Por Frei Sebastião Benito Quaglio Em A Santa Missa

O Santo que nos estimula a agir em nome de Deus


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O Frei Sebastião Benito Quaglio (OFM Conv.) presidiu a Santa Missa, no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e comentou a Primeira Leitura (Pr 30,5-9) e o Evangelho de hoje (Lc 9,1-6).

Frei Sebastião destaca que o Evangelho de hoje mostra uma espécie de estágio que Jesus fez com seus apóstolos. Ele enviou os seus discípulos, que partiram e percorriam os povoados. Antes de enviar seus seguidores, Ele acentuou muito a pobreza, que é o fato de nos despojar de tudo aquilo que nos impede de viver a nossa fé. A pobreza é estarmos disponíveis.

Tem uma passagem na vida de São Maximiliano Kolbe, quando um Cardeal o visitou e indagou: O que São Francisco, o pobre de Assis, diria diante dessas máquinas moderníssimas? Maximiliano Kolbe responde prontamente: “Ele viria aqui para arregaçar as mangas e me ajudaria na utilização de tudo isso para evangelizar”.

A pobreza verdadeira não é só não ter as coisas, mas usá-las com a própria inteligência, com aptidão, profissionalismo, colocando tudo a serviço de Deus. A verdadeira pobreza é a disponibilidade. É isso que a Milícia faz.

Celebramos hoje a festa de um santo que não saiu por aí. Ele ficou praticamente no convento a vida toda. Ele sofreu muito, primeiro por causa da doença. São Giovanni Rotondo, seria a cidade de clima mais favorável para ele. Devido aos seus fenômenos sobrenaturais ficou impedido de celebrar e de aparecer em público.

Depois, sofreu muito por causa dos estigmas das chagas de Cristo que teve no próprio corpo por muitos anos. A pobreza deste homem foi colocar a serviço que ele tinha: a oração e, sobretudo o apostolado da Celebração da Eucaristia.

Devido à experiência que eu tive com ele, hoje eu queria tanto ficar sozinho. Eu encontrei de verdade com este homem e eu nunca posso esquecer. Foi um encontro dentro de um projeto. Praticamente só estou aqui por causa das palavras dele. Não pensem que eu nasci frei. Aquela imagem que vocês estão vendo aí muito bonita tem uma história. Quero dizer a minha impressão de quando conheci Padre Pio, pessoalmente.

Ouvi falar dele antes de vir para o Brasil. Éramos um grupinho de quatro, que fomos ordenados juntos e nos dávamos muito bem. Fomos visitar Padre Pio, eles foram com as mães deles e eu com a minha madrinha. Então chegamos lá, Padre Pio estava confessando. Havia diversos altares secundários. Eu queria celebrar com os paramentos de Padre Pio. Entrei na sacristia e falei isso para o sacristão e ele disse que não podia. Naquele momento ouvi uma voz forte dizendo que eu poderia, era o próprio Padre Pio. Então o sacristão me deu os paramentos de Padre Pio.

Eu fiquei muito contente. Nunca tinha falado com ele, que não estava me vendo, pois estava dentro do confessionário, que era longe.

O Padre Pio era constantemente vigiado por dois padres, por ordem de Roma. Eles não deixavam o Padre Pio falar com ninguém fora do confessionário. Então estavam os dois conduzindo Padre Pio da igreja para o convento, tinha uma espécie de corredor, com uma subida por onde ele iria passar. Então fiz um pedido pessoal. Ele ia passando, e vocês podem não acreditar, ele parou bem na minha frente, colocou a mão direita na minha cabeça e olhou nos meus olhos e me abençoou. Era exatamente isso que havia pedido e fui atendido.

Depois do almoço, eu queria que ele abençoasse também essa imagem que vocês conhecem. Eu mesmo mandei fazê-la nas montanhas da Itália. Voltei lá com a imagem e outro padre levou um crucifixo, também para ser abençoado.

Chegamos à portaria e disseram que por ordem de Roma, o Padre Pio não poderia atender ninguém. Então nós fomos embora. O outro frei me deu o crucifixo para levar junto com a imagem de Nossa Senhora ao hotel, porque ele tinha que comprar algumas lembranças.

Quando eu fiquei sozinho, apareceu um frei na minha frente e me perguntou onde eu estava indo. Eu expliquei que queria que o Padre Pio abençoasse esta imagem, porque vou levá-la comigo para o Brasil. O frei me convidou para irmos, que o Padre Pio iria abençoar.

Expliquei que havia tentado, porém ele disse que era frei Pelegrino, o superior do Padre Pio. Então fui atrás dele. Ele tinha a chave, abriu a porta e subimos. Os dois sacerdotes queriam impedir, porém o padre Pelegrino lembrou que era superior de Padre Pio e ele, por obediência, atendeu.

Então o Padre Pio veio perto de mim, me olhou com um olhar que eu nunca esqueço. O olhar dele queria dizer: Você, outra vez! Acho que ele se lembrou de mim. Foi muito bonita a expressão dele. Tive coragem e pedi para que ele me atendesse no seu quarto. Então, ele foi à minha frente, arrasando um pouquinho os seus pés, por causa das chagas. Entrando no quarto nos falamos. Quero lembrar as coisas que falamos não as pessoais, mas aquelas que servem para todos. Entre outras coisas ele disse: “A rainha de todas as virtudes é a caridade.”

Depois abençoou esta imagem. Ele beijou os pés dela, notei que suas lágrimas rolavam. Ele parecia uma criança perante a sua mãe. Ainda me disse: “Toda vez que você ou outra pessoa olhar para ela será abençoado”.

Nossa Senhora vai abençoar você, nunca se esqueça disso. Eu falei para ele que iria trazer a imagem aqui para o Brasil. Depois, ele sorrindo disse que viria me visitar. Ele também abençoou o crucifixo e me disse: “Beije o crucifixo todas as noites antes de deitar, lembrando sofrimento de Jesus e de Nossa Senhora na Cruz.” Ainda conservo comigo um paninho que ele usava para enxugar a chaga do peito, a secreção de sangue e água.

A experiência pessoal com um santo é bem diferente. Ele usava uma espécie de luvas, onde apareciam somente os dedos e nos pés se via que a sua caminhada era arrastada, com seu chinelo de pano. Apesar de tantas dores, não reclamava. Fui abençoado por ele que ainda disse que eu iria fazer uma obra de Nossa Senhora muito boa e que viria me ajudar .

Hoje estou aqui humildemente agradecendo a esse grande santo. Estou emocionado, porque quando o encontrei não era santo. Para mim era só um padre.

Padre Pio foi e é para mim esse grande santo que estimula, faz crer e mostra um olhar diferente. É uma história um pouco íntima, mas trago aqui um agradecimento a Padre Pio, que me ajudou e me estimulou em um momento tão crucial da minha vida. Eu sei que ele ainda está comigo e não me deixará. Amém.

Oração após comunhão

Quando nós falamos de santos é para lembrar que eles não são feitos para serem contemplados, mas imitados. Não digo nos gestos concretos, mas na dinâmica da vida, sobretudo na prática da fé, do amor e da esperança. É fácil olhar para Padre Pio e sentir uma admiração muito grande. O que esse homem fez para chamar atenção de todos? Ela quase não saia do convento, no entanto a força do jeito dele de rezar e oferecer a sua vida, o sofrimento e o amor, ele se tornou um gigante. Ele construiu um hospital, Casa do Consolo, um local enorme de acolhida e tratamento gratuito para os doentes.

Vamos aprender dos santos, pensando em Padre Pio. As pessoas acham que foi um privilégio conhecê-lo. Não sei se posso dizer isso. Tenho que tratar da minha própria fé, fraternidade, vida interior, oração, do meu jeito de agir e de trabalhar.

Como posso me estimular a partir dos santos? A resposta é minha, é sua! Que São Padre Pio possa nos ensinar a viver melhor com mais intensidade a caridade e amar a Cruz, que é a única chave que abre o céu, como ele me disse.

Vamos pedir a Nossa Senhora que nos ajude, Ele tinha um grande amor a Nossa Senhora. Quando olhava para essa imagem vi os olhos dele brilharem com uma luz que parecia um sol. Não eram somente os olhos que olhavam, mas toda a sua alma, o seu interior, o seu coração. Nossa Senhora e a Eucaristia foram as forças de Padre Pio, creio que podemos aprender muito disso.

Milícia da Imaculada · Evangelho e homilia 23 09 2020


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