Confira os trechos bíblicos propostos para essa Segunda Semana de Retiro Quaresmal. Antes acesse o Roteiro para a oração diária que inclui a Revisão da Oração:
Dia 08/03 - Mt 17, 1-9: "Mestre, é bom para nós estarmos aqui, faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias."
Jesus sobe a montanha, lugar privilegiado para as manifestações divinas; entra em oração e na presença e intimidade com Deus, sua fisionomia se altera e suas roupas irradiam brancura.
O mistério da pessoa de Jesus é revelado por um momento. A cor deslumbrante de suas vestes fala por si mesma de sua glória. As figuras de Moisés e de Elias, que conversam com ele, indicam que a lei e os profetas (Antigo Testamento) encontram em Jesus o seu cumprimento.
Toda essa atmosfera de luz é marcada com um imperativo: ouça. O discípulo autêntico é aquele que sabe ouvir o Mestre, ainda que as suas palavras soem à cruz o ao sofrimento.
A glorificação de Jesus diante de seus discípulos completa sua profissão de fé e os faz entender as realidades do mistério de Cristo.
Somente à luz da Ressurreição será possível compreender a Transfiguração em todo o seu alcance e profundidade. Com essa precisão, somos convidados a relembrar o anúncio feito em Mc 8,31: "e começou a ensinar-lhe que era necessário o Filho do Homem sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar”.
Deus nos revela que a nossa salvação está no mistério de sua vida dada até a morte na cruz.
A chave que nos levará a compreender a moralidade crista é entender que Deus deve ser nosso modelo. Devemos ser misericordiosos porque Deus é misericordioso; e perdoar porque Deus nos perdoa.
Eis uma doutrina pouco observada. Temos nossa justiça distributiva e Jesus nos diz que devemos ser como nosso Pai: sua justiça é conformar-se ao seu coração, ao seu amor.
Deus ama o pecador, o que lhe faz mal e seu amor o transforma, fazendo dele um santo. Assim, o que realmente desejamos pode se realizar; nossa vida é expressão de nossa fé, de nosso amor, de nossas aspirações. Deus não nos castiga, apenas faz cumprir as leis estabelecidas.
Tudo o que desejamos ao nosso próximo retorna a nós em dose superior. A medida de nossa ação é também o nosso coração. Conforme nossa medida, nossa fé, nosso amor, seremos gratificados.
Jesus não tolerava o modo de ser dos fariseus e sua explicação das Escrituras. Os escribas o os fariseus, recusando-se a entrar no reino
messiânico e também impedindo a entrada do povo eleito, prepararam assim a extrema desgraça do abandono divino.
Esses dois grupos, fariseus e escribas, só querem aparecer, gostam de mostrar que são corretos, preferem os lugares de honra.
A duplicidade, a hipocrisia, a inautenticidade eram insuportáveis para Cristo. Eles usavam a religião para impor sobre os outros seu domínio.
O ritualismo obsessivo proporcionava-lhes uma sensação de segurança e de fidelidade a Deus que os tranquilizavam.
Os ensinamentos de Jesus nasciam do íntimo de seu ser e tinham a vibração de quem tem autoridade e de quem está integrado naquilo que faz.
Subindo com Jesus para Jerusalém, parece não termos aprendido muito até agora. A conversão ainda está distante. Tiago e João são apóstolos. Hoje lhes daríamos títulos pomposos que os deixariam contentes porque estavam a busca dos primeiros lugares. Chegaram a compreender que Jesus devia sofrer e morrer antes da ressurreição. Mas no céu, lá na glória, quem sabe poderiam ocupar os primeiros lugares ao lado de Jesus, certamente para poderem servir mais e melhor.
A parábola do homem rico e do mendigo Lázaro é uma evocação de Jesus para fazer-nos lembrar e abrir os olhos para o grande ídolo dos ricos.
O rico não foi acusado de ter explorado o pobre, de ter se apossado de terras do pobre, de tê-lo enganado. Sua riqueza o distanciou do pobre e de Deus. O Reino de Deus pertence aos pobres.
Esta parábola nos faz refletir sobre dois pontos importantes. O primeiro, o homem pode se tornar incapaz de se abrir á proposta salvífica de Deus, no caso, o rico. O segundo, o Evangelho não privilegia nem condena uma condição econômica, seja de pobreza ou de riqueza, mas procura mostrar que a fé e a conversão devem amadurecer e tornar o mundo mais humano.
Se o homem rico tivesse sido gentil e fraterno, e tivesse ultrapassado seu egocentrismo para "descobrir" o "mundo" de Lázaro, teria se convertido a Deus e teria sido salvo.
A história narrada reflete muito bem a situação da Galileia, onde a propriedade da terra foi aos poucos sendo concentrada nas mãos das classes poderosas que viviam nas cidades.
Os vinhateiros são os chefes do povo, que desprezaram os enviados do Deus em diversas ocasiões, apedrejando-os e matando-os. A sorte do Filho não foi outra. O ponto alto de toda esta dolorosa série de atropelos é contra o dono da vinha. Os vinhateiros se obstinam a não produzir os frutos no tempo oportuno.
Na versão de Mateus, a parábola conclui com uma interpretação aos ouvintes: o que fará o dono da vinha quando voltar? Esta pergunta encontrou a sua resposta em dois acontecimentos: a ressurreição de Jesus e o nascimento da Igreja cristã.
A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.
Acesse as reflexões da Primeira Semana do Retiro Quaresmal
Fonte: jesuitasbrasil.org.br
Os comentários bíblicos das semanas são extraídos do Diário Bíblico – Editora Ave Maria
Ilustrações da versão impressa original: Luis Henrique, de Varginha - MG.
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