Quando nos deparamos com essa afirmação do novo testamento, pode se ter a impressão de que a mediação de Maria na vida dos fiéis é equivocada. Contudo, na constituição Lumen Gentium (60), do Concílio Vaticano II, é reforçado que Maria é quem é pela graça de Deus e não compete com Jesus, mas coopera com Ele para a salvação dos homens. “A função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece” (60). Toda a vida de Maria é um sinal de pertença a Deus e dedicação para a salvação de todos, dessa forma, Maria é também mãe dos fiéis pela graça de Deus.
Nossa Senhora é invocada como advogada dos pecadores, auxílio dos cristãos, perpétuo socorro e medianeira das graças porque os cristãos reconhecem nela uma importante ajuda para alcançar o único mediador que é Jesus Cristo. A Lumen Gentium no número 62 recorda que “Maria cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada”. Maria, digamos assim, é subordinada à mediação de Jesus. Sua ação na vida dos fiéis não é para conseguir “mais adeptos” para si do que para Deus. Maria é a serva fiel que assumiu Jesus em sua vida e tudo direciona para Ele.
Desta forma, Maria é modelo para a Igreja. Ela deu a luz, alimentou e educou a Jesus que é a cabeça da Igreja. “no mistério da Igreja, a qual é também com razão chamada mãe e virgem, a bem-aventurada Virgem Maria foi adiante, como modelo eminente e único de virgem e de mãe” (Lumen Gentium 63). Ela é mãe da cabeça e dos membros todos e ajuda também na educação e na criação dos fiéis.
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