Formação

Vida pelas vidas

Lendo a carta do Papa Francisco para os jovens, intitulada Cristo vive, nos recordamos de um homem santo eslovaco. Seu nome era Titus Zeman.

Escrito por Paulo Teixeira

07 ABR 2019 - 11H00 (Atualizada em 26 AGO 2021 - 13H33)

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Lendo a carta do Papa Francisco para os jovens, intitulada Cristo vive, recordei um homem santo eslovaco. Seu nome era Titus Zeman.

Padre Titus foi uma criança muito doente e sentiu sempre a proteção materna de Maria, Nossa Senhora das Dores é a patrona da Eslováquia, assim o pequeno Titus oferece em segredo sua vida a serviço de Nossa Senhora das Dores. 

Passado algum tempo Titus manifestou para sua família a vontade da vida consagrada. A família não gostou da ideia, pois, arcar com os estudos era muito difícil economicamente para seus pais. O padre, o bispo e o responsável pelo seminário também não concordavam, pois era muito jovem e acreditavam que esse desejo de servir à Mãe era uma vontade passageira, mas o pequeno possuía fortes argumentos.

Titus convenceu seus pais e os religiosos. Para seus pais apresentou a seguinte situação: “se eu morrer vocês vão ter de pagar o enterro, então gastem o dinheiro com meus estudos, pois Maria irá me proteger”; para os religiosos que temiam sua tenra idade disse: “que os padres poderiam fazer o que quisessem, mas ele ficaria ali no seminário”. Após a demonstração de tal determinação, familiares e religiosos perceberam a vocação verdadeira que brotava naquela criança, fraca, doente, mas escolhida ao serviço por Deus.

Os anos se passaram, a criança se tornou um jovem saudável, com caráter humilde e discreto, capaz de criar relações de cooperação e amizade, esforçado, estudioso e firme em sua vontade de entregar-se a Deus. Em 1938 fez seus votos solenes, era agora um sacerdote salesiano, com o passar dos anos se tornou responsável pelos estudos dos jovens que, agora desejavam fazer parte do corpo da Igreja.

Entretanto, como dizemos no Brasil, nem tudo são flores. Após a década de 1950, a Eslováquia tornou-se parte da União das Repúblicas Soviéticas, sendo assim o país se tornou comunista, levando a perseguição da Igreja e seus representantes no país. Os seminários foram fechados, padres e monges foram presos, igrejas foram fechadas e por aí vai.

Essa situação tão difícil trazia também outro problema, o que fazer com os jovens que desejavam ingressar na vida religiosa, como formá-los?

Padre Titus iniciou um projeto, onde os jovens interessados em seguirem os passos de uma vida consagrada a Deus eram levados a atravessar a fronteira entre a Eslováquia e a Áustria em uma peregrinação, atravessando montanhas e estradas cercadas por matas. Quando olhamos hoje o percurso, imaginamos ou refletimos que, não era tão grande assim a distância, geograficamente realmente não o é. Porém o percurso, o qual era realizado a pé, seguia as montanhas, tornando a distância e as condições da caminhada muito mais difíceis, além claro, do perigo contínuo de serem descobertos.

Entre os anos de 1950 e 1951 o padre conseguiu levar três grupos de jovens que chegavam a Áustria e posteriormente seguiam para a Itália, para que estudassem e se preparassem para o sacerdócio.

No final do ano de 1951 Padre Titus foi preso sob acusação de “espionagem e alta traição”, os comunistas pensaram em matá-lo, mas perceberam que criar um mártir era perigoso, assim o padre foi encarcerado, juntamente com outros religiosos que se opunham ao regime comunista. Ali sofreu muito, com torturas, maus tratos, falta de alimento, humilhações, no testemunho dos seus companheiros diziam que o santo sempre se manteve alegre e ofertava aos seus parceiros de prisão consolo e palavras gentis, foi solto depois de quase vinte anos de confinamento, no ano de 1964, mas o comunismo ainda o mantinha sob vigilância.

Padre Titus Zeman faleceu em 8 de janeiro de 1969, poucos anos após sua soltura e sua morte se deveu aos sofrimentos vividos durante a sua prisão.

Entretanto, o beato eslovaco, Padre Titus deixou uma grande obra. Vários são os religiosos que hoje atuam na Eslováquia, os quais, foram os jovens levados pelo religioso em um difícil e cansativo percurso para que pudessem ter o direito de servir a Deus.

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