Institucional

Maximiliano não morreu, deu a vida

No dia em que a Igreja celebra o mártir da caridade, a Milícia da Imaculada, fundada por ele, agradece a Deus pelo legado deixado por este grande santo

Escrito por Angelica Lima

14 AGO 2024 - 12H00 (Atualizada em 15 AGO 2024 - 07H03)

São Maximiliano Maria Kolbe, um frade franciscano polonês, é amplamente reconhecido por seu extraordinário ato de sacrifício no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, sua vida, seu legado, vão muito além do martírio, simbolizando o amor, a fé inabalável e a dignidade humana em face da mais extrema crueldade.

Nesta quarta-feira, a Igreja em todo o mundo celebra a memória deste santo, mas, para a Milícia da Imaculada, esta celebração ganha um tom especial, pois ao se entregar no lugar de um pai de família no Campo de Concentração de Auschwitz, Pe. Maximiliano salvava a vida não apenas daquele homem, mas de milhões de pessoas que são alcançadas por seu ideal evangelizador, especialmente por meio desta grande Obra de Evangelização.

Na sede da Milícia da Imaculada em São Bernardo do Campo SP, no Oratório Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, o dia teve início com a celebração da Santa Missa, às 8h15min, presidida pelo Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis, da Ordem dos Frades Menores Conventuais, da qual Maximiliano fazia parte, Frei José Hugo Santos, e concelebrada pelo Frei Sebastião Benito Quaglio, Guardião Internacional do Carisma da MI e Frei Diogo Luís Fuitem.


A missa foi presidida por Frei José Hugo Santos e concelebrada por Frei Sebastião e Frei Diogo


Frei Hugo iniciou sua homilia falando da importância desta data para a Família Franciscana, para a Milícia da Imaculada e para toda a Igreja, e lembrou que cada cristão é chamado à santidade: “Um leigo pode ser Santo, um padre pode ser Santo, um consagrado, uma consagrada, podem ser Santos, porque somos chamados a viver essa santidade como um convite universal. E quando olhamos para Frei Maximiliano Kolbe, talvez sintamos uma pontinha de inveja, porque a gente olha para ele e se pergunta como ele chegou aonde chegou? Que força foi essa que brotou do coração desse homem que fez com que ele fosse capaz de doar a própria vida? E não foi um doar a vida de alguém que já estivesse doente. Não foi o doar a vida de alguém que já estivesse desencantado com a vida. E não foi doar a vida numa situação em que ele saberia que teria algo depois em troca ou em recompensa, mas uma força brota do seu coração a ponto dele dizer, eu me ofereço. Podem levar a minha vida, podem tirar a minha vida no lugar desse pai de família”.

Ao final da celebração, Frei Hugo concedeu a palavra aos concelebrantes. Frei Sebastião destacou a forma como São Maximiliano apresentou a Imaculada ao mundo: “Celebramos hoje a história de um carisma que se encarnou em um homem. E este homem o tornou visível com a sua vida. O homem que teve uma visão ampla do caminho da existência humana. Percebeu rumo que a humanidade está percorrendo e quis ajudá-la a enxergar a meta. Apontou um caminho especial: a Imaculada, como o rosto materno de Deus, a ternura visível de Deus, para que a humanidade fosse conduzida não pela força, mas pela atração. Ele entendeu que o carisma não era somente um objeto, mas um jeito de vivê lo, e por isso ele o tornou radical em sua vida, arcando com as consequências”.

Frei Diogo falou da alegria de celebrar o mártir da caridade que tanto trabalhou pela evangelização: “É uma Alegria nós celebrarmos hoje algo que marcou a caminhada da vida franciscana e vida Mariana. Nós lembramos hoje 83 anos da entrega que São Maximiliano fez de sua vida. É um grande gesto que nós sempre lembramos. Ele é o mártir da caridade e, ao mesmo tempo, também fundador da Milícia da Imaculada. Então é essa alegria que toma nossos corações, poder celebrar este santo, que para nós é exemplo de vida”.

Após a celebração da Santa Missa, Frei Sebastião concedeu uma entrevista para a TV Canção Nova, que esteve na sede da Milícia da Imaculada produzindo uma reportagem sobre a Vida de Maximiliano Kolbe.


Em entrevista à TV Canção Nova, Frei Sebastião falou sobre São Maximiiano Kolbe


Às 14h, horário de Brasília, o Assistente Internacional da Milícia da Imaculada, Frei Gilson Miguel Nunes participou, ao vivo, no programa Encontro com Maria, para falar sobre a entrega de São Maximiliano Kolbe.

Às 15h, o Guardião Internacional do Carisma da Milícia da Imaculada se encontrou com os colaboradores da sede da MI de São Bernardo do Campo e com os fiéis em geral para rezar a Coroa de Oração de São Maximiliano Kolbe, no Oratório dedicado a ele. Às 20h, também no Oratório, aconteceu a missa solene.

As celebrações em honra ao fundador da Milícia da Imaculada seguem durante todo o mês. No domingo, dia 18, é o dia de homenagear o mártir da caridade com festa. A celebração da Santa Missa acontece às 7h, 10h30 e 17h no Oratório na sede da MI em São Bernardo do Campo. Haverá praça de alimentação com doces e lanches variados e música ao vivo.

Conheça a vida de São Maximiliano Kolbe

1. Infância e Chamado Religioso

Maximiliano Kolbe nasceu como Rajmund Kolbe em 8 de janeiro de 1894, em Zduńska Wola, na Polônia. Desde cedo, demonstrou um profundo amor pela fé e pela Virgem Maria. Em sua infância, teve uma visão da Virgem Maria, que lhe ofereceu duas coroas: uma branca, simbolizando a pureza, e outra vermelha, representando o martírio. Ele aceitou ambas, demonstrando desde jovem sua disposição para se dedicar à vida religiosa e, se necessário, ao sacrifício.

2. Ingresso na Vida Franciscana

Aos 13 anos, Kolbe ingressou no seminário dos Frades Menores Conventuais. Ele adotou o nome religioso de Maximiliano e se destacou como um estudante brilhante, com talento em matemática e ciências, além de uma devoção intensa à oração e à espiritualidade mariana. Em 1918, foi ordenado sacerdote.

3. Fundação da Milícia da Imaculada

Em 1917, ainda estudante em Roma, Maximiliano Kolbe fundou a "Milícia da Imaculada" (Militia Immaculatae), uma associação pública de fiéis dedicada à consagração à Virgem Maria e à propagação do Evangelho. O ideal de São Maximiliano Kolbe era conquistar o mundo para Cristo por meio da Imaculada, promovendo a devoção mariana e combatendo o pecado e o mal. A Milícia cresceu rapidamente, espalhando-se por diversos países e mobilizando muitos para a causa mariana.

4. Empreendedorismo e Publicações

Kolbe foi um comunicador talentoso e usou suas habilidades para evangelizar. Em 1922, fundou a revista "Rycerz Niepokalanej" (Cavaleiro da Imaculada), que se tornou uma das publicações católicas mais populares na Polônia, com uma tiragem que chegou a mais de um milhão de exemplares. Ele usou a imprensa como ferramenta para divulgar a mensagem cristã e promover a devoção mariana.

5. Fundação da Cidade da Imaculada (Niepokalanów)

Em 1927, Kolbe fundou Niepokalanów, conhecida como a "Cidade da Imaculada", uma comunidade religiosa franciscana próxima a Varsóvia. Sob sua liderança, Niepokalanów se tornou um dos maiores centros de publicações católicas do mundo, com uma infraestrutura impressionante que incluía tipografias, estações de rádio e até mesmo um aeroporto. A cidade também abrigava uma comunidade religiosa dedicada à oração, trabalho e evangelização.

6. Missão no Japão

Em 1930, Maximiliano Kolbe viajou ao Japão como missionário. Lá, fundou um centro missionário em Nagasaki, chamado "Jardim da Imaculada". Ele também lançou uma versão japonesa da "Cavaleiro da Imaculada" e estabeleceu uma comunidade religiosa. O centro missionário em Nagasaki sobreviveu milagrosamente ao bombardeio atômico de 1945, uma proteção que muitos atribuíram à escolha do local em uma área considerada espiritualmente auspiciosa por Kolbe.

7. Retorno à Polônia e Segunda Guerra Mundial

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Kolbe retornou à Polônia e continuou seu trabalho em Niepokalanów, que se tornou um refúgio para muitos refugiados, incluindo judeus, durante a ocupação nazista. Ele foi preso pela Gestapo em 1939, mas foi libertado pouco tempo depois. Em 1941, foi preso novamente e enviado para Auschwitz.

8. Sacrifício em Auschwitz

Em julho de 1941, após a fuga de um prisioneiro, os oficiais nazistas de Auschwitz ordenaram que dez homens fossem escolhidos para morrer de fome como punição e dissuasão. Entre os selecionados estava Franciszek Gajowniczek, um prisioneiro que, ao ser escolhido, gritou desesperado que tinha uma esposa e filhos. Nesse momento, Maximiliano Kolbe, que não estava entre os escolhidos, se ofereceu para tomar o lugar de Gajowniczek, dizendo ao comandante: "Sou um sacerdote católico. Não tenho esposa nem filhos. Gostaria de tomar o lugar deste homem."

9. Canonização e Reconhecimento

São Maximiliano Kolbe foi canonizado pelo Papa João Paulo II em 1982, que o declarou "mártir da caridade". Durante a cerimônia, Franciszek Gajowniczek, o homem por quem Kolbe deu sua vida, estava presente, testemunhando o impacto duradouro do ato de Kolbe. Sua história é contada em igrejas, escolas e museus, servindo como uma lição contínua sobre o poder do sacrifício e do amor.

O legado de São Maximiliano Kolbe é um farol de luz em um dos capítulos mais sombrios da história humana. Ao dar sua vida para salvar a de outro, ele nos deixou um exemplo eterno de coragem, fé e compaixão. Seu sacrifício nos desafia a refletir sobre o valor da vida humana e a força transformadora do amor, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Angelica Lima, em Institucional

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.