Por Paulo Teixeira Em São Maximiliano Kolbe Atualizada em 10 AGO 2021 - 11H28

São Maximiliano: um grande sinal no céu

Deus nos mostra sinais na terra, que remetem ao céu como o martírio de São Maximiliano


São Maximiliano Kolbe


Quando lemos o Evangelho de João, que narra sete grandes sinais, podemos olhar com curiosidade, por exemplo, para o primeiro milagre de Jesus, que é a transformação da água em vinho. Mas, esses fatos narrados no Evangelho, são sinais que indicam realidades maiores que precisamos compreender como, por exemplo, que a festa de casamento em Caná da Galileia indica a hora de Jesus na cruz.

Vemos sinais

Como a vida de Cristo no Evangelho de João, a nossa vida também é uma grande caminhada com grandes e profundos sinais. Os sacramentos sinalizam a ação de Deus em nossa vida. Não são atos simbólicos, mas significam que assumimos realidades perenes na vida. O Batismo que recebemos em nome da Trindade, por exemplo, nos marca tanto que, cada vez que fazemos o sinal da cruz, seja ao passar diante de uma igreja ou antes de dormir, recordamos dessa presença divina em nós.

Kolbe compreendeu

A vida e a morte de São Maximiliano Kolbe revelam a compreensão que ele teve dos sinais de Deus e como ele deu um significado divino a cada gesto humano. Em Roma, Kolbe intuiu a Milícia da Imaculada motivado pelo testemunho de conversão de Afonso Ratisbonne e pelas manifestações contra a Igreja que presenciou. Dois sinais são importantes para essa milícia espiritual: primeiramente a Medalha Milagrosa que era um distintivo do soldado. Carregando uma mensagem forte em suas imagens, a medalha era também um meio de apostolado e Kolbe a considerava um “projétil”, uma munição para atingir os corações. Outro sinal que surge posteriormente são as publicações. O papel, as letras, os pensamentos que circulavam, para Kolbe tudo era muito concreto. Queria “envolver o mundo em papel”. Isto simbolizava o combate em linha de igualdade com os “inimigos da Igreja”.

Testemunho

Kolbe compreendeu e interpretou os sinais do seu tempo. Traduziu a intuição mística em apostolado, compreendeu a pessoa e a sociedade de sua época, e viveu de forma concreta, por isso, a sua vida e morte são um sinal de Jesus Cristo no mundo. Ao ser preso pela segunda vez, em 1941, Kolbe perdeu até o nome para um número tatuado no braço.

Confinado após anos de longas viagens missionárias, distante de seu grande complexo editorial, sem nenhuma medalhinha de Nossa Senhora, ali estava ainda um sacerdote que consolava os que sofriam. Quando Kolbe se ofereceu para morrer no lugar do pai de família que suplicava, o comandante perguntou quem ele era. Respondeu: “Sou um sacerdote católico”. Onde estavam os paramentos litúrgicos, as hóstias, os sinais de que ele era um padre? Ele era o sinal, sua pessoa, seu corpo, seu gesto, tudo sinalizava para a ação da graça de Deus naquele lugar tão difícil.

Jesus disse na Última Ceia: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). Kolbe repetiu muitas vezes essa frase ao celebrar a Missa, e no Campo de Concentração repetiu em memória de Jesus o mesmo gesto do Salvador de dar a vida oferecendo-se em sacrifício. Ali, naquele campo triste e de dor, um sinal de esperança brilhou no céu indicando que o amor vence até a morte.

Solidariedade

 No atual contexto, os sacerdotes e certamente os fiéis católicos são chamados a um renovado testemunho diante do mundo. Há o desafio de compreender o que significam as polarizações políticas, a fragilidade dos relacionamentos, os escândalos de diversas Igrejas, por exemplo.

Ser um sinal de esperança e apontar Cristo em nossos dias é complexo, pois passa por demonstrar realmente o significado de solidariedade, comunhão e partilha, por exemplo. Mas, agindo com coerência entre fé e vida, abertos às inspirações do Espírito Santo e em fidelidade à Igreja, poderemos, como Kolbe, vencer os sinais de morte e desespero ao nosso redor seja na sociedade, nas comunidades ou nas famílias.

Escrito por
Paulo Teixeira
Paulo Teixeira

Jornalista formado na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), atua como editor responsável das revistas O Mílite e Jovem Mílite há mais de quatro anos. É autor do livro "A comunicação na América Latina".

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