Os sumos sacerdotes zombavam de Jesus, dizendo: “Ele salvou os outros; se for o Cristo de Deus, o Eleito, salve-se a si mesmo”. Também os soldados aproximavam-se para oferecer-lhe vinagre e zombavam, dizendo: “Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”. Pois havia também uma inscrição acima dele: “Este é o rei dos judeus”. Um dos criminosos crucificados insultava-o, dizendo: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”. O outro, porém, o repreendeu, dizendo: “Nem tu, que estás sofrendo a mesma condenação, temes a Deus? Nós sofremos com justiça porque recebemos o castigo merecido pelo que fizemos, mas este nada fez de mal”. E falou: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres como Rei”. E Jesus lhe respondeu: “Eu te asseguro: ainda hoje estarás comigo no paraíso”.
Comentário
Celebramos hoje a Festa de Cristo Rei. O Único e Verdadeiro Rei. Rei do universo, das nossas vidas, das famílias e dos corações. Com a Festa de Cristo Rei nós encerramos o ano litúrgico C.
Na próxima semana iniciamos o ano A e comemoraremos o primeiro domingo do Advento. Advento é tempo de preparação e de espera para a vinda do Menino Deus. É o início da caminhada de um novo ano litúrgico.
A festa de Cristo Rei do Universo é um prêmio para todo cristão, é a forma que a Igreja encontrou para coroar todos os esforços e trabalhos das comunidades. Uma festa que é, ao mesmo tempo, de extrema nobreza e de humildade.
Festejamos Jesus, o Rei dos reis, que sendo Filho de Deus não assumiu o poder nem os símbolos da grandeza humana, mas vestiu-se com as roupas da humildade, da simplicidade e da pobreza. Um Rei nobre por natureza, capaz de vencer sem destruir, que fez do amor sua única arma.
"Salvou aos outros, salva-te a ti mesmo!" Estas palavras que a princípio parecem insultos e gracejos, são na verdade, um grande testemunho do poder e da bondade de Deus, dado pelos chefes do povo. Ao afirmar que Jesus já salvara aos outros, sem perceber, eles estavam proclamando que Jesus era o Salvador.
Jesus não veio para salvar a si próprio. Jesus veio para salvar almas, para redimir-nos do pecado e salvar a humanidade. O Projeto de Salvação do Pai incluía sua morte na cruz. Por amor entregou sua própria vida e nos fez entender que a verdadeira Salvação não consiste em preservar o corpo, mas sim a alma.
O Rei foi colocado entre marginais e crucificado como um malfeitor. Foi difamado, chicoteado, coroado de espinhos, mas não perdeu sua realeza. Jesus nos ensina também a sofrer com resignação. Na cruz, diante de tanto sofrimento e injúrias, ciente de sua inocência, não blasfemou nem maldisse sua sorte. Leia MaisUma história de amor a vida religiosaA fidelidade nas pequenas coisasCalendário das celebrações presididas pelo Papa em novembro e dezembroTorta de banana com chocolate
O Rei dos reis deu novo sentido à cruz. O que antes representava infâmia e vergonha tornou-se símbolo de Salvação. Jesus disse que, se alguém deseja salvar-se, deve renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lo. Testemunhar a cruz como o único caminho que leva à salvação, é missão do súdito do Rei.
Este evangelho é muito rico em ensinamentos. Temos muito que aprender também com a mensagem dos dois ladrões. Tão próximos e tão distantes de Jesus. Assim como toda humanidade, eles estavam condenados a morte. No entanto, apesar de ambos estarem ao lado do Salvador, um acabou morrendo sem conhecer a Salvação.
Isso prova que não basta estar ao lado de Jesus. Não é suficiente viver em um ambiente cristão para ganhar a vida eterna. A proximidade física não garante a salvação. O Paraíso é conquistado por meio do arrependimento e conversão, é um prêmio para quem humildemente declarar-se pecador e viver o amor.
Um deles insultava, questionava a divindade e tentava testar os poderes de Jesus. O outro levado pela graça divina converteu-se, acreditou, deixou-se levar pela fé e recebeu de Jesus a promessa de salvação.
Numa clara demonstração de sua infinita misericórdia para com os pecadores, Jesus lhe dá garantias da felicidade eterna. "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso!" Com estas Palavras Jesus afirma que nunca é tarde para a reconciliação e nos convida a entregarmos a própria vida em favor da vida.
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