Família não é um carnaval
Por Frei Patrício Sciadini, carmelita descalço
Aqui no Egito não há carnaval. São dias normais até o ponto de chatear as pessoas pela sua monotonia. Mas, pensando bem, é bom porque nos obriga a fazer uma revisão da vida. Nós, brasileiros, achamos que o carnaval é no mundo todo e que o Brasil não poderia viver sem carnaval. Como vivem os outros países, seria possível rever, e seria boa essa dimensão do carnaval, quer no plano econômico, mas especialmente no plano educativo. Dizem que por causa do carnaval nós perdemos um pouco da nossa seriedade, vivemos sempre dançando nas ruas ou jogando futebol nos campinhos da várzea. Não é verdade. Somos um povo sério, acolhedor, que tem dias belos, mas que vamos atrás de fumaça e não de churrasco, também é verdade. Nós nos contentamos com pouco e, quando as coisas não andam como queremos, as mudamos ou culpamos a sociedade ou as mudanças dos tempos modernos.
Mas por que todo este discurso e que tem a ver com família? É porque eu considero a família brasileira um carnaval? Aí vai o meu pensamento que pode ser que desagrade a vários leitores. Não faz mal, já estou habituado. Quando as coisas são confusas ou não são verdadeiras, são falsificadas ou mascaradas, a gente desabafa: “você pensa que aqui é carnaval?”. Significa que nem nós mesmos achamos que o carnaval é coisa séria, é fazer de conta que é, mas não é. Infelizmente a família muitas vezes parece... onde se faz de conta que tudo vai bem, que não há problemas, e na verdade queremos só salvar a fachada.
É o momento de reconstruir a família e de não permitir que os meios de comunicação, que não têm escrúpulos, apresentem a família como uma “pequena república”, onde cada um vive por si, sem um verdadeiro relacionamento de amor, de respeito e de afeto. A família não admite máscaras onde se escondem os verdadeiros conflitos.
É verdade que se pode citar também outro provérbio bem conhecido: “roupa suja se lava em casa”. Mas isto não funciona quando devemos defender a família das influências negativas, e onde tudo se permite para manter uma aparência. Pensar na família é ter presente diante de nossos olhos uma comunidade pequena, de pessoas que, unidas no amor, vivem o dia a dia buscando a construção da convivência pacífica no diálogo e na fraternidade.
Mas como se constrói a família? Não há como duvidar que a nossa preocupação do bem-estar econômico e da busca de nós mesmos são insuficientes para criar uma comunhão de vida. É preciso ter valores unitivos de fé, de esperança, e objetivos claros para que possamos juntos caminhar rumo a uma nova família.
A Igreja sempre insiste que a família é o tesouro que não pode ser tocado pelo câncer do relativismo e do consumismo. Os valores religiosos são fundamentais para que a vida dentro da família possa se desenvolver harmoniosamente. O convívio familiar, as agregações, não podem ser reduzidos a dias de “festa” onde os avós, os filhos e netos estão juntos e depois... cada um para o seu lado, com sua independência e sua solidão. O alicerce da família é o amor e será sempre o amor que, acolhendo no respeito as diferenças, sabe buscar a unidade e a solidariedade baseada não na estéril compaixão, mas sim no amor e no perdão recíproco.
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