Por Jorge Lorente Em Palavras de Vida Atualizada em 10 MAI 2020 - 08H24

A última lição de Jesus

Perto de se separar dos discípulos, Jesus, agora, oferece-lhes a última lição. Acompanhe a reflexão das leituras deste domingo em Palavras de Vida

Domínio público
Domínio público
"O Pai e eu somos um"


Olá, meu amigo e minha amiga, mais uma vez nos reunimos para meditar a Palavra de Deus deste dia. 

A liturgia deste Quinto Domingo da Páscoa, 10 de maio, nos convida a refletir sobre a Igreja, sobre essa comunidade que nasce de Jesus e cujos membros continuam o caminho que Ele indicou, dando testemunho de total entrega aos projetos de Deus e de amor aos irmãos.

Vejamos as leituras de hoje:

Primeira Leitura At 6,1-7

A primeira leitura nos apresenta alguns traços que caracterizam a família de Deus, que é a Igreja. Lembra que a Igreja é uma comunidade santa, embora formada por homens pecadores. Existe uma hierarquia, mas o serviço da autoridade é exercido no diálogo com os irmãos; é uma comunidade de servidores, que recebem dons de Deus e que põem esses dons ao serviço dos irmãos. A Igreja é uma comunidade animada pelo Espírito, que vive do Espírito e que recebe do Espírito a força de ser testemunha de Jesus na história. Esta leitura tirada do livro dos Atos dos Apóstolos nos apresenta o testemunho da Igreja de Jerusalém. Aqui aparecem, pela primeira vez, os helenistas que irão exercer um papel fundamental na expansão do cristianismo. O texto ressalta um clima de tensão entre os hebreus e esses helenistas. Vejamos que são esses grupos: ambos são membros da comunidade cristã de Jerusalém. Os hebreus são cristãos de origem judaica, originários da Palestina, que falam o aramaico, que leem a Escritura em hebraico e que teriam sido convertidos pela pregação de Jesus e dos apóstolos. Porém, os hebreus continuam muito apegados às suas tradições e têm, normalmente, um alto apreço pela Lei e pelas interpretações dos rabis. Os helenistas são cristãos também de origem judaica, mas originários da diáspora israelita, isto é, daquelas comunidades judaicas espalhadas por todo o império romano e, por todo o mundo da época. Os helenistas falam o grego e leem as Escrituras em grego. Residem em Jerusalém temporariamente. O seu contato com outras realidades culturais torna-os mais tolerantes e abertos à novidade. Com dois grupos tão diferentes, era natural que, mais cedo ou mais tarde, surgissem tensões e conflitos. Convém lembrar que os conflitos persistem ainda hoje. Alguns defendem a Igreja com unhas e dentes, tentando justificar até falhas injustificáveis; outros a atacam cegamente, culpando-a de todos os males do mundo. É preciso lembrar que eu, você, todos nós que somos Igreja, formamos uma comunidade em contínuo processo de conversão, que testemunha ao mundo o plano de salvação de Deus.

Salmo 32(33)

O salmo 32 é uma oração de agradecimento, feito no meio da comunidade dos pobres. Aparentemente, o salmista é um pobre que, em meio a uma situação difícil, fez a experiência da solidariedade de Deus e foi liberto. Trata-se de um convite para a comunidade dos pobres se comprometerem com o projeto de Deus, Projeto do qual brotou a justiça. É um convite para reconhecer que Deus é Deus, e que o homem não é Deus. O salmista deixa transparecer a necessidade de empenhar a própria vida na luta pela verdade e justiça, para que todos possam viver dignamente. Essa é a luta que constrói a paz. Nessa luta o Senhor toma o partido dos justos, ouvindo seus clamores, libertando-os e protegendo-os. Por outro lado, o Senhor Deus se posiciona contra os injustos, que são destruídos pelo próprio mal que produzem.

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Segunda Leitura – 1Pd 2,4-9

A segunda leitura também se refere à Igreja e a chama de templo espiritual, do qual Cristo é a pedra angular e os cristãos pedras vivas. Essa Igreja é formada por um povo sacerdotal, cuja missão é oferecer a Deus o verdadeiro culto; uma vida vivida na obediência aos planos do Pai e no amor incondicional aos irmãos. Pedro recorda aos destinatários da carta o exemplo de Cristo, que passou pela cruz, antes de chegar à ressurreição. Toda esta carta é um convite à esperança.. Apesar dos sofrimentos do tempo presente, os cristãos não devem desanimar, pois estão destinados a triunfar com Cristo. Pede-lhes que enfrentem corajosamente as adversidades e que vivam com fidelidade o seu compromisso batismal e exorta os cristãos a crescerem na fé, para chegarem à salvação. A imagem determinante deste texto é a da pedra que é usada, sobretudo, referindo-se a Cristo. No antigo Templo de Jerusalém, construído com pedras, se ofereciam sacrifícios de animais para expressar a comunhão do Povo com Deus, mas no novo Templo, que tem Cristo como pedra angular e os cristãos como pedras vivas, ligadas a Cristo, se oferece agora sacrifícios espirituais: uma vida santa, vivida na entrega a Deus, na doação e serviço aos irmãos. Este Templo, essa construção será rejeitada pelos homens; lembra, aqui, a paixão e morte de Jesus; lembra também as dificuldades que os cristãos em geral e os destinatários desta carta encontram na vivência e no testemunho da sua fé. Mas, para Deus, esta comunidade, esse Templo, será uma geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para anunciar os louvores. A imagem do templo traduz a realidade de uma comunidade que se junta ao redor de Cristo, que vive em união com Ele, que comunga do seu destino, que assume totalmente o seu projeto. Essa comunidade tem nome, ela chama-se Igreja.

Evangelho Jo 14,1-12

Neste Evangelho, através do capítulo 14, versículos de 1 ao 12, João ressalta que Jesus é o caminho que leva ao Pai, a verdade que veio do Pai e a vida do Pai em nós. Todos que acolhem esta proposta tornam-se Homens e mulheres Novos, que possuem a vida em plenitude e que integram a família de Deus, a família do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Estamos na fase final da caminhada histórica do Messias. Até este momento, Jesus cumpriu a sua missão em confronto aberto com os dirigentes judeus. Precisamente o último e mais importante dos seus sinais, a ressurreição de Lázaro. Esse fato levou o Sinédrio a decidir que Jesus deveria morrer. Portanto, Jesus está consciente de que sua morte está bem próxima. O ambiente nos coloca em uma ceia de despedida. Nessa ceia, realizada na quinta-feira à noite, pouco antes de sua prisão, na véspera de sua morte, estão Jesus e os discípulos. Durante a ceia, Jesus se despede dos discípulos e faz as suas últimas recomendações. As palavras de Jesus soam com um testamento final; Ele sabe que vai partir para o Pai e que os discípulos vão continuar no mundo. Os discípulos, por sua vez, já perceberam que o ambiente é de despedida e que, daí a poucas horas, o seu mestre lhes será tirado. Estão inquietos e preocupados. A aventura que eles começaram com Jesus, na Galileia, parece estar chegando ao fim, pois o Mestre irá morrer. Os discípulos não sabem o que vai acontecer nem que caminho eles irão percorrer. Sobretudo, não sabem como é que manterão, após a partida de Jesus, a sua relação com Ele e com o Pai. Na Sua imensa sabedoria, Jesus percebe que só falta agora, oferecer aos discípulos a última lição, a lição do amor que se dá até à morte. Falta também o dom do Espírito, que capacitará esses homens para viverem como Jesus, na obediência a Deus e na entrega aos homens. Para que se cumpra esse último ato de sua vida, Jesus tem de passar pela morte, tem que ir para o Pai. Ao dizer vou preparar-vos um lugar, Jesus sugere que tem de ir ao encontro do Pai, para que todos os homens e mulheres possam, através da lição do amor e pelo dom do Espírito, fazer parte da família de Deus.

Acompanhe ao vivo o Quadro Palavras de Vida, aos domingos, a partir das 9h (horário de Brasília), pela Rádio Imaculada.

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