Por Padre Clemilson Teodoro
A devoção aos Corações de Jesus e Maria nos leva a experimentar a misericórdia de Deus. Ao mostrar seu Coração que “nada poupou até esgotar-se e consumir-se de amor”, Jesus toca a nossa realidade e nossos sentimentos, abrindo-nos as portas da plenitude do amor de Deus.
O coração sempre ocupou um lugar especial em todas as tradições; em todos os tempos ele foi identificado como o centro primordial da vida. Nas civilizações mais antigas, era o lugar do conhecimento; o Ocidente fez dele o lugar dos sentimentos. Na bíblia, o coração designa o que está oculto no interior e apenas Deus pode ver; é a sede das emoções, da inteligência e o órgão do conhecimento e da compreensão (Dt 8,5; Is 6,10). É o lugar da atenção, da memória, do pensamento consciente e da meditação; é ainda lugar do saber, da razão e da sabedoria (1Rs 3,12; Jó 9,4). O coração também é o lugar da vontade, onde nascem os projetos, onde se tomam as decisões.
O coração é o centro vital do corpo humano. Responsável pela circulação do sangue, mantém em funcionamento todos os órgãos. É símbolo das funções intelectuais, conhecido como um órgão inacessível, oculto no interior do corpo. O coração está em oposição à aparência externa; ele nos envia à realidade sobrenatural, designa o que está oculto no interior. Ângelus Silesius diz que o coração é o templo, o altar de Deus, que pode contê-lo por inteiro. Ele é o símbolo que descreve a relação do ser humano com Deus.
No tesouro da espiritualidade da Igreja, encontramos a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria; conhecer a fonte desta devoção nos conduz a um aprofundamento da nossa experiência com Deus misericordioso e nos ajuda a crescer na beleza da fé cristã.
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