Por Espiritualidade Em São Maximiliano Kolbe Atualizada em 19 MAR 2019 - 14H21

Cada coisa tem sua finalidade na natureza

Evangelizar oportuna e inoportunamente



São Maximiliano Maria Kolbe


Padre Kolbe escreveu um artigo narrando uma experiência que viveu em uma viagem de trem; podemos constatar que ele não deixava passar nenhuma oportunidade para levar a todos o conhecimento da verdade que liberta. Ele até se mostra muito ousado em enfrentar pessoas de fé e opiniões diferentes.

O trem corria de Varsóvia em direção a Toruń. Na minha frente um jovenzinho estava discutindo animadamente com outras duas pessoas sobre lucros e patrimônios(...) e precisamente aquele que tinha o papel determinante na conversa era judeu.

“Provavelmente dentro em breve o senhor se fará batizar”, intervenho eu.

Todos nós, porém, temos um único objetivo comum. Cada um de nós, se refletir um pouco, deve reconhecer que neste mundo, mesmo que alguém possuísse e desfrutasse o maior número possível de coisas, iria querer possuir e desfrutar sempre mais e não descansaria até o infinito. O nosso objetivo comum, portanto, é alguma coisa de infinito e de eterno, Deus. Dele saímos e a Ele tendemos por um impulso natural.

“Mas onde está esse Deus? Como é possível que Deus seja um homem de longa barba branca, como é pintado nos quadros?”.

“E quem afirma isso? Deus está em todo lugar. Mas me diga o senhor: como fazemos nós homens, que não temos a possibilidade de formarmos um conceito sem a representação sensível de uma coisa, imaginarmos Deus, Espírito puríssimo? (...) Não obstante, nós temos que representá-lo de algum modo. O mesmo acontece com os quadros que representam a Deus”.

“Eu imagino que Deus é a própria natureza.”

“Mas o que é, na totalidade, essa natureza?”

“...”

“Esta natureza tem por acaso razão?”

“...”

“Nós chamamos racional a uma ação feita com uma finalidade. Não é assim? Irracional chamamos ao que se faz sem um objetivo, ou que utiliza meios não adequados para o objetivo. Não é assim?”

“Exatamente.”

“Tomemos, como exemplo, o olho e o ouvido humano. Quantas partes há neles: tudo é formado e composto de modo que se consiga um objetivo, ou seja, ver e ouvir. Aqui se vê uma ação finalizada, racional, portanto. Agora eu pergunto: De quem é a mente, que projetou e compôs tudo isso? A nossa, a dos nossos pais ou dos nossos antepassados? Pois bem, a ciência ainda não conseguiu investigar os mistérios dos organismos já existentes, já formados. Entretanto, salta imediatamente aos olhos a finalidade existente na composição mesmo somente de um olho ou de um ouvido, ou seja, devem servir para ver e ouvir. Até se nos divertíssemos julgando ser evolucionistas e pregássemos que tudo isso se desenvolveu partindo de uma certa matéria primitiva, permanecia sempre a mesma pergunta: e quem deu a existência a essa matéria? E quem, com tanta sabedoria, a dotou de movimento, de modo que depois de tantos e tantos anos, durante os quais aconteceram tantas transformações, pudesse proceder segundo esse objetivo estabelecido? Pois bem, esta mente, Aquele que se faz guiar por uma inteligência semelhante, nós os chamamos Deus”.

“... Agora reconheço que Deus existe...”

O trem diminui a velocidade. Łowicz. Movimento. Descida... Tomo entre as mãos o rosário.

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