Igreja em Pauta

30 de julho: Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas

O objetivo da data é estimular a conscientização quanto à situação das vítimas desse crime. Com mais de 40 milhões de vítimas no mundo, o principal alvo do tráfico de pessoas é o trabalho análogo à escravidão

Escrito por Núria Coelho

30 JUL 2024 - 13H03 (Atualizada em 30 JUL 2024 - 16H05)

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Hoje, 30 de julho, o Brasil se une a países ao redor do mundo para marcar o Dia de Combate ao Tráfico de Pessoas. A data tem como objetivo alertar a sociedade sobre o crime que afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas e movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A atividade criminosa é persistente por ser lucrativa e por estar diretamente ligada à desigualdade social, econômica, racial e de gênero. Essas desigualdades, também chamadas de estruturais por serem sistemáticas e duradouras, contribuem para que grupos vulneráveis da população, como as mulheres e crianças pobres, os migrantes, os refugiados e os socialmente excluídos, aceitem propostas enganadoras e abusivas.

No Brasil, entre 2012 a 2019, foram registradas 5.125 denúncias de tráfico humano no Disque Direitos Humanos (Disque 100) e 776 denúncias na Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), ambos canais de atendimento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Entre os anos de 2010 e 2022 foram contabilizadas 1.901 notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN). Além disso, 60.251 trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão entre 1995 e 2022, segundo dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas.

Esses números não representam a totalidade de casos existentes no país. A suposição é de que haja muito mais, uma vez que não há um sistema unificado de coleta de dados sobre o tema. Os registros atuais são feitos por órgãos do governo e de instituições que não podem ser somados, considerando que não são utilizados os mesmos critérios para o registro das situações de tráfico, conforme aponta o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), no Relatório Nacional Sobre Tráfico de Pessoas (2017-2020).

Os dados abrangem o período de janeiro de 2020 a junho deste ano. Dom Evaristo Paschoal Spengler, da ordem dos Frades Menores Conventuais, é o convidado do Programa Igreja em Pauta de hoje.

Ele é atualmente bispo de Roraima e foi presidente da Comissão de Tráfico Humano da CNBB fala sobre o tráfico de pessoas. Acompanhe essa conversa!!

De segunda a sexta, às 7h e às 18h30.

Apresentação: equipe de jornalismo da Rede Imaculada


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