A beleza, a pureza e a santidade traduzem a vida de Maria de Nazaré, mãe de Jesus e neste mês de dezembro, celebrando a solenidade da Imaculada Conceição, queremos nos aproximar dela com o coração aberto e acolher em nossa vida o sonho de Deus para cada um de seus filhos, transformando-o em gestos e palavras enquanto peregrinamos nesta terra.
Embora seja simples o significado da conhecida expressão imaculada conceição de Maria, muitos cristãos minimizam seu conteúdo. A Imaculada Conceição é totalmente diversa da concepção virginal de Jesus no seio de Maria, não significa que o nascimento de Maria tenha tido diferença do ponto de vista físico da geração dos outros homens. O dogma da Imaculada Conceição não significa de modo algum que o nascimento de um ser humano pelo amor conjugal esteja contaminado, e que para evitá-lo Maria recebeu um privilégio; pelo contrário, quando em uma família um ser humano recebe a existência, este nascimento é um acontecimento sagrado, querido por Deus, afirma Karl Rahner no livro Maria, Meditazione.
Nossa compreensão da Imaculada Conceição de Maria precisa superar estes mal-entendidos. A Igreja diz que a bem-aventurada Virgem Maria, em vista dos méritos de Cristo, foi favorecida por Deus, desde o primeiro instante de sua existência, com o dom da graça santificante e consequentemente não conheceu aquela situação que denominamos de pecado original. Em Maria se manifesta a iniciativa absoluta de Deus, sua imaculada conceição consiste na posse, desde o início de sua existência, da vida de graça divina que lhe foi concedida, sem mérito de sua parte, pela graça preventiva de Deus.
A Imaculada Conceição quer dizer que Deus abarca a vida do homem com amor redentor. Nosso Deus ama o ser humano e neste seu amor por Maria, desde o início, nós também somos acolhidos. Karl Rahner afirma que Deus amou desta forma Maria porque queria que seu Filho fosse homem, em uma comunidade de homens, à qual também nós pertencemos, e que aí fosse o Redentor.
O fato de Maria de Nazaré ter possuído todos estes dons não constitui uma diferença entre Ela e nós. O que Deus destinou a Ela também destinou a cada um de nós. Rahner afirma que também para nós Deus projetou em princípio esta salvação eterna, ainda que ela não se realize em nós senão após nosso começo sobre a terra e o tempo, a fim de que fique claro que tudo é graça de Deus. Também nós somos redimidos, Ele imprimiu em nós seu timbre indelével, e somos templo santo de Deus, em nós habita Deus Trindade, somos ungidos, santificados, plenos da luz e da vida de Deus.
Em Maria e em sua Imaculada Conceição fica claro que nós pecadores somos envoltos pela misericórdia de Deus desde o princípio. Deus não nos deixa a sós. Em nós torna-se evidente que somos os Seus filhos amados, não por nossos méritos, mas por simples e pura graça de Deus.
Segundo Rahner, para nós este mistério se reduz a nos tornarmos o que somos, a ouvir o convite que nos foi dirigido com a graça, a realizar livremente nessa graça o fim correspondente ao único colocado por Deus. Somos os eleitos revestidos do início ao fim pelo poder de Deus.
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