Confira os trechos bíblicos propostos para essa Quarta Semana de Retiro Quaresmal. Antes, acesse o Roteiro para a oração diária que inclui a Revisão da Oração:
O evangelho de João segue um esquema bem diferente do utilizado pelos Sinóticos: Marcos, Mateus e Lucas. João narra apenas dois milagres relatados também pelos outros evangelhos, a saber, a multiplicação dos pães e Jesus caminhando sobre as águas. O milagre do cego de nascença é contado, portanto, somente por João. O autor diz que escreveu o seu evangelho para que crêssemos que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, crendo tivéssemos a vida em seu nome. Assim, com a narração do cego do nascença, quer mostrar que Jesus é a vida e a luz do mundo: dá a luz ao cego de nascença, em contraste com a cegueira espiritual dos judeus. Percebe-se, no interior da narrativa, a argumentação encadeada para levar o leitor a adorar Jesus como o Filho de Deus.
O texto era destinado a catequese dos que iam ser balizados. Da sujeira e da lama do pecado, erguiam-se os novos cristãos, depois de se terem lavado - como o cego - nas águas puras do Batismo. Evidentemente não bastava ao rito do Batismo em si. Era necessária a fé em Jesus e a adesão irrestrita a sua doutrina, acreditando na preexistência de Jesus e como sendo a Palavra na qual o Pai se revelou.
Dia 23/03 - Jo 4, 43-54: "Vai, teu filho está vivo."
O ser humano está sempre á procura da fé. Um homem odiado pelos judeus por ser pagão, um membro da família real, por estar serviço dos não menos odiados da casa real de Herodes. Dirige-se a Jesus e faz o pedido da cura do filho. O centro da narrativa está nos verbos "crer" e "vi ver". Observa-se nesse relato um progresso na fé por parte do Pai, de uma confiança em que Jesus possa curar o seu filho, fé na Palavra de Jesus, fundada unicamente em sua autoridade.
O relato nos mostra que a confiança total em Jesus faz milagres. Ter fé significa aceitar a Jesus com todos os riscos que isso possa acarretar.
E há ainda outra característica, a fé nos abre para o diálogo e nos dá a certeza de que Jesus está no meio de nós, construindo conosco a história de nossas vidas.
O oficial crê na Palavra de Jesus. A sua fé é confirmada pelo milagre, anunciado a eles pelos servos que lhe vêm ao encontro. A fé desse oficial passa por toda a família.
O doente ficou curado e liberto pela ação de Jesus. O aspecto importante dessa cura é que Jesus toma a iniciativa, diante da passividade desse enfermo.
Muitas vezes, a severa interpretação de costumes e leis nos faz perder a oportunidade de ficar livres dos males que nos afetam. A atitude de Jesus manifesta sua constante
iniciativa de salvar o que estava perdido. Para Deus sempre há uma possibilidade de libertação. Aqueles que preferem ficar à margem perdem a possibilidade de um encontro salvador com Deus.
A libertação de Jesus consiste em uma total renovação de nosso ser à imagem do Criador. É por essa razão que ele não fica satisfeito apenas com a libertação do paralítico. Essa libertação é somente parte de uma salvação maior. Encontrando-o mais tarde no Templo, Jesus chamou-o para uma conversão dos pecados, a fim de que a libertação pudesse ser autêntica.
Celebramos hoje o anúncio que o anjo Gabriel fez a Maria, a respeito do nascimento de Jesus. Maria foi escolhida para conceber o Filho de Deus, pelo poder do Espírito Santo. Esse anúncio inaugura o grande acontecimento da encarnação do Filho de Deus, que assume nossa humanidade para nos conceder sua divindade. Assim, Jesus assumindo, a partir do sim de Maria, a nossa humanidade, vai consumar seu sacrifício redentor na cruz e nos redimirá dos nossos pecados. Elevemos portanto a Deus nosso louvor e nossa gratidão pelo seu amor sem medidas.
A narrativa do evangelho de hoje apresenta as testemunhas de Jesus. Diante do decreto da morte promulgado pelas autoridades judaicas, aparecem as testemunhas que depõem a favor de Jesus: João Batista, o Pai, a Escritura.
Jesus reconhece em João Batista uma testemunha da verdade. Ele afirma, porém, que o testemunho mais autorizado é dado por sua divindade.
Esse testemunho é o que o Pai dá ao Filho pelas obras que este realiza. O testemunho da verdade de Jesus é, antes de tudo, o próprio Jesus nas obras que realiza. São obras de poder e de amor, obras de sabedoria e de santidade que ultrapassam as possibilidades de um homem.
Por essas obras, o Pai dá testemunho de Jesus, isto é, designa-o a nossa confiança. Esse testemunho ó o que Cristo dá a si mesmo. Testemunha por sua Palavra e reivindica por seus comportamentos uma autoridade divina.
O relato do evangelho de hoje procura eliminar a dificuldade para aceitar a doutrina de Jesus: sua origem humana. Isso não deveria ser obstáculo para a fé, já que nos lábios de Jesus sua origem humana é o que menos importa. Ele veio de Deus e tem nele sua verdadeira origem. Esta afirmação divide os cristãos: uns se inflamam no ódio a Jesus para eliminá-lo, outros o aceitam.
Nos últimos dias da vida pública de Jesus, já era obvio que as autoridades tencionavam matá-lo. Diante da iminência de sua perseguição e da rápida aproximação de seu martírio, Jesus adota uma atitude que serve de modelo para os cristãos perseguidos.
Jesus não procura livremente o martírio, mas permanece fiel a sua missão de ensinar a verdade, mesmo arriscando a vida em Jerusalém, na época em que sua hora havia chegado.
A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.
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Fonte: jesuitasbrasil.org.br
Os comentários bíblicos das semanas são extraídos do Diário Bíblico – Editora Ave Maria
Ilustrações da versão impressa original: Luis Henrique, de Varginha - MG.
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