Frei Luís Faccenda (OFM Conv) Fundador do Instituto Missionárias da Imaculada-Padre Kolbe
Com o episódio da anunciação, Deus revela à humanidade, que chegou o momento em que se deve realizar o mistério da encarnação, mas requer também formalmente o consentimento e a cooperação da humanidade para tal evento. Mas, quem será o representante da humanidade neste momento tão importante da história? Segundo o desenvolvimento da antiga aliança e segundo os mais comuns critérios humanos, este deveria ser sem dúvida um homem, talvez o sumo sacerdote. Mas não: a escolha divina, gratuita e surpreendente, cai sobre uma mulher. “Pode-se até mesmo dizer que Deus inverte as preferências: a uma mulher e não a um homem pede para pronunciar-se sobre o seu plano e oferecer-lhe a sua ajuda em nome da humanidade. Há uma prioridade expressamente reconhecida pela mulher. Esta prioridade aparece como uma resposta àquela que a mulher havia dado no drama da queda”. É o que sublinha o Concílio Vaticano II, comentando a cena da anunciação: “Quis o Pai das misericórdias que a aceitação da predestinada mãe precedesse a encarnação, porque assim como uma mulher havia contribuído para dar a morte, uma mulher contribuiria para dar a vida”.
Enquanto Eva fora a mulher do não, Maria é a mulher do sim; do sim ao dom da salvação e da graça de Deus: “Antítese de Eva que, no paraíso terrestre, disse não a Deus e levou Adão a dizer não, Maria é, sobretudo, a mulher que diz sim a Deus. Deus que respeita a liberdade humana não quer fazer nada sem a livre cooperação dos homens. Maria é o sim personificado, a livre aceitação personificada do dom divino. Isso manifesta o seu fiat da anunciação: Ela não escolhe aquilo que fará por Deus, mas abandona-se livremente a tudo aquilo que Ele fará nela, e por meio dela a palavra onipotente de Deus”.
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