Por Espiritualidade Em Nossa Senhora

O Imaculado Coração de Maria: Caminho que conduz a Deus

No mês dedicado ao coração de Jesus e de maria, vamos entender melhor sobre a devoção ao Imaculado coração de Nossa Senhora




Ainda na Oceania, a diocese que engloba a Micronésia e Palau tem sua Catedral, localizada em Wenu, capital da Micronésia, dedicada ao Imaculado Coração de Maria.

A devoção ao Imaculado Coração de Maria é fruto da confiança em Maria como Mãe, e uma súplica de reparação pelos pecados da humanidade. Muito antiga, já fazia parte das devoções de alguns santos, séculos atrás. Um deles foi São João Eudes que, em 1648, conseguiu aprovação do bispo de Autun, na França, e celebrou pela primeira vez o culto ao Imaculado Coração de Maria. A Santa Sé mostrou-se favorável, difundindo esse culto pela Igreja em todo o mundo no início do século XIX.

Em 1805, o Papa Pio VII concedeu autorização para a celebração da festa nas dioceses e nas congregações religiosas que o pediam. No ano de 1855, o Papa Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios do Imaculado Coração de Maria. Foi a partir das aparições da Virgem Maria em Fátima, em 1917, que se propagou ainda mais esta devoção. Nas aparições, Maria apresentou seu coração transpassado de espinhos e disse aos pastores que aqueles espinhos eram as ofensas dos homens contra Deus, ou seja, os pecados. Ela pediu que rezassem o terço em desagravo a estas chagas.

Na aparição do dia 13 de julho, Nossa Senhora disse aos três pastorzinhos: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. Atendendo ao pedido de Nossa Senhora, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o Papa Pio XII consagrou a Igreja e todo gênero humano ao Coração Imaculado de Maria. Três anos mais tarde, o Papa estendeu a festa do Imaculado Coração de Maria para toda a Igreja Católica.



Os eventos em Fátima e a devoção

Os eventos que aconteceram em Fátima, Portugal, ao longo do ano 1917, em meio às atrocidades da Primeira Guerra Mundial, marcaram o reflorescimento da devoção ao Imaculado Coração de Maria. A devoção, no entanto, tem suas raízes na bíblia. O evangelho de Lucas relata que as primeiras comunidades cristãs viam no coração de Maria o lugar predileto da meditação dos mistérios de Cristo: “Maria conservava todas estas coisas em seu coração” (Lc 2,19. 51). O Coração de Maria é o lugar especial da oração, da reflexão e compreensão dos mistérios de Jesus Cristo.

A era patrística desenvolveu com riqueza de detalhes os textos do evangelho de Lucas referentes ao Coração de Maria. São Gregório de Nissa diz que o Coração de Maria é como o vaso, o receptáculo de todos os mistérios. O importante tema do concebimento de Jesus mediante a fé é frequente nos textos dos Padres Latinos e especialmente caro a Santo Agostinho que desenvolveu amplamente a ideia da concepção do Verbo no coração; Maria, antes concebeu Jesus em seu coração pela fé, depois em seu ventre.

Durante toda a Idade Média, este tema perdurou na reflexão mariológica, ilustrando a espiritualidade da imitação interior da Virgem Maria, contemplando a pureza do seu coração onde o Verbo se fez carne. Para Hugo de São Vítor, o Verbo desceu no seio de Maria, justamente porque antes fora concebido em seu coração.

A devoção ao Coração de Maria foi impulsionada por vários santos, dentre eles, São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes, seu maior incentivador. Ele reuniu, em uma só obra, as várias alusões ao Coração de Maria, encontradas nos muitos escritos dos Padres da Igreja.

A expressão Coração Imaculado é relativamente nova, nasceu após a definição do dogma da Imaculada Conceição, em dezembro de 1854; antes eram usadas com mais frequência expressões como “coração puríssimo, coração santíssimo, coração sacrossanto”. Após as aparições em Fátima, a expressão Coração Imaculado de Maria ganhou força e começou a ser usada inclusive na liturgia e chegou à máxima difusão entre 1942-1952, tocando o vértice no ano 1944, com a extensão da Festa do Imaculado Coração de Maria a toda a Igreja Latina. “Eram anos de florescimento da piedade mariana e a devoção ao Coração de Maria se inseriu com vigor jamais conhecido”.

A passagem de uma devoção particular para o culto público ocorreu em Nápoles, através da Confraria do Coração de Maria, fundada em 1640, pelo Padre Vicente Guinigi, dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus. Entretanto, foi São João Eudes que promoveu a devoção litúrgica em 1648, quando obteve autorização para a festa do bispo de Autun, na França. O culto foi se difundindo de tal modo que, em 1805, o Papa Pio VII passou a autorizar todos os pedidos das dioceses e congregações religiosas, para a celebração da festa litúrgica.

O carisma desta devoção levou o Padre Antonio Maria Claret a fundar, em 1849, uma congregação, hoje conhecida como Padres Claretianos.

Os pedidos para que o mundo fosse consagrado ao Coração de Maria começaram já em 1865. A Itália foi o primeiro país a se consagrar, por ocasião do Congresso Mariano, ocorrido em Turim, no ano 1867.

Vários acontecimentos prepararam o triunfo da devoção ao Coração de Maria no século XX; a experiência da freira Berthe Françoise Marie Ghislaine Petit (1870-1943) com o doloroso e Imaculado Coração de Maria é prelúdio da imagem do coração coroado de espinhos, que Nossa Senhora mostrou a Lúcia em Fátima.

O pedido do episcopado português para a consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria, a partir das aparições de Nossa Senhora em Fátima, foi decisivo. Em 1942, o Papa Pio XII, em sua mensagem, em português, consagrou o mundo ao Coração de Maria: “A vós, ao vosso Coração Imaculado, nesta hora trágica da história humana, confiamos, não só a Igreja, mas também todo o mundo lacerado pelas discórdias...”.

O Coração de Maria é visitado pela graça do Pai, é penetrado pela força do Espírito Santo e impulsionado interiormente pelo Filho; um coração humano perfeitamente em comunhão com a Santíssima Trindade.




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