Papa

O Papa e eu

A Milícia da Imaculada sempre demonstra respeito pelos papas. Quero recordar aqui dois pontífices que conheci pessoalmente e transmitir meu testemunho

Frei Sebastião (Arquivo MI)

Escrito por Frei Sebastião Benito Quaglio

09 JUL 2023 - 00H00

Conheci pessoalmente o Papa Francisco, em 2015, com Dom Cláudio Hummes que era amigo do Papa. Conheci um Papa diferente do que via na TV. Ele nos acolheu de forma muito afetuosa no Vaticano. Subimos no andar do Papa e batemos na porta. O Papa estava nos esperando, ele mesmo abriu a porta, e começou a conversar conosco. Ele quis me ouvir e falei da Milícia da Imaculada, e de todos os anos que Dom Cláudio e eu trabalhamos juntos. O Papa riu de muitas coisas, ficamos muito tempo conversando de maneira tranquila.

O Papa me ajudou com uma questão importante. Diversas pessoas acham que o termo "Consagração a Nossa Senhora" não é adequado para a nossa espiritualidade, mas que deveria ser dito "Entrega a Nossa Senhora". Perguntei ao Papa o que deveríamos fazer na Milícia da Imaculada, porque São Maximiliano Kolbe falava de consagração e o próprio Papa tinha falado de entrega a Maria, na Praça de São Pedro. O Papa segurou nas minhas mãos e repetiu por três vezes, olhando bem nos meus olhos: “É a mesma coisa, Frei Sebastião!” Ali eu percebi que o Papa não estava interessado em discursos e debates, mas nas realidades profundas da fé.

Depois, quando estávamos nos despedindo, perguntei ao Papa se podia tirar uma foto com ele. Ele sorriu e gostou, aí pedi para o Cardeal Dom Cláudio tirar a foto, mas Dom Cláudio disse que não, que queria sair na foto também. Aí o Papa foi até a porta e chamou por um guarda suíço. “Ei, moço, venha aqui”, disse o Papa. O rapaz tirou a foto para a gente, aí o Papa pediu para tirar outra perto do quadro de São Francisco de Assis para, conforme ele mesmo disse sorrindo para Dom Cláudio, “nunca se esquecer dos pobres”. Leia MaisAcompanhe diariamente o Evangelho de Julho com o Frei Luís Favaron Milícia da Imaculada prepara festa em homenagem a seu fundadorDeus está do lado dos oprimidosA força criativa é o amor

Em outra ocasião, em 2017, estive na Missa com o Papa. Aquela celebração cotidiana do Papa, de manhã, na capela do lugar em que ele mora. Depois da Missa eu já estava indo embora e o Papa pediu para me chamar. Conversamos, pediu uma benção, falou de como a vida é bonita e é importante lutar. Ele sorriu, falou que nenhuma dificuldade deve impedir nosso ideal, que nossa vida pertence a Deus e que devemos seguir sempre em frente.

Essa é minha experiência pessoal com o Papa Francisco. Amei e estudei com profundidade o magistério do Papa João Paulo II e também de Bento XVI. Rezei muito pelo Papa João Paulo Primeiro que teve breve tempo de pontificado. E conheci pessoalmente outro Papa também: o Cardeal Angelo Roncalli era Patriarca de Veneza e se tornou o Papa João XXIII. Ele sempre ia nos visitar no seminário. Uma vez houve um encontro inusitado: lembro que o Cardeal estava subindo a escada do seminário e eu estava descendo, correndo como sempre, pulando os degraus. Dei um pulo e esbarrei na barriga dele. O Cardeal me disse rindo: “Ei, você quer me matar!?” Fiquei com muita vergonha.

Depois, em outra ocasião, o Cardeal Roncalli estava conosco e o Frei Angelico Manentti, que era barbeiro da turma, cortou os cabelos dele porque iria para o conclave de 1958, depois que o Papa Pio XII havia morrido. O Cardeal Roncalli disse que seria breve o conclave e que voltaria logo. Mas ficamos muito surpresos quando ouvimos no rádio que ele tinha sido eleito Papa.

Recordações bonitas. A vida da gente é feita de lembranças. Quando eu era alpinista, lá no alto das montanhas, quando sentia aquele vento soprando forte e quase levando a gente, pensava: as lembranças não podem ser levadas com o vento, por isso tenho que guardá-las no coração e cultivar.

Fonte: O Mílite

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Frei Sebastião (Arquivo MI)
Frei Sebastião Benito Quaglio

Frei Sebastião Benito Quaglio nasceu em 20 de julho de 1938, em Lendinara, no norte da Itália. Recebeu o nome de batismo Benito Quaglio e, quando emitiu os votos religiosos na Basílica de Santo Antônio (Padova), em 1958, recebeu o nome do mártir São Sebastião. O desejo de evangelizar com Nossa Senhora através dos meios de comunicação sempre permeou sua vida e foi na obra de São Maximiliano Kolbe que ele encontrou um ideal a ser seguido: conquistar o mundo inteiro a Cristo pela Imaculada!

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