Por Nathalia Silva Em Formação Atualizada em 13 SET 2021 - 16H47

Cadê a essência?




Você certamente já parou para analisar as mudanças que vão acontecendo com a chegada do Natal: as cidades e as casas ficam repletas de luzes e enfeites, as lojas cheias de Papai Noel, nós trocamos presentes, participamos de comemorações, viajamos, visitamos amigos e familiares distantes, curtimos férias. Podemos afirmar seguramente que fim de ano é sinônimo de agitação!

Contudo, neste mês agitado trazemos um convite bem especial para você, jovem. Para aceitá-lo é preciso ter coragem e estar disposto a dar um passo na busca pela verdadeira essência do natal. Você está preparado? Vamos nessa!

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Pode até parecer difícil, mas buscar a essência do natal é algo, antes de tudo, necessário. Só assim poderemos viver plenamente esta celebração, que é uma das mais importantes da Igreja Católica Apostólica Romana. Natal sem essência, natal-comércio é vazio, sem graça, cheio de frustrações. Nele só se pensa em presentes, super festas, mesa farta de comida. Enfim, passa a ser mais um feriado, apenas mais um dia para festejar. O passo que daremos juntos começa com uma grande descoberta...

O Pobre de Nazaré

Vamos voltar nossos olhares para a noite de Belém, na qual veio ao mundo um pobre e humilde bebê. O evangelista Lucas narra que após o nascimento de Jesus, Maria o envolveu em faixas e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria (Lc 2, 7). Em meio à humildade tão presente na sagrada família encontramos a procurada essência do natal, que se esconde no gesto amoroso da virgem mãe, na adoração que os pastores prestaram ao Deus menino, na presença constante de José junto aos seus. Nesta simplicidade está o que muitas vezes nós, erroneamente, procuramos em bens materiais, sentimentos superficiais e prazeres passageiros: o amor.

Encontramos!

Aí está: o amor, nossa meta, nosso ideal! Não pense que após esta descoberta nosso passo rumo à essência do natal já foi dado por completo. Ainda há muito o que percorrer.

Para seguirmos em frente podemos contar com grandes exemplos deixados a nós. Um deles é Charles de Foucauld, ou irmão Carlos de Jesus, que em uma de suas cartas escreve: “A encarnação tem sua fonte na bondade de Deus, mas uma coisa logo se destaca, tão maravilhosa, tão brilhante... Deus, o ser, o infinito, o perfeito, o criador todo-poderoso, imenso, mestre soberano de tudo, ao fazer-se homem, unindo-se a uma alma e a um corpo humanos e aparecendo na terra como um homem, e como o último dos homens...” (Foucauld, 1997a, pp. 50 e 53).

Irmão Carlos de Jesus, cujas virtudes heroicas foram reconhecidas em 2001, iniciou seu caminho de conversão ao fazer a descoberta que estamos trilhando. Ele contemplava intensamente “a existência humilde e obscura do divino carpinteiro de Nazaré” e quando deu por si já estava apaixonado por este Jesus de Nazaré, dedicando, então, sua vida a seguir este pobrezinho, nascido num presépio, depositado numa manjedoura. Tamanha grandeza deste Deus, jovem! Este Deus que não apenas se fez homem, mas que se fez o último dos homens do princípio ao fim, que foi batizado e aprendeu com seu santo pai um ofício! Celebrar o natal é viver respirando esta essência e, a partir disto, testemunhá-la para que outros jovens possam dar o mesmo passo.

E agora?

Agora que trilhamos boa parte do caminho, responda em seu coração: quantas das famílias que você conhece ainda não participam juntos da missa de natal? Quantas fazem uma oração nesta noite festiva? É provável que em nossas famílias ainda falte a essência do natal. Por vezes dedicamos demasiado tempo à escolha dos presentes e dos lugares para passear, ao preparo da ceia e acabamos por deixar de lado a verdadeira comemoração que se dá na oração e no serviço.

Estes dois meios nos fazem viver de verdade o sentido do natal. A oração é comunicação: eu falo, Deus me escuta. Deus fala, eu o escuto no coração. Os mistérios da nossa fé são revelados a nós pela oração e, sendo o nascimento de Jesus um imenso mistério do amor de Deus, não há melhor forma de contemplá-lo do que rezando, permanecendo em constante sintonia com o próprio Deus.

Já o serviço é a chave para respirarmos esta essência. Pense: somos feitos à imagem e semelhança daquele que nos criou, filhos e filhas de um mesmo Pai. Portanto, somos irmãos. O pobrezinho de Nazaré não teve casa para nascer, foi envolvido por humildes faixas. Será que hoje podemos fazer algo pelos milhões de pobrezinhos que nascem sem teto, sem alimento, sem ter quem os acolha? Será que há crianças para vestir, para ensinar um ofício ainda que simples? Certamente temos muito o que fazer por aqueles que sofrem com a falta da essência do natal. E esta falta pode ser suprida com uma palavra de vida e de consolo, com uma visita num asilo ou hospital, enfim, com o nosso testemunho!

Verdadeira luz

Procuremos a quem necessita deste verdadeiro perfume que agora nos envolve... Apresentemos a eles a essência que não passa, não decepciona, não abandona: a essência do amor que chega a nós no natal! Sejamos apaixonados por esta que nos oferece reais motivos de alegria! Assim, quando as luzes da cidade se apagarem, os enfeites das casas forem retirados, as vitrines estiverem vazias e as festas tiverem terminado, continuaremos iluminados e preenchidos pela verdadeira luz que brilha nas trevas, fazendo da humanidade inteira um só povo que, como os pastores de Belém, adorarão ao Deus menino!

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