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Papo de podcast

Confira uma entrevista com a jornalista Isabela Medeiros, criadora da empresa de produção de conteúdo e podcast “Ei Você do Lado Daí”

Escrito por Rede Imaculada

15 OUT 2022 - 00H00

Divulgação

Isabela Medeiros é jornalista com experiência em tradicionais redações brasileiras. É professora e criadora da empresa de produção de conteúdo e podcast “Ei Você do Lado Daí”. Participou da idealização do podcast da Rádio CBN “Vozes: Histórias e Reflexões”. Foi ganhadora do 41º Prêmio Vladimir Herzog na categoria áudio e indicada na 42a edição do mesmo prêmio com duas produções diferentes

Isabela, o que é quando surgiu o podcast?

O podcast surgiu no início do século 21 , em torno de 2004. Há muitas histórias sobre o surgimento do podcast, porém a mais aceita é de quando um DJ da MTV dos Estados Unidos tentou colocar um áudio dento de um blog. Foi ele o responsável por trazer esse feed para uma página da web. Podcast é junção de duas coisas: Pod vem do Ipod, aparelho de reprodução de áudio da Apple, e cast de broadcast, de transmissão. Em 2005 a palavra podcast entrou no dicionário de Oxford e passou a fazer parte do nosso vocabulário. Podcast é uma forma de consumir áudio sob demanda, diferente do rádio que é algo imediato. Ainda assim é possível aproveitar entrevistas importantes e programas especiais e transformá-los em podcast.

Seria, então, uma nova forma do bom e velho rádio?

Não existe nada acadêmico que comprove que o podcast é uma reinvenção do rádio. O que acontece é que há sempre uma discussão sobre o que é essa plataforma. Quando algo novo surge a gente, naturalmente, como ser humano, tende a colocar essa novidade dentro de uma caixa, ou assemelhar com algo e, por isso, talvez que podem pensar que o podcast é uma reinvenção do rádio, mas, na verdade, não. Tem sim o áudio como semelhança, mas são meios/plataformas diferentes. Nada sobrepôs nada. São coisas diferentes, com outro jeito de consumir, de produzir. Mais uma forma de propagar a informação.

Quais seriam as principais diferenças?

A principal diferença entre as duas plataformas é forma como a gente faz um ou outro. A produção é completamente diferente. O jeito de produzir é diferente, porque está falando para públicos diferente. No rádio os assuntos são mais quentes, o que acontece no cotidiano. No podcast você pode fazer isso, mas não necessariamente. Você pode trazer entrevistas mais frias. Você tira algumas amarras e fica mais livre, e o papo fica mais fluido. Consequentemente o jeito que o ouvinte vai ter acesso a essa informação, a esse partilhar de ideias será o feedback do ouvinte. Outra diferença é a questão de linguagem. Quando você está no rádio convencional você tem um jeito de falar, de chamar o seu ouvinte. No podcast você pode criar isso e mesclar esse jeito de falar com o ouvinte. Você pode brincar mais e interagir mais. A grade de programação também é diferente, na rádio convencional há a preocupação de ibope e audiência. No podcast é mais questão do tempo e segurar a atenção do ouvinte.

Quais as influências do rádio sobre o podcast?

Para mim seria muito complicado abrir uma produtora de áudio sem ter tido uma bagagem com rádio. Só existe essa minha produtora, porque antes eu tive uma vivência no rádio. Foi a criação da minha bagagem como um todo, porque pude aprender como funciona o áudio, como escrever para o áudio, como se portar diante do microfone. Para passar essa informação da maneira mais clara possível eu aprendi enquanto estive nas redações de rádio e também no período em que estive na TV.

Podcast é algo da moda? Uma forma atualizada de comunicação?

 Com a pandemia houve sim o aumento do consumo de áudio e também a criação de outros produtos dessa área. Uma pesquisa dos Estúdios Globo aponta que 57% dos brasileiros começaram ouvir podcast na pandemia, o que foi surpreendente, pois os produtores de podcast achavam que se consumia a plataforma na locomoção para o trabalho, escola, no trânsito, mas na verdade o consumo aumentou. Escrever o áudio para pessoas que estão fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo, ou para quem está apenas ouvindo o podcast. E isso foi um dos pontos de sucesso do consumo de podcast na pandemia. O rádio ainda tem lugar? Nada vai substituir nada. São estruturas diferentes que movimentam a economia de formas diferente e mais do que isso e o mais importante: são públicos diferentes. Existem pessoas que vão ficar só no podcast, pessoas que só assistem TV e outras que só ouvem rádio, como há também pessoas que consomem as três plataformas.

Fonte: Jovem Mílite

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