Em Atos dos Apóstolos 1,14 é apresentado que os apóstolos estavam com Maria, a mãe de Jesus, outras mulheres e irmãos de Jesus, logo após a ascensão de Jesus ao céu. É significativo que Maria seja reconhecida com nome e o título de mãe de Jesus. Maria teve sua missão excepcional e única, contudo não se afastou da Igreja, da primeira comunidade. Maria não esteve em outros lugares depois da ressurreição do filho, mas esteve com a Igreja apostólica de Jerusalém. Maria é assim também mãe das comunidades cristãs.
Maria esteve muito perto de Jesus até na hora de sua morte na cruz. Agora, Maria está rodeada por aqueles que tinham abandonado a Jesus na hora mais difícil. Desta forma, Maria é a que reúne e revela a misericórdia de Deus para os que estremeceram. Esta comunidade teve a capacidade de superar a divisão, a tristeza e o medo, e também a traição de Judas para escolher um substituto e seguir sua missão. Se Judas foi aquele que guiou os soldados para prenderem Jesus e dispersar os apóstolos, Maria é aquela que guia os membros da comunidade à união e revela que mais do que um grupo são a Igreja.
No segundo capítulo de Atos dos Apóstolos é descrita a manifestação do Espírito Santo no dia de Pentecostes. É narrado que estavam todos unidos em oração. Talvez estes “todos” sejam os 120 membros recordados em At 1,15 que se reúnem ao redor dos doze apóstolos. Desta forma, percebemos que a comunidade de Jerusalém, embora pequena, talvez não fosse somente um grupo de doze homens recuados. Talvez, este detalhe revele que mesmo com perseguições, não eram poucos os que estavam unidos. Além do mais, não estavam associados por causa do medo, porque eram do grupo de Jesus, mas porque tinham convicções de fé e haviam aderido fortemente a Jesus, mesmo com as previsíveis perseguições.
Maria estava nesta comunidade. Não era a líder e sua “função” era de a mãe de Jesus. Ela era, de certa forma, a matriarca daquela comunidade corajosa. Ela inspirava e cultivava a audácia nos novos cristãos. O Espírito Santo recebido pelos membros logo após o envio missionário de Jesus, contava com Maria como animadora. Ela conhecia a “face” do Espírito Santo e conhecia bem a Jesus. Também conhecia a fraqueza dos discípulos e era o ponto de referência da Igreja de Jerusalém e também das nossas comunidades.
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