ético de nossos irmãos que buscam infatigavelmente o rosto de Deus, e que, no entanto, devem fazê-lo agora desafiados por novas linguagens do domínio técnico, que nem sempre revelam, mas que também ocultam o sentido divino da vida humana redimida em Cristo”.

Nesta perspectiva o Reino de Deus se apresenta como correspondência à vontade do Pai. E estabelece uma situação que possibilita a realização dos critérios de Deus, pois, “é nela que se encontra uma resposta interessante e original à indagação pelo sentido da vida”. “Deus incentiva as pessoas para que se engajem num processo de transformação do mundo. A sigla para esta transformação é o Reino de Deus. À medida que as pessoas engajam-se na dinâmica desse Reino, elas servem a Deus. À medida, portanto, que servem a Deus, realizam o sentido da vida”.

A pessoa é única, é o lugar para onde converge a diversidade. O ideal é que a pessoa possa filtrar e dar sentido unitário aos estímulos e informações que a bombardeia. Os excessos podem fragmentar as pessoas e os meios de comunicação “não podem mostrar o sentido unitário de todos os fatores da realidade, oferecem, ao menos, o consolo de ser transmitidas em tempo real, ao vivo e diretamente, com atualidade”. Segundo o Catecismo da Igreja Católica “a fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida”.

Escrito por
Paulo Teixeira
Paulo Teixeira

Jornalista formado na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), atua como editor responsável das revistas O Mílite e Jovem Mílite há mais de quatro anos. É autor do livro "A comunicação na América Latina".

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