No Angelus de domingo (02), que no Brasil é celebrada a Solenidade da Epifania do Senhor, o Papa Francisco falou sobre a frase de João do Evangelho da Liturgia do II Domingo do Tempo de Natal: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós". (Jo 1, 14).
Em seguida aprofundou as duas realidades presentes nesta frase: “o Verbo e a carne”. “Verbo”, disse o Papa, “indica que Jesus é a Palavra eterna do Pai, infinita, que existe desde sempre, antes de todas as coisas criadas; e "carne", por outro lado, indica precisamente nossa realidade criada, frágil, limitada, mortal”.
Depois de indicar que no Prólogo de João há um outro binômio, ou seja, luz e trevas, disse que “Jesus é a luz de Deus que entrou nas trevas do mundo” e que agora com Jesus “luz e trevas se encontram: santidade e culpa, graça e pecado”. E detalhou o anúncio destas polaridades com uma notícia esplêndida: “é a maneira de agir de Deus”, que Deus não se retrai diante de nossas fragilidades ele quer vir “no meio de nós”.
“Deus não se cansa de nos procurar. Se não estivermos prontos e dispostos a recebê-lo, ele prefere vir de qualquer forma”.
Então Francisco sugere que mesmo se não nos consideramos dignos d’Ele, o Natal nos convida a ver as coisas “a partir do seu ponto de vista. Deus deseja se encarnar. Se o seu coração parece muito poluído pelo mal, muito desordenado, não se feche, não tenha medo. Pense no estábulo de Belém. Jesus nasceu ali, naquela pobreza, para lhe dizer que não tem medo de visitar o seu coração, de viver uma vida desordenada”,
A Papa afirmou em seguida que “habitar. Este é o verbo usado hoje no Evangelho: ele expressa uma partilha total, uma grande intimidade. Isto é o que Deus que”.
O Papa dá um exemplo prático de como podemos criar espaço para Ele neste tempo de Natal.“Parando em frente ao presépio, porque ali mostra Jesus vindo habitar na nossa vida concreta, comum, onde as coisas não vão bem, onde há muitos problemas: os pastores trabalhando duro, Herodes que ameaça os inocentes, uma grande pobreza... Mas no meio de tudo isso, há Deus, que quer habitar conosco”.
Por fim o Papa encoraja a convidá-Lo oficialmente “para entrar em nossa vida, especialmente nas áreas escuras, em nossos ‘estábulos interiores’. E falemos-lhe também sem medo dos problemas sociais e eclesiais de nosso tempo, porque Deus ama habitar entre nós”.
Fonte: Vatican News
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