Por Eduarda Oliveira Em Evangelho Dominical

21º Domingo do Tempo Comum

“Há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos” (Lc 13, 22-30)

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Estando a caminho de Jerusalém, Jesus passava pelas cidades e povoados e ensinava. Alguém lhe perguntou: “Senhor, são poucos os que vão se salvar?” Ele lhes disse: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Depois que o dono da casa tiver fechado a porta, começareis a bater do lado de fora, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta’. Mas ele responderá: ‘Não sei de onde sois’. Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos contigo e ensinaste em nossas praças’. E ele vos responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça’. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó e todos os profetas no reino de Deus, ao passo que vós sereis lançados fora. E virá gente do oriente e do ocidente, do norte e do sul para sentar-se à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão os primeiros e há primeiros que serão os últimos”.

COMENTÁRIO

Este recado de Jesus é para você que acredita que o Paraíso não é privilégio somente de alguns poucos e que, a salvação está reservada para todos os filhos de Deus. Todos, sem nenhuma exceção, são chamados. A única condição imposta é ter que entrar pela porta estreita.

“Esforce-se por passar pela porta estreita”. Foi essa a resposta de Jesus ao homem que o questionou, mas, na verdade, esse homem estava mais interessado em saber qual o número dos escolhidos por Deus. Assim como ele, eu também e você, todos nós estamos curiosos por saber quantos serão selecionados para o Paraíso.

Saber se são muitos ou poucos os que se salvam, não é o mais importante. Importante mesmo é nos esforçarmos para fazer por merecer um lugar no céu. No entanto, as tentações são muitas. Trilhar o caminho de Deus exige entrega e resignação. Jesus deixa bem claro que o caminho da salvação não é fácil.

O evangelho diz que Jesus atravessava cidades e povoados ensinando e prosseguindo o seu caminho para Jerusalém. Esse é o caminho que Jesus percorreu, um caminho dificílimo e muito caro. Pagou o pedágio com sua própria vida.

Caminhar para Jerusalém significa entregar-se ao sacrifício supremo da Cruz. Era preciso cumprir o Projeto de Deus Pai. Jesus sabia que somente através de sua total entrega as portas para a eternidade seriam abertas para toda humanidade, sem nenhuma restrição. Por isso, todos têm seu lugar reservado.

As portas estão abertas. Jesus já cumpriu sua parte no Plano de Salvação. No entanto, Ele nos alerta que não é fácil o acesso, pois o caminho é penoso e a porta é estreita. Em compensação, os caminhos que o mundo recomenda, são asfaltados e levam a portas amplas e largas.

O caminho que Jesus nos aponta pode ser comparado a uma ponte estreita e sem proteções laterais. Um pequeno desvio, um ligeiro “escorregão”, levam ao abismo. Essa ponte chama-se Caridade Fraterna. Caminhar confiante sobre ela é a única maneira de se aproximar de Deus.

Ninguém consegue vencer o trajeto e atravessar a porta sozinho. Não basta dizer “Senhor, Senhor!” Não bastam orações fervorosas e noites de louvor, se não forem acompanhadas de ações concretas. Só ganha a Vida Eterna quem arrastar alguém atrás de si. O empenho é o passaporte para atravessar a porta estreita.

A porta estreita simboliza a vida de sacrifícios, representa a entrega e a partilha. A estrada é lamacenta, escorregadia, longa e perigosa. É preciso persistência para não desistir no primeiro tombo, pois não é fácil caminhar ao lado dos meninos de rua, do lavador de para brisas no semáforo, do sem-teto, do sem-terra e do sem nada.

Quem quiser atravessar a porta estreita deve trilhar a estrada que leva ao trabalho, à saúde, à distribuição de renda e à cidadania. O caminho é um só, não existem atalhos na caminhada junto aos excluídos. Jesus deixa bem claro que, sem luta e sem perseverança, as portas estreitas fecham-se de vez.

Nunca é demais lembrar que aqueles que, perante os olhos da sociedade, ocupam hoje os últimos lugares, perante Deus ocuparão lugares de destaque. É para parar e pensar... Resumindo, Jesus disse que amanhã poderá ser muito tarde, por isso, é preciso assumir agora, pois quem não viver o amor, vai encontrar a porta fechada, vai ficar eternamente do lado de fora, gritando e pedindo clemência.

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