Fé popular na Imaculada Conceição
Espiritualidade

Fé popular na Imaculada Conceição

Fé popular na Imaculada Conceição

Paulo Teixeira

Escrito por Paulo Teixeira

09 OUT 2018 - 13H13 (Atualizada em 14 JAN 2021 - 15H39)

Bernardo Cavallino

Um fato claro e evidente no percurso do dogma da Imaculada Conceição é a sensibilidade dos cristãos na intuição deste privilégio mariano. Mesmo sem a definição por parte do magistério da Igreja, que ocorreu somente em 1854, os fiéis já tinham clareza da sua importância para a fé católica.

Não é possível registrar a fé popular. Temos textos antigos e obras de arte que apresentam o culto à Imacualda Conceição, mas não há documentação sobre a piedade popular. O chamado Proto-evangelho de Thiago é um texto que foi escrito depois dos Evangelhos que conhecemos e com intuito diferente daquele da primeira catequese. Mas, neste texto se fala que Maria teria sido concebida de maneira milagrosa e sem contato com homem. Talvez este texto contenha afirmações fantasiosas e sem a solidez da fé, contudo, se percebe a intuição inicial de uma concepção de Maria isenta do pecado.

Santo Agostinho, bispo do século IV, afirmava que “a piedade impõe reconhecer Maria sem pecado”. Apesar disso, Agostinho não tinha claro se Maria havido sido concebida sem o pecado original. Mas respeitava e compreendia o influxo da piedade popular.

A partir do século XI a festa da Imacualda Conceição se expande embora haja quem a considerasse sem fundamento. Em 1435, durante o Concílio de Basiléia, foi ressaltada a dificuldade que seria para os fiéis em pensar Maria como tendo experimentado o pecado. Entre debates da teologia acadêmica e a experiência de fé das comunidades, no século XVII se consolidou que a Imacualda Conceição era um fato universal e com profundas raízes. Prova disso é que havia diversas confrarias dedicadas à Imaculada, cidades a tinham como padroeira e na ladainha foi acrescido o título Virgem preservada.

Os religiosos franciscanos juraram, em 1621, de defender a Imacualda Conceição e assinavam os atos de consagração a Ela com o próprio sangue. Muitos achavam que esta era uma opinião particular de um grupo de fiéis, mas Santo Afonso Maria de Ligório afirmou que a celebração da Igreja e a fé popular garantiam que a concepção Imacualda de Maria fosse uma realidade certa.

As inspirações de Santa Brígida e as aparições em rua Du Bac, na França, impulsionaram e confirmaram a fé na Imacualda Conceição que se mostrou com um papel eficaz para mostrar que um fato eclesial supera os debates teológicos .

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Paulo Teixeira
Paulo Teixeira

Jornalista formado na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), atua como editor responsável das revistas O Mílite e Jovem Mílite há mais de quatro anos. É autor do livro "A comunicação na América Latina".

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