Sabemos que Jesus Cristo é a união perfeita entre o divino e o humano. Ao Mesmo tempo é muito próximo aos homens, pela sua afinidade com a obra popular. O nosso povo quer uma Igreja humana e Maria é figura e mãe da Igreja.
Maria simboliza todos os seres humanos, seres finitos em constante construção, abertos à ação de Deus. Estes traços de Maria devem inspirar sempre e mais, nossas atitudes de vida, enquanto cristãos e membros da Igreja.
Este tema deve ser uma luz que ilumina a ação evangelizadora da Igreja em nosso continente hoje, diante de tantas situações concretas que desumanizam tantos irmãos e irmãs que vivem sem dignidade. Em primeiro lugar, e antes de tudo, a Igreja é chamada a formar seres humanos, a ser promotora da vida plena e da dignidade para todos, sem excluir ninguém. Pelo que, quanto mais humana seja a vida, mais plena e repleta de sentido ela será.
Ao falar da presença de Maria neste processo, devemos reconhecer que: “Maria é mais do que ‘simplesmente Maria’, é mais do que a mãe de Jesus, é mais do que o povo simbolizado numa mulher. Maria é criação divina do humano e no humano... E o divino e o humano estarão vivos, enquanto durarem o homem e a mulher”.
Portanto, surge mais uma vez um grande desafio para a teologia mariana: como mostrar que “Nossa Senhora”, a “Rainha Três Vezes Admirável”, a “Imaculada”, é a mesma Maria de Nazaré? Eis o desafio, hoje mais urgente que nunca, de resgatar a dimensão humana e existencial de Maria, articulando-a com sua condição atual de pessoa glorificada.
O mistério de Maria traz, também, uma palavra nova sobre o ser humano, uma palavra que diz que este ser – feito à imagem e semelhança de Deus – não pode ser reduzido ao confinamento do individualismo, à estreiteza do sexismo, à alienação do idealismo. Vejamos: “Maria, figura coletiva, símbolo do povo fiel de cujo seio brota a nova criação, desdobra diante do humano todos os seus infinitos horizontes de inenarráveis possibilidades, ajuda a antropologia teológica a repensar-se de rosto voltado para o infinito de Deus”.
Nunca podemos desligar evangelização e promoção humana, esta última entendida no seu sentido mais amplo e integral possível. O ser humano, homem e mulher, a quem se dirige a evangelização, não é um ser abstrato, mas sujeito aos problemas sociais, espirituais e econômicos. Nunca podemos dissociar o plano da criação daquele da redenção. Por conseguinte, quando como Igreja nos preocupamos com a promoção do homem, não devemos pensar que tal faça a Igreja se desviar de sua missão principal. O fato de promover a vida e a dignidade para todos, como o fez Maria, que é a imagem da Igreja, faz parte da fé cristã e do evangelho.
A eficácia da redenção de Cristo se condensa e já se acha plena e claramente numa criatura: Maria. Nela se encontra totalmente restabelecida a ordem sonhada por Deus. Portanto, Maria é a forjadora ativa da vida plena do povo, dos valores humanos e cristãos que humanizam a tantos que vivem distantes de vida plena e dignidade. Com seu exemplo, assinala valores-chave, e, com sua ação, os plasma no coração dos seres humanos de hoje.
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