Vocação acertada para uma vida feliz

Na Igreja do Brasil se tornou tradição celebrar o mês de agosto como mês vocacional. Cada semana do mês fica dedicada a uma vocação específica, a saber: vocação presbiteral (padre), vocação matrimonial (dia dos pais), vocação à vida religiosa consagrada (freis e freiras) e a vocação do catequista (leigos e leigas).

Deste modo, a cada semana vamos aprofundar o sentido de cada vocação dentro da Igreja. Escutamos constantemente que quem acerta a sua vocação será feliz, encontrará sentido em sua vida. A partir disso, inevitavelmente surgem algumas perguntas. Legal, mas, como saber qual é a minha vocação? Como saber se a vocação que eu acho que eu tenho é realmente a minha vocação? Essas perguntas podem nos perturbar e até nos levar às lágrimas num misto de sentimentos que nos deixam perdidos.

Desta forma é importante trilharmos um caminho para melhor compreender qual é a nossa vocação. Ao longo dos próximos meses vamos trabalhar os quatro pontos para um caminho de conhecimento vocacional.

Esse caminho não é uma fórmula, mas um jeito, um modo de reconhecermos qual é a nossa vocação. Existem quatro aspectos importantes para fazermos nosso caminho, que são: o Despertar, o Acompanhar, o Discernir e o Cultivar. O despertar vocacional acontece de várias maneiras. Pode acontecer de um anjo, envolvido da luz divina, aparecer diante de você, com voz de trovão e dizer: “Deus te chama para a vocação X”. Só que não! Claro que para Deus nada é impossível, mas, normalmente não é assim que acontece.

Às vezes através de um padre nas redes sociais e/ou na missa dominical, onde muitas vezes estamos distraídos, um frei ou uma freira em um evento, ou no ônibus, talvez no discreto convite para ajudar um catequista e/ou alguma pastoral. O nosso despertar acontece em nosso dia a dia. Como é bonito pensarmos que o extraordinário de Deus em nossa vida acontece no ordinário, no cotidiano de nossa rotina. Leia MaisTop Five da terceira semana de agostoEconomia de Francisco será série de TVINSS prorroga concessão de benefício por incapacidade sem períciaRevestidos da fé em Cristo

Incrível pensar que em meio às correrias dos nossos afazeres diários, Deus fala no silêncio de nosso coração “Segue-me” (Mc 2,14). De modo muito concreto Deus nos chama e Seu chamado acontece na comunidade. Toda vocação nasce na comunidade de fé. Mesmo que você diga que algumas pessoas de sua comunidade são isso ou aquilo, Deus, na Sua infinita graça e misericórdia, faz florescer vocações onde não esperamos.

Nosso acordar vocacional também passa por isso. Muitas vezes aquele padre ou aquela irmã nunca chamaram à atenção, então de repente começamos a dar mais importância, nossa admiração vai crescendo, e assim, sem perceber começamos a imaginar como nós seríamos no lugar dessa pessoa.

À primeira vista é assustador, negamos com toda a certeza, mas aos poucos vamos querendo saber mais, conhecer mais, nos aprofundar, até nascer o desejo de “lançar as redes” (Jo 21,6) em águas mais profundas e desconhecidas.

Deve ficar claro que esse despertar acontece de diversas formas, cada pessoa fará a sua experiência a seu modo. O que foi expresso acima não é uma receita, mas, acenos e aspectos que ocorrem em um despertar; cabe a cada um deixar-se tocar pela experiência do chamado de Deus em sua vida. Diversas vezes em uma jornada vocacional se ouvirá “o caminho se faz caminhando”. Sabemos o quanto isso soa como frase pronta, mas é verdade, ao longo das vicissitudes do caminho, a estrada vai sendo trilhada e o caminho vai surgindo.

Assim, na vida cristã, se o caminho do despertar vocacional é o chamado de Deus em nosso coração a partir de mediações humanas, deste modo, necessita de um acompanhamento para compreendermos o que é nosso desejo ou admiração, e o que é vontade e chamado de Deus. No próximo mês vamos entender um pouco melhor como funciona um acompanhamento vocacional a fim de que mesmo com medo e dúvidas possamos fazer nosso caminho para assim acertar a vocação que Deus comunica a cada um de nós. Paz e Bem.

Fonte: O Mílite