Por Túlia Savela Em A Santa Missa Atualizada em 14 MAI 2020 - 14H33

A oração é a escola e o sustento da missão

Frei Sebastião explica o que é e como viver o jejum, a caridade e a oração, convocados pelo Papa, e explica as ricas afirmações de Jesus do Evangelho de hoje que envolvem oração, intimidade com Deus e apostolado


Oração é Alimento


Frei Sebastião explica, na homilia de hoje, o que é e como viver o jejum, a caridade e a oração, convocados para hoje, pelo Papa Francisco. O franciscano menor conventual explicou as ricas afirmações de Jesus, no Evangelho desta Quinta-feira da Quinta Semana da Páscoa, 14 de maio, dia também de São Matias, apóstolo e mártir.

O sacerdote voltou a ofereceu a Missa pelos doentes atingidos pelo novo coronavírus, por todas as famílias que estão abatidas pelo sofrimento, e por todos os que andam angustiados.

A celebração ocorreu no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, na sede da MI, em São Bernardo do Campo - SP. Acompanhe aqui as leituras da Santa Missa, e, aqui, o vídeo com a celebração completa, a contar dos 33 minutos iniciais.  Às 20h, haverá nova celebração, com a bênção do Santíssimo Sacramento, acessível pela Rádio Imaculada (1490 AM, na Grande São Paulo; 107,1 FM, em Atibaia - SP, 97,3 FM, em Maceió - AL e 580 AM, em Campo Grande - MS), e em Radio On-line e pelo aplicativo Milícia da Imaculada, além das redes sociais do Santuário: Facebook e Youtube.

Confira a seguir, em áudio e texto, a homilia e as orações finais. A edição de áudio é de Paulo Cardoso:

Homilia

É sempre motivo de reflexão, sobretudo, a primeira parte da Missa, dedicada à Palavra de Deus. O Evangelho de hoje está carregado de coisas importantes: “Como o Pai me amou, eu amei você”. Como é que Deus Pai amou Seu Filho? Amar significa existir em função de. Jesus é o fruto, é tudo quanto realiza o Pai. Deus Pai se realiza no filho. E “como o Pai me amou”... Como é que o Pai também amou o Filho? Enviando-o ao mundo. Para quê? Para salvar os homens. Então, Jesus disse assim: “Como o Pai me amou, Eu amei vocês”. É a mesma coisa. Atrás do amor tem uma missão. É incrível isso, né? “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. Jesus deu a vida. Então, Ele manda amar desse jeito. E Jesus, com esse amor, vai concretizá-la outra vez: a missão. Como Ele foi enviado para salvar, Ele envia os apóstolos para salvar o mundo, dando o grande mandamento: “Amai-vos como eu vos amei”.
E a gente se pergunta: como é que Jesus amou a gente? Até o fim; dando a vida por nós. Quando a gente pensa nisso, nós temos, assim, uma sensação incrível: o Cristianismo não é brincadeira não, é uma dedicação radical.
Amor é doação. Até quando, até que ponto? Até dar a vida. Alguém pode amar mais do que dar a vida? Não. Jesus dá o máximo. E Jesus manda os Seus apóstolos para o mundo, com esse gesto, esse grande amor.
É fácil ler ou ouvir o Evangelho. É fácil para o padre falar isso, mas o amor envolve uma doação radical da vida da gente, é a busca de um equilíbrio constante da nossa vida numa única direção: amar até o fim.
Hoje tem a festa de São Matias. Como sabemos, Judas traiu Jesus. Os apóstolos eram Doze e, com o afastamento de Judas, ficarem Onze. Pedro queria restabelecer o número de Doze. Fizeram uma eleição e caiu sobre Matias que, desde o começo, como os apóstolos, seguiu Jesus.
Quero lembrar a diferença entre discípulos e apóstolos. No evangelho, encontramos essas duas palavras dirigidas também para os apóstolos, que eram chamados de discípulos. Discípulos significa “alunos”, ou seja, aqueles que seguem. Então, antes de serem apóstolos, eles foram educados, orientados, formados por Jesus, seguiram Jesus. Aí são chamados de discípulos.
Apóstolo vem de uma palavra grega, que significa “enviado”. Portanto, são discípulos aprovados, que receberam aprovação e, a partir daí, foram enviados: “Como o Pai me enviou, eu envio vocês”. Assim, a palavra Apóstolo significa “enviado” por Deus para continuar a obra de Jesus Cristo. Isso é muito importante.
A Igreja é formada, puramente, por essa dimensão de discipulado e de apostolado. Todos nós somos discípulos e apóstolos.
O que é o discípulo, então? É aquele que se forma. Qual é a escola dessa formação? Primeiramente a oração. A oração é a escola autêntica de preparação, e não somente de preparação, mas de sustentação, de iluminação.
Hoje é um dia de oração, né? O que é a oração? Este estado de intimidade com Deus, onde você louva, onde você pede perdão dos pecados, onde você pede, dentro de uma confiança, dentro de uma familiaridade, porque você é filho, é filha de Deus. Então, a oração não é somente um conjunto de fórmulas, porque a verdadeira oração, o espírito de oração, às vezes, fica tão longe das orações, como o dia da noite.
O espírito de oração inclui esta intimidade com Deus, é como uma criança que pode ir no colo da mãe, pode chorar, pode pedir, pode beijar, assim por diante. O espírito de oração faz muito bem, ouviu, gente?
A oração cura os nossos machucados; a oração ilumina a visão, a nossa maneira de ver; e oração nos sustenta.
E o que é jejum em si? É uma dedicação, é uma espécie de mostrar que realmente estou dando alguma coisa minha, a partir de mim mesmo, um sacrifício do meu corpo. Pode ser um jejum também de fumo, de bebida, de um espetáculo, de tantas coisas que são alvo de seu desejo e que custa se você renuncia àquilo.
Por fim, as obras de amor. O que é a caridade, a esmola? É um gesto de amor, e isso nunca falta na vida da gente, né? Às vezes, você está num dia mal, levanta com vontade de arrebentar tudo... Então, você recomeça a ter um relacionamento mais sereno, mais calmo, você não irrita os outros, porque quer amar. É uma decisão de viver com amor, é um jeito de viver.
Hoje o Papa quer convocar a todos à oração, ao jejum e às obras de caridade. Vamos lá? Sim!

Orações após a comunhão

Abrindo esse dia especial de oração, jejum e penitência, eu convido a todos a intensificar o sentido da oração. Como eu já disse, a oração tem essa dimensão de louvor, agradecimento, pedidos, arrependimento, mas ela tem uma coisa fundamental: estar com Deus, sentir a presença dele em nossa vida; começar a ver, ao nosso redor, a presença de Deus, nas pessoas, a partir de nós em primeiro lugar, na natureza, no céu, na nossa história; e ter intimidade com esse Deus. E aqui você está numa posição muito importante. Você, da tua casa, pode estar em adoração ao Santíssimo, porque, repito, não é uma foto, é uma ligação direta com Cristo exposto e Nossa Senhora ao lado.
Você não vai ver ninguém na Igreja, quem entra são poucos, e ficamos no fundo da Igreja para que você não veja e não atrapalhe.
Você tem esse privilégio, eu tenho, mas você também não tem agora. Da tua casa, você pode se ajoelhar. Se quiser um conselho, pega a coroa do Rosário.
Ontem, Nossa Senhora nos lembrou, em Fátima, de rezar o Rosário todos os dias.
O Rosário não é só o Terço, o que significa a terceira parte. Agora são quatro blocos: o bloco da infância, Gozosos; da vida pública de Jesus, os Luminosos; da paixão e morte de Jesus, os Dolorosos; e da Ressurreição,de Jesus, da Glória, que são os mistérios Gloriosos.
Se você puder, hoje, rezar, conta com a gente, porque eu, de maneira particular, estarei em comunhão com esta oração. E, se puder, se mortificar um pouco, na alimentação, faça com esse espírito de solidariedade.
É tão bom sentir, na própria carne, quanto o mundo sofre, e partilhar um pouco desse sofrimento com o teu sofrimento de amor, para que o teu sofrimento alivie tantos sofrimentos; e, com a esmola, um ato de caridade, ajudar alguém que você pode ajudar. Hoje, o Papa convida todas as religiões, não somente os cristãos católicos para que todos orem para Deus, porque nós precisamos.
Escutamos uma notícia de que morreram tantos hoje; morreram tantos aqui; morreram tantos lá… Antes, quando tinha um acidente e morriam alguns, nós ficávamos apavorados. Agora, morrem milhares por dia... Eu queria que, nunca, alguém se acostumasse a ouvir os números, tampouco por curiosidade.
Esse número é feito de gente, de irmãos e irmãs. Cada número é uma vida, e a vida é tudo. Você sabe... Então, vamos rezar, hoje, e pedir o fim dessa pandemia, o fim desse flagelo, que já levou milhares, milhares, milhares de pessoas; que deixou tantas, tantas, tantas famílias em luto; que está provocando tanto medo, angústia.
Vamos, juntos, com o Papa, hoje, ao redor da Eucaristia, com Nossa Senhora, tornar esse dia um dia santo. Vamos estar em sintonia com Nossa Senhora, para torná-lo ainda melhor, rezando:
(oração da Consagração, Ave-Maria, oração final do missal e bênção final)
Deus derrame na tua vida, irmão, na tua vida, irmã, a luz, a sabedoria, o consolo, a cura, a força e a esperança! Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso Pai e Filho e Espírito Santo. Amém!
Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe! Graças a Deus!
Juntos, vamos viver, na oração, na esmola e no jejum, esse dia, com Nossa Senhora.
(Christus Vincit e Regina Coeli)
Tenham todos um dia especial, abençoado!
Estaremos juntos às 20h, com a bênção do Santíssimo, logo após a Eucaristia. 

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