“Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” (Lc 6, 27-38)
Nas bem-aventuranças, Jesus mostra que o caminho para a felicidade é bem diferente daquele caminho que nós imaginamos e que felicidade, não tem a menor relação com fortunas, palácios e bens materiais. É preciso um esforço enorme para tentar entender essas palavras.
Não é fácil entender os ensinamentos de Jesus. Se depois de tantos anos que o conhecemos, ainda ficamos de boca aberta com suas palavras, imagine então a reação do povo em sua época. No evangelho de hoje, Jesus fala de amor, manda amar. Amar incondicionalmente, amar sem medidas!
Amar a quem nos ama, até que é fácil, difícil é abençoar quem nos amaldiçoa e orar por quem nos calunia. Como entender esse amor sem limites? Como amar o inimigo e fazer o bem a quem nos insulta e odeia?
Olho por olho, dente por dente, lembra? Era essa a lei dos fariseus e doutores da lei. O insulto era pago com insulto, a ofensa era paga com ofensa e, se possível, em dobro. Jesus veio para inovar, veio para mudar. A Nova Lei abomina a vingança, prega a caridade e o perdão das ofensas.
Perdoar, perdoar, perdoar sempre... esse é o novo mandamento. Para Jesus, perdão é sinônimo de amor, pois só quem ama é capaz de perdoar. Pedro, que era tão humano quanto nós, também deve ter achado um exagero quando, em outra ocasião, Jesus disse: Não somente sete, mas perdoe setenta vezes sete.
Jesus deixa claro que perdoar não é uma atitude de fraqueza, mas sim um gesto nobre de quem procura sua santificação. O desejo de Jesus é que nós, os seus discípulos, sejamos misericordiosos como é misericordioso o Pai que está no Céu.
A lei de Moisés prescrevia o amor ao próximo. Jesus porém, vai mais longe; manda amar também os inimigos. Não cabe na nossa cabeça, não é fácil entender nem aceitar. O cérebro rejeita e até mesmo o coração protesta, mas é o único caminho para quem espera a recompensa eterna.
Amar alguém que pratica o mal contra nós, não significa que devemos abraçá-lo e beijá-lo. Não precisamos andar abraçados ou de mãos dadas para demonstrar amor. O amor se traduz e se manifesta no perdão, na prática do bem e na oração.
Eis a melhor e maior demonstração de amor: rezar por aquele que nos prejudica. A oração apaga o desejo de vingança e desarma o coração de quem recebeu as ofensas. A oração é um detergente eficaz, é o único capaz de limpar o coração e lavar a alma.
“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados”. Nada mais claro que estas palavras. São frases grandes, e nós precisamos ser maiores ainda para superar o sentimento de vingança.
A boa notícia de hoje é esta certeza que Jesus nos deixou: Uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante de alegria, de amor, misericórdia e perdão, está reservada para quem conseguir ser diferente, sair da rotina e amar aquele que, (entre aspas) “não merece ser amado”.
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