A celebração da missa ou da eucaristia é um ato solene com que os católicos celebram o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, recordando a última ceia.
Por Padres Antônio Bogaz, Rodinei Thomazella e Professor João Hansen, Orionitas
A celebração da missa ou da eucaristia é um ato solene com que os católicos celebram o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, recordando a Última Ceia. Quando estamos em família ou com os amigos, nos reunimos em torno de uma mesa para celebrar um momento de partilha, de confraternização, de amizade e de agradecimento a Deus por todas as boas coisas que acontecem conosco. A Páscoa antiga, que os filhos de Israel faziam em memória de sua saída do Egito, chamada em hebraico de pessah, indicava o valor simbólico-espiritual da libertação do Povo de Deus.
Há dois mil anos também sua comemoração era feita da mesma maneira. E foi uma ceia que Jesus escolheu para reunir seus apóstolos durante a Páscoa na véspera de Sua Paixão. Jesus queria um ambiente de cordialidade para esse encontro, pois Ele sabia que seria o último dia para reunir os discípulos.
Aquela ceia seguiria o ritual das ceias cultuais judaicas. No início, o anfitrião tomava um pedaço de pão, levantava acima da mesa, e dizia uma oração antes de dividir o pão com todos. E para assegurar as graças divinas, a ceia incluía o sacrifício de um cordeiro.
Mas dessa vez Jesus tomou o pão, partiu-o e, no lugar da oração convencional, disse: “Tomai, todos e comei. Isto é o meu corpo que será entregue por vós”. Ao pronunciar aquelas palavras, Jesus se colocava no lugar do cordeiro sacrificado habitualmente, e os pedaços do pão que distribuía eram o seu corpo – que, pelo sacrifício na cruz, seria entregue para a salvação de toda a humanidade. Mesmo os discípulos tiveram dificuldade de entender o que Ele estava dizendo, pois somente Ele sabia o que iria lhe acontecer em seguida.Leia MaisA visão de São Maximiliano sobre a Páscoa Entrevista com Dom Antônio Carlos Félix sobre o sentido da Páscoa Frei Sebastião tem uma mensagem de Páscoa para vocêOs mistérios envoltos da Ressurreição de CristoAs sete dores de Nossa Senhora na Paixão de CristoTempo pascal: primavera da nossa vida Os mistérios do Santo Sudário de CristoPadre Zezinho medita as estações da Via-Sacra
No fim da ceia, novamente abençoou, pegando o cálice de vinho, e disse: “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, derramado em favor de muitos para remissão dos pecados”.
Ao dizer nova aliança (o que podemos entender pelo Novo Testamento), Jesus quis demonstrar que, entre Deus e os homens, não apenas Israel, mas todos os povos seriam chamados a ser Filhos de Deus. E, para deixar esta mudança totalmente inserida no coração dos homens de uma forma única, Jesus terminou dizendo: “Fazei isto em memória de mim”.
Desta maneira, foi instituído o sacramento da eucaristia, que é o ritual central da missa e a memória da paixão de Cristo, que chamamos de anamnesis. Nesse ritual, através da nossa comunhão com Cristo, mostramos nossa gratidão por poder partilhar a presença do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A missa, portanto, é o culto mais sublime de que participamos. Vamos à missa para ouvir a Palavra do Senhor, e saber o que Ele propõe para a sua família reunida; é nosso momento de participar da grande ceia que aprendemos com Cristo.
“Eram como ovelhas que não têm pastor”
O comentário teológico desta atividade messiânica é realizado por uma frase bíblica: “eram como ovelhas sem pastor”. Moisés diante de sua morte pede a Deus que estabeleça como chefe da comunidade “um homem que os preceda no entrar e no sair... para que a comunidade do Senhor não seja um rebanho sem pastor” (Nm 27,17). Como Josué tomará o lugar de Moisés, assim, os discípulos continuarão a missão de Jesus, o pastor messiânico que guia e protege a comunidade cansada e abatida. A motivação profunda do compromisso messiânico-salvífico de Jesus, que deve prolongar-se na missão dos discípulos, está na compaixão, naquele amor gratuito e ativo que o impulsiona a intervir para aliviar as misérias do povo, (Mt 14,14; 15,32; 20,34).
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