Conforme nos indica a Constituição Dogmática Lumen Gentium: “Ela mesma sobressai entre os humildes pobres do Senhor” (55). Quem poderia supor? Daquela resposta afirmativa diante do anjo nascia o primeiro ato de fé cristão. Apesar de criatura, Maria encontrou graça diante de Deus. Embora serva, foi chamada a ser Mãe. Tão humana e tão divina. Assim é Maria. Ela é toda santa, imune de toda mancha, plasmada pelo Espírito Santo. Em outras palavras, significa que Ela foi totalmente “espiritualizada”: no corpo, na psique e no espírito. Não é porque foi isenta de todo pecado que Ela é menos humana. O pecado não é algo que nos humaniza, mas que tira a nossa semelhança divina.
Logo, Maria sem pecado é um modelo de humanidade íntegra. Maria é nossa irmã no sofrimento, mas não é no mal. Maria é “a cheia de graça”, ou melhor, aquela que Senhor cumulou de Seu Amor. Foi nela que a graça assumiu e informou totalmente a natureza. Em Maria, a graça, longe de substituir ou negar sua natureza, a respeitou e a aperfeiçoou ao extremo. Por isso, digna de ser contemplada à luz da Santíssima Trindade. A escola marial de Kolbe passa, com justiça, pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo.
Esta mulher é proclamada “Imaculada”. A isenção do pecado original não a libertou automaticamente do mal e de seus ataques. É válido refletir que também para Ela a vida foi uma luta, um combate constante no qual a graça sempre venceu. Maria tornou-se, com isso, toda “divina”, como se exprime São João da Cruz, falando das almas inteiramente espiritualizadas.
Maria é a criatura mais conforme a Cristo, não só em seu exterior (transmitiu ao Filho divino todo seu patrimônio genético), mas, sobretudo, em seu aspecto psíquico e moral, pois identificou-se com seu jeito de ser nos 30 anos de convivência com Ele.
No século V, o autor cristão Proclo de Constantinopla afirmou que Maria merece, pois, com todo o direito, o título de “glória do sexo feminino”. Ela é a nova Eva, “a mulher” por antonomásia, mostrando-se, por isso mesmo, mulher perfeita “realmente existente” .
A Mariologia Trinitária de São Maximiliano Kolbe não é um caminho criado pelo santo, mas está intimamente ligado ao caminho que a Igreja realiza em relação a Maria. Contemplando Maria, contempla-se a plena atuação da Trindade, podendo quase que tocá-la.
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