Evangelho Dominical

A Boa Nova: 3º Domingo do Advento

“Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo!” (Lc 3, 10-18)

Jorge Lorente

Escrito por Jorge Lorente

12 DEZ 2021 - 00H00 (Atualizada em 17 DEZ 2021 - 14H59)

Evangelho: (Lc 3,10-18)

As multidões perguntavam a João: “Então, o que devemos fazer?” Ele respondia: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e o mesmo faça quem tiver alimentos”. Vieram batizar-se também cobradores de impostos e lhe diziam: “Mestre, o que devemos fazer?” Ele respondeu: “Não cobreis mais do que a taxa fixada”. Perguntavam-lhe também os soldados: “E nós, o que devemos fazer?” E ele respondeu: “Não pratiqueis torturas nem chantagens contra ninguém e contentai-vos com vosso soldo”. Havia uma expectativa entre o povo, e todos se perguntavam se não era ele o Cristo. João disse a todos: “Eu vos batizo com água, mas vem outro mais forte do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Já está com a peneira na mão para limpar o seu terreiro: ele recolherá o trigo ao celeiro, mas queimará a palha num fogo que não se apaga”. Fazendo muitas outras exortações, João anunciava a boa nova ao povo.

COMENTÁRIO

Celebramos hoje o terceiro Domingo do Advento, o domingo da alegria. Este dia também é reservado para a Coleta para a Evangelização. É dia de dar “um pouco do que temos para que o evangelho chegue a todos”. É o nosso pouco se transformando em muito.

Quem conhece Jesus e vive suas Palavras, tem que viver intensamente este dia. A coleta para a evangelização é a grande oportunidade que Deus nos apresenta para assumirmos a evangelização. Nós podemos e devemos colaborar para que a Palavra de Deus chegue a todos nossos irmãos e irmãs, para que a festa da vida nunca termine.

A Palavra de Deus é Vida. A vida é uma festa e o amor é o ritmo que cadencia e embala o viver. Amar é partilhar, dividir, distribuir... e é exatamente sobre essas coisas que o evangelho de hoje, nos fala. A Palavra de Deus, mesmo quando parece dura e exigente, está sempre voltada para a alegria.

João fala firme, suas palavras são dirigidas para todas as pessoas que o procuravam. Não lhe importa a classe social ou a função, fala da mesma forma para alguém do povo, para o soldado ou para o cobrador de impostos. A lei é uma só e é válida também, para o imperador.

Neste episódio, João nem falou em jejum. Ressaltou a partilha, a justiça e a caridade, como elementos fundamentais para a salvação. Aos representantes da lei, aos soldados civis e militares, ele pede que não usem de violência, que tratem os presos com naturalidade, sem maus tratos e sem torturas.

O recado de João é direto. Podemos vê-lo dizendo: “Vocês ganham para manter a lei e a segurança de todo cidadão, independente da cor do seu colarinho. Contentem-se, portanto com seus salários, vivam de forma honesta sem cobrar pela liberdade e sem extorquir o ex-prisioneiro ou o camelô”.

Aos cobradores de impostos, João adverte que não roubem o povo, que não cobrem nada além da taxa estabelecida. João não condena a profissão, o que João condena é o abuso de poder, o descaramento de homens públicos, de auditores, policiais e fiscais que cobram propinas para cumprir suas obrigações. Agem pensando em si próprios, como se já não bastassem os pesadíssimos impostos governamentais que recaem sobre o povo.

Ao povo e para cada um de nós, a mensagem de João pode ser traduzida assim: Lembre-se do próximo. Por que manter aquele mundo de agasalhos no guarda roupas e nas gavetas, embolorando, cheirando “naftalina” e correndo o risco de serem corroídos pelas traças? Provavelmente nunca serão utilizados, enquanto milhares morrem de frio.

João diria ainda: Com a comida faça o mesmo! Distribua, divida, lembre-se daqueles que passam fome. Ouça o clamor dos indigentes e abandonados. Lembre-se que famílias inteiras tentam tirar do lixão o seu sustento.

Diante da pergunta: o que devemos fazer? João nos deixa esta resposta: Aquele que lutar por mudanças, viver a justiça e a caridade, já tem seu lugar reservado como o trigo no celeiro. Em compensação, quem fechar seus olhos para essas coisas, vai arder como palha, no fogo que não se apaga.

Escrito por
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

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