A rainha e padroeira do Brasil foi reconhecida como tal por nossos reis, rainhas e princesa, visitada por inúmeras autoridades políticas, religiosas, desde o ano de seu encontro e, recebe todos os anos milhões de peregrinos de todos os lugares do Brasil e do mundo.
Diz a tradição que Dom Pedro I teria rezado frente a imagem, pedindo auxílio para a independência do Brasil que aconteceria em 1822, prometeu que se tudo se resolvesse consagraria o Brasil a Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Dom Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina, visitaram a imagem em duas ocasiões.
Entretanto, foi a Princesa Isabel responsável pela identidade visual que hoje nossa Mãe Aparecida possuí, em 1868, a filha herdeira do trono de Dom Pedro II foi a festa de 8 de dezembro, ofertando um manto em veludo azul, que nos remete ao céu do Brasil, e com 21 brilhantes que representavam as províncias que naquele tempo compunham o território nacional. Os anos seguintes a Princesa Isabel teria seus filhos, agora a mãe que teria herdeiros para ofertar ao Império voltaria a Mãe Aparecida para agradecer e lhe oferta uma coroa de ouro.
Portanto a composição de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, foi sendo criada no decorrer dos séculos XVII, XVIII e XIX, o encontro da imagem, as primeiras devoções populares, os primeiros milagres, a curiosidade e estudo da Igreja sobre essa nova devoção mariana, a importância do espaço como local de peregrinação, tudo isso se mistura com a história, tradição e formação da nossa identidade cultural e social. A bandeira do Brasil, bordada no manto é prova disso, essa imagem pertence a história, mas principalmente a fé de um povo, que acreditou e acredita que Nosso Senhor Jesus Cristo é o caminho, e quem melhor para nos guiar até Ele que sua Mãe, que também é nossa Mãe.
Rainha do Brasil
Falar de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é falar da consolidação do conceito de ser brasileiro, uma pequena escultura, com 30 centímetros apresenta a formação social de seu povo. Aos meus olhos a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é a representação do nosso povo mestiço, a influência europeia, africana e indígena e inegável, misturamos tudo em um imenso caldeirão, modelamos, cozemos e nos tornamos esse povo, que tem em sua origem e identidade o fato de ser mestiço, e nos orgulhamos disso, temos o maior número de casamentos interraciais do mundo, as famílias são compostas pelas mais diversas origens, não nos estabelecemos em guetos, a cozinha brasileira possui uma variedade imensa, com tradições europeias, influencias africana, sem esquecer nossa origem primeira, os nativos que viviam nessa linda extensão de terra, quem não adora mandioca frita, ou farofa com farinha de mandioca, ou tapioca?
Vivendo distante do Brasil, sinto uma saudade imensa dessa diversidade, de encontrar a feira japonesa vendendo acarajé e, essas coisas somente são possíveis porque temos em nossa raiz uma Mãe que nos aceita como somos, diferentes, diversos, únicos, essa Mãe que também é única, em cada local, país ou comunidade se apresenta de um modo que seus filhos possam lhe entender, isso sim é amor, não se impor, mas se apresentar de tal forma, meiga, acessível e disponível, que nós, pessoas falhas que somos e, acreditando que temos todo o poder do mundo nas mãos, frente a Maria,nos ajoelhamos e a reconhecemos, vemos em uma pequena escultura o amor infinito de Deus, e a força de uma jovem, que nos indica que o diferente também é nosso irmão, que aquele que eu não entendo também é filho da mesma Mãe e do mesmo Pai misericordioso.
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