Por Vladimir Ribeiro Em Igreja

Uma década de guerra não deve diminuir solidariedade com os sírios

Segundo Filippo Grandi, do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, mundo falhou com os sírios


Divulgação
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Uma refugiada síria do lado de fora de sua casa, em um campo de assentamento informal em Baqqaa Valey, Líbano


Filippo Grandi
Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados

Dez anos da crise síria infligiram sofrimento e dor inimagináveis. O mundo falhou com os sírios. Como Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, liderando uma resposta a uma das maiores crises de refugiados dos tempos modernos, observo este aniversário com o coração pesado. Para os líderes globais, é um lembrete severo e condenatório de que esta década de morte, destruição e deslocamento aconteceu diante de seus olhos.

Após dez anos, metade da população síria foi forçada a fugir de suas casas. Mais de 5,5 milhões são refugiados na região, enquanto centenas de milhares estão espalhados por 130 países. Outros 6,7 milhões de sírios estão deslocados internamente. Em dez anos, quase nenhuma cidade ou aldeia da Síria foi poupada da violência, e o sofrimento humanitário e a privação daqueles dentro da Síria é insustentável.

Uma combinação de ajuda em declínio com a covid-19 induziu uma retração econômica que levou os refugiados sírios a níveis nunca vistos de desespero. No Líbano, nove em cada dez sírios vivem agora em extrema pobreza. A perda de meios de subsistência, o aumento do desemprego e a covid-19 também empurraram milhões de seus anfitriões jordanianos, libaneses, turcos e iraquianos para abaixo da linha de pobreza.

Ao mesmo tempo, temos sido testemunhas de uma extraordinária generosidade que salvou milhões de vidas sírias. Os países vizinhos têm abrigado milhões de refugiados, arcando com uma enorme responsabilidade. Suas economias, recursos escassos, infraestrutura e sociedades estão sob tremenda pressão.

Além da região, uma onda de solidariedade com refugiados sírios levou vários governos a mudarem suas políticas e oferecer gestos genuínos para ajudar os refugiados e seus países anfitriões através de reassentamento, reunião familiar, vistos humanitários, bolsas de estudo e outros caminhos seguros e legais para refugiados sírios.

A gravidade dessa crise não deve enfraquecer nossa solidariedade com os sírios. Pelo o contrário, nós devemos dobrar nossos esforços coletivos para apoiar tanto os refugiados quanto as comunidades que os acolhem. Nós devemos aos refugiados sírios e a região nada menos do que isso.

Fonte: Acnur

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