O capítulo 12 do Docat, intitulado “A prática da caridade. O compromisso pessoal e comunitário” discute, entre outras coisas, ser cristão é uma questão privada? Não se pode ser cristão apenas para disso se aproveitar privadamente. Ser cristão é o encontro com a pessoa do Cristo. Procurá-lo no “menor” dos seres humanos (Mt 25,40), segui-lo, em suma, imitá-lo (Tomás de Kempis) é a forma mais imediata de ser cristão (Docat, n. 305-306).
O ser humano deve ouvir a voz da sua consciência, mas ela também pode errar, como diria Emmanuel Kant, corromper. Na perspectiva cristã, a consciência possui fundamentalmente a capacidade para distinguir o bem e o mal.
Todavia, o ser humano deve formar a sua consciência tendo como referência os mandamentos de Deus e as necessidades de nosso tempo; de outro modo, ela serve apenas como desculpa preguiçosa para todas as maldades imagináveis (Docat, n. 307). Colocando o “poder” no centro, a sociedade estrutura-se segundo o direito do mais forte, mas isso não é cristão. Gratidão, sentido e responsabilidade determinam a nossa vida individual e comunitária. Confiança, consolação e alegria de viver tornam-se plausíveis.
A caridade social supera o espírito de impessoalidade, cria coesão na sociedade e permite uma consciência social que vai além dos limites confessionais (Cf. Docat, n. 308). O Docat, depois de oferecer o fundamento da caridade social, oferece uma orientação sobre os passos a serem dados para o compromisso social pela fé.
O primeiro passo é sempre construir uma relação pessoal intensiva com Jesus, desenvolver um amor cada vez mais profundo pela Igreja e levar uma vida social comprometida. E nós, sendo cristãos, devemos ser mais que boas pessoas. Ser cristão é fazer a vontade de Deus apreendida de Cristo que não viveu para si mesmo, mas “para nós”, por isso, o cristão busca realizar a vontade de Deus defendendo os verdadeiros interesses do ser humano, sobretudo, dos pobres (Docat, n. 310).
O jovem não está sozinho nesta missão, é apoiado pela Igreja que é um lar para animar os cristãos pela mesma esperança, cujas forças são limitadas, mas que são restauradas por Deus por meio dos sacramentos, da Palavra de Deus, e pelo testemunho no Cristo Ressuscitado.
A Igreja marca a diferença pelo espírito da caridade que perpassa os organismos eclesiais, como instituições caritativas, serviços sociais, festas para os pobres, coleta de roupa e outras atividades que revelam a consciência do grande valor que é sermos todos amados por Deus (Docat, n. 311-312).
Além da Igreja, há muitas organizações que merecem que os cristãos colaborem com elas. A Igreja não deve ser fechada em si mesma, mas colocar-se em saída e ir às periferias existenciais. A Igreja é um corpo, formado por todos os batizados, um povo de pecadores e de santos. Cada católico deve comprometer-se na Igreja e pela Igreja e encontrar seu caminho para, com ela, construir uma sociedade segundo o espírito do Evangelho (Docat, n. 313).
Os cristãos têm Jesus para oferecer ao próximo. Aqueles que lutam por um mundo mais humano, no meio das necessidades e das desgraças do tempo, não têm na bagagem nem os melhores planos sociais, nem os melhores conceitos sobre finanças, nem sequer muitas vezes os maiores idealismos, mas têm para partilhar: um Deus que se fez homem.
O Deus de Jesus Cristo conhece e compreende cada um de nós em nossa humanidade. Quem decide por uma vida com Jesus na Igreja, corre, em muitos países, o perigo de percorrer seu caminho sozinho e incompreendido. Por isso é preciso a “Igreja em miniatura”: os pequenos grupos, Igreja doméstica, encontros de oração, pequenas células, círculos bíblicos, comunidades espirituais, grupos de estudo etc... Numa comunidade em que todos se possam sentir unidos na amizade, os jovens cristãos podem fortalecer- -se reciprocamente na fé (Docat, n. 315-316).
E aí, moçada, interessante, não? E você, participa de um grupo de jovens ou leva a fé ainda de forma privada? E como anda o compromisso social do seu grupo de jovens? A bússola para o compromisso para nós cristãos é a Sagrada Escritura, mas também a Santa Tradição, e esta fé, que cresceu e se aprofundou ao longo de dois milênios, encontra no Catecismo da Igreja Católica a sua expressão atual.
Quem se empenha socialmente encontra os conhecimentos centrais da Igreja nas encíclicas sociais desde Leão XIII, isto é, no Magistério da Igreja... Para ajudar vocês a terem acesso a essa riqueza, a Igreja oferece volumes que trazem o resumo do Catecismo da Igreja Católica e do Compêndio da Doutrina Social da Igreja, respectivamente Youcat e Docat (Docat, n. 318).
Quer saber mais, acompanhe nosso programa Doutrina Jovem, todos os sábados às 14h00 na Rádio Imaculada. Coragem, moçada, vão em frente! Aquele abraço! Deus os abençoe!
Fonte: O Mílite
Paróquia NSra. de Lourdes recebe divulgadores da MI
Obrigada por estar aqui
Nós passamos por muitas coisas neste ano. Para nossa família consagrada, o mais difícil foi ficar sem enviar nossas revistas para você em alguns meses. Isto doeu bem no coração da nossa Obra, porque sabemos que estas páginas são muito mais do que palavras e imagens bonitas. Elas são o nosso vínculo mensal. Mesmo tendo que oferecer este sacrifício, por conta dos altos custos que encontramos na missão, a nossa relação de mílites consagrados não mudou. Aliás, chego a dizer que ela se fortaleceu, porque a dor nos solidarizou e nos uniu ainda mais. A dor de um é a dor de todos na família, não é mesmo?
Mergulhar sem medo
Dia destes estava me preparando para nadar. Olhei para piscina e entrei sem pensar muito. Nadei, nadei e em certo momento percebi que a água e eu parecíamos ser uma coisa só. À medida em que dava braçadas, eu me sentia abraçada pela água num esforço mútuo de ir para frente. Mergulhei até tocar o fundo da piscina. Então senti que a água, além de parecer uma coisa só comigo, também exercia alguma pressão sobre mim. Subi para a superfície e novamente aquela suavidade voltou a aparecer. Como pode? A mesma água que exerceu pressão, proporcionar suavidade e relaxamento? Pensei na vida e neste ano que estamos a encerrar. Às vezes ela, a vida, se parece com a água: pode ser suave e calma, como também pode pressionar. Vai depender muito do momento e da forma como estamos nadando.
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