Por Túlia Savela Em Nossa Senhora Atualizada em 30 SET 2021 - 17H09

Sem medo do amor

Entenda porque Maria nos ensina a dizer sim em todos os lugares e instantes da nossa vida.


Arte Rebeca Venturini
Arte Rebeca Venturini
Eis aqui a Serva do Senhor


Por Dom Nelson Westrupp, SCJ, Bispo Emérito de Santo André

O centro da celebração do Anúncio do Anjo a Maria é o Senhor: é Ele que foi anunciado à Virgem Maria e, nela, a toda humanidade. O mistério da Encarnação põe suas raízes no diálogo íntimo das Três Pessoas Divinas. No Espírito, o Pai chama Seu Filho Unigênito para que assuma um corpo de homem a fim de recriar a humanidade ferida. A resposta do Filho, pronunciada no Amor que os faz Um, nos é revelada em Hb 10,9: “Eis que eu vim para fazer a tua vontade”. O desígnio do Pai é partilhado e assumido como próprio pelo Filho. A este sim, livre e fiel, pronunciado no segredo da eternidade, corresponderá à obediência incondicional do filho de Maria.

Toda a existência de Jesus deve ser entendida como “encarnação em ato” já que perdura desde a concepção até a morte... A morte de Cruz é pois a suprema manifestação da obediência de Jesus. Por sua vez, a Virgem Maria inclina-se à Vontade suprema, fazendo eco ao obediente inclinar-se do Verbo no seio do Pai. “O anjo entrou onde Ela estava, em sua casa”. A Anunciação tem lugar em casa, quer dizer, Deus toca nosso coração, fala conosco, não só em celebrações litúrgicas no templo, na igreja, mas também, e sobretudo, no cotidiano de nosso peregrinar, em casa.

A primeira palavra do Anjo Gabriel não foi uma simples saudação. Ele disse: “Alegra-te”, exulta, rejubila, ou seja, abre-te à alegria. Deus vem e fala a linguagem da alegria... De onde vem tamanha alegria? Ela está “cheia de graça”, de ternura, de simpatia e de amor. “Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação” (Lc 1,29). Eram palavras impressionantes: estás “cheia de graça”. Mas o Anjo a sossegou, dizendo-lhe: “Não tenhas medo, Maria”. Não temer as novas escolhas de Deus. Não temer um Deus que começará a partir dos últimos, que fará dos pobres os príncipes do Seu Reino. Jamais ter medo do amor.

“Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1,31-32). Maria está diante de Deus com toda a sua dignidade, com a sua maturidade e com a sua consciência de mulher. Usa toda a sua inteligência e, depois, pronuncia o seu Sim incondicional, que se transforma, portanto, num Sim livre e criativo. A humildade da “Serva do Senhor” consiste na audácia de aceitar até a proposta de criar, com Deus, um mundo novo, o ser humano novo... “Maria, então, disse: Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”.

Continua no próximo número

(cf. E. Ronchi / M. Marcolini, A Esperança que nasce da Palavra, Ano B, Paulinas Editora-Prior Velho, 2014, págs. 18-20; (cf. J. C. Esteves / M. Borges / M. J. Oliveira, Sementes do Evangelho, Ano B, Secretariado Nacional de Liturgia, Fátima, 2014, págs. 20-22).

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