A jornalista Angelica Lima conversou, no programa Igreja em Pauta, da Rádio Imaculada, com Dom João Francisco Salm, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, sobre o papel da mulher na Igreja
Dom João, até onde as mulheres estão presentes onde se tomam grandes decisões na Igreja?
Olha, para tocar nesse assunto parece muito importante recordar que a mulher foi dada ao homem como um dom, um presente de Deus. Não só a mulher, mas cada um de nós é um dom para os demais. Certamente, como recorda o Papa Francisco, há muito que ser feito nessa área. Parece-me que a dificuldade aparece quando se tem presente que a Igreja tem uma hierarquia que tem a ver com o Sacramento da Ordem. Muitas decisões são tomadas em instâncias onde a presença é de quem tem o Sacramento da Ordem, mas há outras instâncias, em que não é preciso. O Papa vem insistindo, e com razão, sobre a necessidade de as mulheres participarem e serem colocadas em lugares de destaque e de decisão lá no Vaticano. Agora, nas dioceses há diferenças entre uma e outra. Na minha Diocese de Tubarão, em Santa Catarina, temos nossos Conselhos de Pastoral e Conselhos Econômicos, onde as mulheres participam e muito. Eu não faço isso para agradar ninguém. Não tenho nenhuma dificuldade de pensar que mulheres possam ter posições importantes na Igreja, eu não tenho essa dificuldade. Na minha vida pessoal as mulheres sempre foram importantes.
A presença feminina mais importante na Igreja é Maria que é exemplo também para todos os cristãos.
De fato, Nossa Senhora é uma mulher extraordinária. Ela tem o papel dela na vida cristã e na vida de Jesus e, portanto. na vida de todos nós. Maria, como mulher, foi escolhida para ser a Mãe de Jesus. O Papa Francisco até diz que Maria foi mais do que os apóstolos, mais do que eles. Para ser apóstolos teriam que ser homens. Maria não poderia ser considerada uma apóstola? Sendo a Mãe de Jesus, Ela foi mais do que apóstola.
De que forma o Espírito Santo está soprando no ouvido e no coração do Papa Francisco e continua soprando na Igreja para que siga sempre pelo caminho de Jesus?
Acredito muito nisso. Nós não somos uma organização meramente humana. O humano nos pesa no sentido de que somos limitados, temos nossas dificuldades de compreender, de enxergar, de discernir e de decidir o que Deus quer de nós. Por outro lado, também, em tudo isso, enquanto instituição de tantos anos, há muita sabedoria, muita experiência de vida, muito sofrimento passado. Se aprendeu muito com o sofrimento e vamos continuar aprendendo. Estamos sempre nesta procura constante, assim procuramos com a sabedoria descobrir o que Deus está querendo de nós. Uma procura bonita, às vezes sofrida, mas ela é bonita. Eu acho que dignifica a todos.
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