Por Frei Aloísio Oliveira Em Lendo o Evangelho

Ter misericórdia pelo próximo

“Sede misericordiosos como o vosso Pai é Misericordioso”

Pixabay
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 Esta frase é o centro da Boa-nova anunciada por Jesus. Não há nada mais sublime, não há felicidade e realização maior do que nos tornarmos misericordiosos como o Pai do Céu. Mas, o que é ser misericordioso como o Pai?

Para responder a isso vamos citar as palavras de Santo Isaac, um monge sírio do século VII, que comentou sobre esta passagem do Evangelho com incomparável maestria.

Diz o santo: “Não procures distinguir a pessoa digna da que não o é. Que a teus olhos todos as pessoas sejam iguais para as amares e as servires da mesma forma. Poderás assim levá-las todas ao bem. Não partilhou o Senhor a mesa dos publicanos e das mulheres de má vida, sem afastar de Si os indignos? Do mesmo modo, concederás tu benefícios iguais e honras iguais ao infiel, ao assassino, tanto mais que também ele é teu irmão, pois participa da única natureza humana. Aqui está, meu filho, um mandamento que te dou: que a misericórdia pese sempre mais na tua balança, até ao momento em que sentires em ti a misericórdia que Deus tem para com o Mundo.

Quando percebe o homem que atingiu a pureza do coração? Quando considerar que todas as pessoas são boas, e nem uma lhe apareça impura e maculada. Então, em verdade, ele é puro de coração (Mt 5,8).

O que é esta pureza? Em poucas palavras: é a misericórdia do coração para com o universo inteiro. E o que é a misericórdia do coração? É a chama que o inflama por toda a criação, pelos homens, pelos pássaros, pelos animais, pelos demônios, por todo o ser criado.

Quando o homem pensa neles, quando os olha, sente os olhos encherem-se das lágrimas de uma profunda, uma intensa piedade que lhe aperta o coração, e que o torna incapaz de ouvir, de ver, de tolerar o erro ou a aflição, mesmo ínfimos, sofridos pelas criaturas. É por isso que, numa oração acompanhada por lágrimas, devemos sempre pedir tanto pelos seres desprovidos da fala como pelos inimigos da verdade, como ainda pelos que a maltratam, para que sejam salvos e purificados. No coração da pessoa nasce uma compaixão imensa e sem limites, à imagem de Deus”.

Escrito por
Frei Aloísio, Ministro Provincial
Frei Aloísio Oliveira

É Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis dos Frades Menores Conventuais e especialista em Sagrada Escritura.

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