Neste texto inédito de padre Kolbe, escrito uns meses antes de sua morte, ele apresenta o anseio das pessoas pela felicidade e como a buscam em coisas ou lugares onde não pode ser encontrada. E, de forma admirável, apresenta a resposta real e única que pode satisfazer o coração do homem. Neste início de ano, parece que padre Kolbe está nos desafiando a refletir sobre o verdadeiro ‘sentido da vida’...
“O homem deseja ser grande, sábio, rico, famoso, feliz (amar e ser amado). Entretanto, nenhuma felicidade deste mundo o satisfaz inteiramente. Deseja mais, sempre mais.
Quando, finalmente, se sentirá satisfeito? Ainda que encontre a maior felicidade, divisando algum limite nela, o supera com o desejo e diz: “Ah, se também este limite eu conseguisse superar, de alguma forma!”.
Qual é, então, a felicidade que ele deseja? Uma felicidade sem limite, sem qualquer limite de intensidade, de grandeza, de duração e de qualquer outra coisa.
Essa felicidade está somente em Deus, manancial infinito de toda a felicidade, que resplandece de diversos graus entre as criaturas. Portanto a alma deseja apoderar-se do próprio Deus. Mas de que forma apoderar-se dEle? Como unificar-se com essa felicidade?
No modo mais perfeito possível. Também nesse caso, sem limites. Tornar-se uma só coisa com Ele, até tornar-se Ele mesmo, Deus.
A estupenda lei da ação e da reação igual é contrária, inscrita pelo Criador em cada obra da criação como uma marca da vida da Santíssima Trindade, se verifica também aqui. A criatura saída das mãos do Todo poderoso, retorna a Ele, e não encontra repouso senão nEle, até tornar-se Ele. Mas, já que para uma criatura limitada aperfeiçoar-se e tornar-se semelhante a Deus só pode ser gradativamente mesmo que as pessoas sejam diferentes, porém são sempre limitadas – por isso, para atingir o objetivo, é indispensável um tempo infinito, ou seja, a eternidade. Em outras palavras, a criatura será sempre limitada, enquanto ilimitada será a distância a percorrer. Eis porque o paraíso é eterno”. (SK 1296)
- E agora padre Kolbe dirige uma súplica ao Pai que poderia ser a nossa súplica pessoal:
“Mas, meu Deus, minha única felicidade – se lamenta o homem – como posso conhecer-te de modo mais perfeito? Eu vejo e admiro as Tuas criaturas, Te agradeço e Te amo, mas elas não me satisfazem, como Tu mesmo sabes muito bem; além disso, eu não Te vejo, não Te escuto. Eu desejo, segundo a Tua vontade, tornar-me semelhante a Ti, mas de que maneira? Tu és, puríssimo Espírito, enquanto que eu sou carne. Diga-me o que e como devo fazer, mostra-me a minha finalidade. Ensina-me como eu devo fazer, homem feito de carne, para aperfeiçoar-me, para tornar-me semelhante a Ti, puríssimo Espírito, para divinizar-me?” (SK 1296)
Feliz Ano Novo!
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