Santos

A história do cardeal de ferro

Cardeal polonês foi um símbolo da firmeza da fé diante das perseguições

Escrito por Espiritualidade

10 SET 2022 - 00H00

Divulgação

Nascido em 1901, Estêvão Wyszyński era polonês, mas a região em que nasceu pertencia ao Império Russo naquele período. Foi ordenado sacerdote em 1924, continuou seus estudos e se tornou professor no seminário quando a Polônia foi ocupada pela Alemanha em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial.

Ali começou uma vida perseguida, pois, por ser um sacerdote influente, teve que se esconder. Não somente buscou salvar a própria pele, mas se dedicou a esconder diversos judeus em propriedades católicas. Passada a guerra, foi nomeado bispo de Lublin e, em 1948, foi nomeado arcebispo de Varsóvia e primaz da Polônia. Nesse período soube negociar com as autoridades soviéticas para amenizar as perseguições à Igreja. Contudo, em 1953 foi preso, sofreu tortura e violência para ser impedido de pregar e manifestar oposição à ocupação soviética.

Foram três anos de prisões arbitrárias e em diversos locais. Na primeira vez em que foi preso, quando a polícia pediu que pegasse seus pertences, respondeu que sairia da casa onde estava tão pobre como entrou, e foi para a prisão sem nada.

Em uma das injustas prisões, o Papa Paulo VI negociou a libertação do cardeal, mas a condição imposta pelo governo era de que deveria se exilar no Vaticano. Wyszyński recusou a libertação e afirmou que só deixaria a prisão para retornar à sua catedral. Preso, Wyszyński elaborou um itinerário espiritual de consagração da nação a Nossa Senhora. Foi marcante um pronunciamento em que renovava o compromisso da Polônia com Nossa Senhora. O cardeal escreveu uma pregação, mas não poderia participar do evento no santuário de Jasna Góra devido à prisão.

Mais de um milhão de fiéis ouviram com atenção as palavras do pastor e foi como se estivesse ali presente. Um de seus grandes feitos foi a celebração, em 1966, do primeiro milênio do batismo da Polônia. Uma manifestação de fé e resistência que lhe rendeu o título de Cardeal do Milênio, pelos poloneses.

O cardeal pensou em uma novena de nove anos para reforçar os valores da fé como preparação à celebração do milênio. Dentre as iniciativas estava a peregrinação do quadro com a imagem da padroeira da Polônia, Nossa Senhora de Częstochowa. As autoridades políticas acabaram apreendendo o quadro e os fiéis realizaram procissões e orações diante somente da moldura para recordar a “prisão” da padroeira.

O Cardeal Estêvão Wyszyński se comunicava com os fiéis, sobretudo, por meio das homilias e dos discursos. Organizou uma cruzada social pelo amor para erradicar o ódio, promover a reconciliação e ajudar a quem mais precisava. Em 1978, outro cardeal polonês foi escolhido como Papa. João Paulo II mostrou em diversas ocasiões sua reverência ao Cardeal Wyszyński. Em 1981, acometido por um câncer, Cardeal Wyszyński lutou sua última batalha e deixou esta vida. Em setembro do ano passado, Cardeal Estêvão Wyszyński foi beatificado pelo Papa Francisco.

Fonte: Jovem Mílite

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