A devoção à Virgem das Dores, celebrada todos os anos em 15 de setembro, um dia depois da festa da Exaltação da Santa Cruz, foi instituída pelo Papa Pio X (1904-1914). Ao final do século IX já existia o culto à Virgem das Dores e suas sete dores, que se referem a momentos da vida de Maria contados nos Evangelhos.
A devoção popular logo compreendeu que estes eventos são ligados à paixão e morte de Jesus, mas não só, eram também reflexo do sofrimento humano. Foram, sobretudo, Santo Anselmo e São Bernardo que contribuíram para exaltar essa forma de devoção e veneração das lágrimas de Maria aos pés da cruz. No século XIII vamos encontrar um hino do Sábado Santo intitulado Stabat Mater, que recorda que Maria estava de pé junto à cruz de Jesus. Em um trecho diz assim: “Suspirando, chorava, e da cruz não se afastava, ao ver que o Filho morria, pobre mãe, tão desolada, ao vê-la assim transpassada, quem de dor não choraria?”.
São Maximiliano passou por um grande sofrimento em um momento de doença durante a longa viagem que o levava ao Japão e se recordou de Nossa Senhora das Dores. “Meus caríssimos, amadíssimos filhos, seguramente adivinharam que amor me demostrou a Imaculada, a nossa Mãezinha, na sexta-feira, festa das suas sete dores . Para dizer a verdade, sofria muito. As ondas batiam no navio, sentia-me fraco, fiquei deitado por muito tempo; parecia que ia desmaiar; queria levantar-me, movimentar-me, mas depois surgiu um suor frio e os vômitos do mal de mar. A dor de cabeça não se acalma. Durante a noite cansei- -me demais. Antes, de manhã, não conseguia decidir-me a celebrar a Santa Missa. O único alívio era a invocação mental e frequente, muito frequente, do santíssimo nome de Maria” (Escrito de São Maximiliano Kolbe 503).
Olhando as dores de Maria percebemos que é possível trilhar o caminho do sofrimento com o sentido para a mesma dor. Essa dor se une a tantas dores cotidianas que também coroam seus corações de espinhos: mães que veem seus filhos mortos precocemente, dor das mães que veem seus filhos nas drogas, nas ruas por não encontrarem trabalho, mães que sofrem preconceitos, mães que perderam seus filhos na pandemia, mães que sofrem violência, as que são discriminadas por serem pobres. Colocamos tudo isso no coração de Deus junto à Mãe das Dores.
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