Evangelho Dominical

Domingo de Ramos

Estar com Jesus significa mudar de vida

Jorge Lorente

Escrito por Jorge Lorente

10 ABR 2022 - 00H00

Evangelho: (Lc 19, 28-40)

Jesus seguiu subindo para Jerusalém. Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos e disse: “Ide ao povoado que está em frente. Entrando nele, achareis um jumentinho amarrado, que ainda não foi montado por ninguém. Desamarrai-o e trazei-o aqui. E, se alguém vos perguntar: ‘Por que o desamarrais?’ respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele’”. Os enviados partiram e encontraram tudo como Jesus lhes havia dito. Quando desamarravam o jumentinho, os donos perguntaram: “Por que desamarrais o jumentinho?” Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. Trouxeram o jumentinho para Jesus e, jogando suas vestes em cima do animal, fizeram Jesus montar. Enquanto ele passava, as pessoas estendiam suas vestes pelo caminho. Já perto de Jerusalém, na descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos começou a louvar alegremente a Deus num grande coro, por todos os milagres que tinham visto, dizendo: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu e glória nas alturas”. Alguns fariseus disseram-lhe, do meio da multidão: “Mestre, repreende teus discípulos”. Jesus respondeu: “Eu vos digo que, se eles se calarem, as pedras gritarão”.

COMENTÁRIO

Hoje iniciamos a Semana Santa. Na liturgia do Domingo de Ramos temos dois Evangelhos. Optamos por comentar o primeiro, proclamado logo após a bênção dos ramos, onde vemos que uma grande multidão se apresenta vibrante e empunhando ramos de oliveira. Gritam hosanas e aclamam Jesus: “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!”

Jesus é um Rei manso, humilde e pacífico, ao contrário dos outros reis que andavam em carros de guerra ou montados em vistosos cavalos. Mas ao mesmo tempo ele é forte e firme. Faz justiça devolvendo vida ao povo. E o povo o reconhece como seu Rei, seu Salvador. Por isso, estende seus mantos à sua passagem.

Enquanto o povo gritava “Hosana!” - “Viva! Salva-nos!” os poderosos ficaram preocupados e agitados. Ainda hoje é assim, a presença de Jesus é sempre uma ameaça para aqueles que vivem à custa do suor do povo. A simples presença de Jesus traz liberdade. Onde Jesus está presente, a opressão está ausente.

As atividades libertadoras realizadas por aquele chamado de: o Profeta Jesus de Nazaré da Galileia desafiam o poder opressor. A vinda do Rei pobre exige opção, exige uma definição; ou o recusamos ou o aceitamos, não existe meio termo. Esse é o grande desafio. Ficar com o verdadeiro ou com o falso, ficar com o antigo ou aceitar a Nova Aliança.

Jesus é, ao mesmo tempo, como um sapato confortável e também como aquela pedrinha incômoda que aparece não sabemos de onde. Para estar com ele é preciso abrir mão do poder e assumir o serviço. Não é fácil aceitar e cumprir a proposta do Salvador.

É dificílima essa decisão, por isso até hoje essa dúvida nos incomoda. Todos aguardavam um rei vingador, e com um enorme número de soldados para exterminar os romanos inimigos do povo. Mas, a decepção é geral, esse Rei se apresenta exigente, porém, sem armas e com propostas de mudanças.

Mudanças radicais que se trouxermos para os dias de hoje significam abrir mão dos grandes lucros e pensar com mais seriedade nos desempregados, nos aposentados, nos idosos e menores abandonados. O Rei exige preocupação com os enfermos e com os preços abusivos dos remédios.

Todas essas mudanças exigem muito de cada um de nós. Exigem desprendimento e renúncia; exigem humildade, solidariedade e amor ao próximo. Aderir ao Cristo significa mudar.

Quem não muda e não assume o compromisso batismal, é como aquele que estende o seu manto e grita “Hosana! Hosana!” e que, em menos de uma semana depois, lá está, no meio da multidão e gritando: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Os fariseus queriam que os discípulos de Jesus se calassem, pois aquela manifestação atrapalhava seus projetos. Jesus pregava justiça e fraternidade, pregava amor e partilha e isso fazia dele um inimigo mortal. Jesus era uma ameaça para os que viviam às custas dos pobres e oprimidos.

Quase nada mudou de lá para cá, a opressão, a injustiça, a corrupção e a exclusão continuam presentes, e querem tapar nossas bocas. Por isso, não se cale! O mundo precisa conhecer a liberdade que só o Verdadeiro Rei pode trazer.

Coragem cristão, não desanime e grite forte! Não permita que o nome de Jesus seja abafado! Essas verdades precisam ser divulgadas. Lembre-se de que se nos calarmos, as pedras gritarão!

Escrito por
Jorge Lorente
Jorge Lorente

Locutor da Rádio Imaculada, colunista e escritor de vários livros consagrados. Seu último lançamento foi a obra "Maria, mãe e mulher".

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