A origem de Jesus Cristo, porém, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José. Mas antes de morarem juntos, ficou grávida do Espírito Santo. José, seu marido, sendo homem justo e não querendo denunciá-la, resolveu abandoná-la em segredo. Mas enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho e disse: “José filho de Davi não tenhas medo de receber Maria, tua esposa, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus. É ele que salvará o povo de seus pecados”. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão com o nome de Emanuel, que significa: Deus conosco. Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor lhe tinha mandado e aceitou sua esposa.
Chegamos ao quarto domingo do Advento. O último em preparação para o Natal do Senhor. No evangelho de hoje, conforme já havia anunciado o profeta Isaías, Mateus nos fala do nascimento do Emanuel, Deus Conosco.
Isaías profetizou que uma moça conceberia e daria à luz um filho cujo nome seria designado por Deus (Is 7,14). Este nome foi revelado a José quando o anjo lhe disse: “Jesus será seu nome”. Jesus em hebraico significa Deus é Salvação, Deus é quem Auxilia, é o Salvador e Redentor.
Jesus é, portanto, o Messias, o portador da salvação, aquele que vem para redimir a humanidade dos seus pecados. Conforme dizia Santo Agostinho, Jesus se fez homem para que o homem se tornasse santo. Jesus assumiu a natureza humana a fim de nos tornar imortais. Assim como a Virgem Maria, também São José, seu marido, fazia parte do Projeto de Salvação. Repare que Mateus diz que José, marido de Maria, é um homem justo.
Ressaltamos alguns costumes da época para entendermos este evangelho. Naquele tempo, o casamento acontecia em duas etapas. Primeiro os noivos, junto com seus pais e duas testemunhas, assinavam um contrato. A partir daí, o casal já era marido e mulher, porém, ainda não iam morar juntos.
Normalmente decorria ainda um ano antes de viverem juntos. Período necessário para as famílias se conhecerem melhor e para os noivos adquirirem um pouco de maturidade, pois na época, os noivos casavam-se bem jovens. Decorrido um ano dava-se uma grande festa, a esposa era conduzida à casa do marido e os dois começavam sua nova vida.
Com o noivado, o casal já estava legalmente unido em matrimônio. Portanto, na Anunciação, Maria já estava desposada por José. Legalmente ela já era sua esposa. Por tudo isso, podemos imaginar a grandeza do Sim da jovem Maria quando o anjo lhe anunciou que, por obra do Espírito Santo, ela conceberia o Filho de Deus.
Certamente não deve ter sido fácil para Maria assumir essa tarefa. Como explicar para seu noivo que Deus a havia incluído em seu Plano de Salvação? Um Projeto do qual ela pouco sabia. Como encarar a sociedade e dizer que estava grávida, antes do casamento? A lei era clara; a mulher nessa situação era apedrejada e marginalizada.
Por outro lado, imagine-se na difícil posição de José. Sua esposa está grávida e ele não é o pai. Aqui se revela a fé, o amor e o senso de justiça desse jovem. O que aconteceu com José deve servir para compreendermos e aceitarmos as ações de Deus em nossas vidas. É preciso acreditar sempre.
José já havia decidido deixar Maria sem dizer para ninguém o motivo da separação, para não prejudicá-la ainda mais. No entanto, quando o problema parecia insolúvel, Deus intervém e esclarece todas suas dúvidas. Sutilmente, Deus sempre arruma uma maneira de revelar-se.
Quando acordou, José fez como o anjo lhe ordenara, aceitou Maria como sua esposa. José era um homem justo, porém como acontece com todos nós, foi submetido a uma provação. Deus sempre faz uso das tribulações para testar nossa fé. A grandeza de José transparece através da sua aceitação e obediência.
É isto que o define como “justo”. Na Bíblia, justo é quem está em sintonia com Deus e, José não só aceita o Plano de salvação de Deus, como também colabora com ele. Neste Natal, vamos também entrar em sintonia com Deus, acreditar e reafirmar a esperança na Vida Nova que irradia da manjedoura.
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