(...) para a multidão, Jesus contou esta parábola: “O semeador saiu a semear. Ao semear, uma parte caiu à beira do caminho. Vieram os pássaros e a comeram. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e logo germinou porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol se levantou, ficou queimada e, como não tinha raízes, secou. Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra parte caiu em terra boa e deu frutos, uma cem, outra sessenta, outra trinta. Quem tiver ouvidos, que ouça”. Os discípulos aproximaram-se e lhe perguntaram: “Por que lhes falas em parábolas?” Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus mas a eles não. A quem tem será dado, e terá em abundância; mas de quem não tem será tirado até mesmo o que tem. É por isso que lhes falo em parábolas: porque, olhando, não enxergam e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. (...) Quando alguém ouve a palavra do Reino e não a entende, chega o maligno e arranca o que lhe foi semeado no coração: é o que foi semeado junto ao caminho. O que foi semeado em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas não tem raízes; é inconstante: surgindo uma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo fraqueja. O que foi semeado entre espinhos representa quem ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e a tornam estéril. O que foi semeado em terra boa é quem ouve a palavra e a entende e dá frutos: uns cem, outros sessenta, outros trinta”.
COMENTÁRIO
Hoje Jesus nos conta a parábola do semeador. Este é um dos mais lindos exemplos que Jesus encontrou para evangelizar. Uma mensagem muito clara, só não entendeu quem não quis. Só não aceitou essa verdade quem não estava a fim de aceitar a Palavra de Deus.
Jesus sabia também da grande dificuldade de entendimento dos seus ouvintes. Sabia que naquela multidão, milhares de pessoas estavam interessadas em ouvir e também aceitar sua Palavra, porém, poucas estavam preparadas para entender sua mensagem.
Como era seu hábito, Jesus procura mostrar através de uma historinha, os motivos que levam as pessoas a rejeitarem os seus ensinamentos. Jesus nos diz que, mesmo quando não o rejeitamos abertamente, em determinadas situações, a nossa aceitação é superficial, sem base, sem raízes.
Jesus mostra como é bom o nosso Deus. Sempre generoso, apesar de conhecer-nos profundamente. Ele é como um semeador que lança as sementes da sua Palavra. Semeia em todo tipo de terreno, não faz discriminação. Ao lançar suas sementes em terrenos bons e ruins, Deus dá oportunidade para que todos se convertam e produzam frutos de vida e santidade.
Jesus nos explica o significado das sementes que caem em diversos tipos de terrenos. Ele nos apresenta quatro situações, das quais só uma dá bom resultado. Com esse exemplo Jesus aponta as dificuldades que encontra aquele que é convidado a aceitar a Palavra e fazer dela libertação e vida.
Realmente, no nosso dia-a-dia, nos deparamos com milhares de obstáculos no caminho. São muitos os motivos que encontramos para justificar nossa surdez. Jesus diz que as pessoas duras de coração não entendem e não aceitam seus ensinamentos.
Chama de hipócritas aqueles que falam de um jeito e agem de outro. Chama de egoístas aqueles apegados ao poder e ao dinheiro. Para esses, Jesus só fala em parábolas e compara-os com terrenos espinhentos, arenosos e pedregosos. Terrenos áridos e incapazes de transformar as sementes em árvores produtivas.
Existem bons terrenos. No entanto, uma grande parte precisa ainda ser arada e cuidada. Se retirarmos as ervas daninhas, os espinhos e as pedras, com certeza produzirão frutos na base de 30, 60 ou até mesmo, cem por um. Faltam operários para preparar terrenos. Porque então, não sermos nós os agricultores da salvação?
Vamos assumir nosso compromisso batismal de levar a todos os corações a Semente da Vida, a Palavra de Deus. Levar ao mundo a Boa Notícia. Certamente os frutos surgirão ao anunciarmos a Boa Nova do Reino, no diálogo fraterno, no serviço de amor e no testemunho de comunhão.
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